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segunda-feira, novembro 28, 2011

A Bagagem de Aprendizagem



Fim de um relacionamento é um dos momentos mais importantes da nossa vida. Sabe aquela velha história de que a gente aprende com a dor o que não se aprende com amor. Pois é, esse é um dos momentos da vida do qual mais amadurecemos, do qual vamos embora com certa tristeza e remorso, porém, com grande bagagem de aprendizagem. Cabe a nós enxugar as lágrimas, analisar os nossos erros e supervalorizar as coisas que aprendemos.
Sendo assim, eu listei 26 coisas que aprendi na minha última fossa, quer dizer, no meu último relacionamento, e decidi postar aqui para vocês:

1. Não se deixe levar pela sensação a primeira vista

2. Não veja ele como a sua salvação

3. Não tome posse do que não é seu

4. Não faça muito esforço, o que é pra ser será

5. Não precisa fazer tipo nem de santa, nem de puta para impressionar o cara

6. Siga a sua intuição

7. Se perceber que o cara não está na mesma sintonia que você, não insista

8. Não queira demonstrar que não quer para se fazer de difícil, demonstre que quer sim, porém, seja menos disponível

9. Faça tudo acontecer do jeito que você quer

10. Não vá pra cama com ele em hipótese alguma, quando a gente vai pra cama a gente perde o domínio sobre um homem

11. Não fique com quem não te respeita

12. Não desminta aquilo que você já mentiu

13. Melhore as suas habilidades eróticas

14. Não deixe ele encostar a cara, se você não estiver certificada de que o cheiro lá embaixo está agradável

15. Seja o mais agradável possível, nada de falar mal dele, nem com piadinhas do tipo

16. Não seja grudenta, ligar pra não falar nada ou falar com ele toda vez que ele entrar no MSN ou facebook você vira o símbolo da chatice

17. Deixe claro as suas intenções desde o início do relacionamento

18. Seja amiga dele, antes de tudo. Mostre na amizade que você é um ombro amigo, um alguém que ele possa confiar

19. Não queira relacionamento casual com uma pessoa que você nutre sentimento, saia dessa o mais rápido possível

20. Não dê atenção a conversas safadas de madrugada no MSN

21. Não fale sobre sexo com ele em hipótese alguma

22. Dê um fim ao relacionamento no primeiro desentendimento

23. Não deixe ele fazer o que quiser com você, tenha domínio sobre a situação, mesmo que o deixe com raiva

24. Antes só do que com uma pessoa que te faz mal

25. Não corra atrás se ele te disse adeus

26. Faça até tratamento psicológico para esquecê-lo, porém, esqueça-o.



domingo, novembro 27, 2011

Safira


Eu fui uma safira que apareceu na sua vida, azul, como o mar azul, cheio de sonhos. De cor bonita, formato torneado, brilho raro. Fui como uma safira que radiava todo tipo de iluminação, faça chuva ou sol, eu estava lá, radiando, radiante, como se nada tivesse acontecido. Eu fui uma safira que passou pela sua vida, mas passou.

Eu te daria qualquer coisa do meu corpo, da minha alma, da minha vida. Queria que nós dois nos transformássemos em uma pessoa só, com as mesmas necessidades, mesmos planos, mesmos objetivos. Puro querer, total ilusão, frustração.

Teu corpo era pra mim fonte de loucura, saciação da minha sede, doce tentação. Tentação que eu gostava de sentir, imaginar, idolatrar, fantasiar. Você foi o homem das minhas fantasias.

Desde quando o conheci, você passou a ser o meu delírio, e sobre mim desceu uma tempestade de paixão. Tempestade de fogo, de desejo, era tanto acumulado, uma paixão quase irreal, uma paixão por um ser que praticamente não existia, hoje eu sei, realmente não existia.

Tanto fiz e tanto fez. Os sonhos que eu sonhei, as coisas que eu planejei, nos mínimos detalhes de tudo que eu cuidei, por um descuido foi tudo de água a baixo. Hoje eu sei, tudo deu em nada.

Eu fui louca, apaixonada, alucinada por você. Totalmente submissa. Entregue aos teus pés, deitada na tua cama. Eu fui sua, passei tão rápido pela sua vida, que você nem percebeu.

Eu arrancaria de mim uma pele, engoliria do teu veneno, se necessário, pra te dar prazer. Mesmo assim você se desfez de mim, partiu meu coração, me mandou embora. Com o coração partido eu fui. Mas eu fui.

E isso não é um chamado de volta. Não venha pra minha tenda, não entre na minha vida, muito menos no meu corpo, sinceramente, você não é o homem certo nem pra sexo, nem para amor. Hoje eu sei, você não é nada.

Sou intensa demais para a sua racionalidade. Sou de esquecer o medo e me entregar totalmente a uma paixão. Mas eu não nasci pra viver com você.

E a você, frustração fruto da minha ilusão, homem das minhas fantasias, ser que não existia, eu só tenho a dizer que dos venenos que você me ofereceste, tu vais degustar em dobro porque o horizonte é mais profundo do que se pensas e a vingança é um prato que se come frio.

quarta-feira, novembro 23, 2011

Aconselhamentos


Querido diário, passei um bom tempo sumida, mas estou de volta a minha vida ativa de blogueira. Diferente do que três pessoas me perguntaram por e-mail, eu não sumi por nenhum abalo emocional, acontece que eu fiquei sem internet por mais de quinze dias, não curto computadores públicos, só uso em caso de extrema necessidade, e não usaria para atualizar um blog anônimo, né. Enfim, vamos lá a vida ativa de escrever sobre a própria vida.

Depois do texto “Mil e um motivos para esquecê-lo”, eu não queria falar mais nada sobre isso aqui no blog. Mas me senti obrigada a isso.

Lembro-me como hoje, em um dos treinos do karatê, eu ainda era muito inexperiente, faixa branca, e dois meninos faixa azul conversavam com o professor. Eles tinham treinado bastante para um campeonato fora do estado, foram e perderam. Mas era interessante observar a forma diferente que o professor aconselhava a cada um deles. Com Guto, o professor, foi pelo menos rude, disse mais ou menos assim “no momento da luta, eu senti vergonha de você, parecia que você nunca tinha sido meu aluno, que eu nunca tinha ensinado as formas de detonar aquele cara, ele é um atleta manhoso, fácil de vencê-lo, e você não venceu, isso tudo é culpa somente sua, que deveria ter treinado mais, se dedicado mais e ter colocado tudo que eu te ensinei em prática...”. Eu e mais umas pessoas escutava atentamente as broncas que o professor estava dando nos meninos. Pela nossa surpresa, o professor não deu bronca nenhuma em Daniel, que também tem o mesmo nível de Guto, treinou igualmente como Guto, foi para o mesmo campeonato e assim como Guto perdeu vergonhosamente. Para ele, o professor falou, “Você tinha tudo pra vencer, por algum equívoco do destino você acabou perdendo, mas eu acredito em você, você vai treinar mais do que antes, vai voltar a competir com cabeça erguida e vai ganhar, vai trazer medalha de ouro, pode ter certeza disso”. Eu fiquei aterrorizada de ver a forma que o professor tratou os alunos completamente desigual. Os faixa azul foram embora e nós faixa branca iríamos treinar.

O professor comentava alguma coisa sobre eles e eu tomei a liberdade de perguntar:

−Sensei, eu só não acho justo a forma desigual que o senhor os tratou, os dois treinaram bastante, participaram do mesmo campeonato, em Guto o senhor deu uma rasteira com palavras e em Daniel, o senhor passou a mão na cabeça, não acho isso certo.

O professor olhou pra mim com um ar pensativo e me disse:

−Acontece, Garota de Várias Faces, que Guto é forte, tem um psicológico equilibrado, não se deixa levar por palavras, faz da sua dificuldade oportunidade para vencer, não se importa com o que os outros pensam, mas sim com o que ele é. Enquanto que Daniel é frágil demais, se frustra consigo mesmo, sofre intensamente suas emoções, ele precisa de uma palavra de estímulo e não de uma rasteira de palavras como você mesma disse. Se eu tivesse falado para Daniel o que eu falei com Guto, ele certamente iria se debruçar em choro, ficar ainda mais emocionado, frustrado, talvez até desistisse de lutar. Que ele é um perdedor, que lutou mal, que foi uma vergonha a derrota dele, isso ele mesmo já sabe, a consciência dele falou, eu não preciso falar, o que ele precisa hoje é de uma palavra de estímulo.

Isso faz 3 anos. Mas eu nunca esqueço desse treino e nem das palavras do Sensei.

Hoje, o rapaz veio instalar a internet, e com entusiasmo fui ler a minha caixa de e-mails do blog, não esperava ter tanto e-mail assim, 19. Não respondi todos, mas fui lendo um a um, até que li o e-mail de um leitor, do qual, vou proteger o nome. Segundo o rapaz o intuito dele era me sacudir, me acordar pra vida, pois bem, ao ler o e-mail, involuntariamente eu abri uma ferida que naquele momento estava cicatrizada.

“Você que não sabe o que fazer com a sua inteligência. Que só usa parte dela pra se expressar de forma cuidadosa, para que lhe vejam como uma "vítima do amor que sente". Você que não percebe que está passando atestado de imaturidade por opção.”

Segundo ele, não uso a minha inteligência pra quase nada, portanto, sou burra, ok, vamos lá.

Eu não vou colocar o e-mail todo aqui, pois é grande demais e sei que os leitores vão perder o entusiasmo lendo. Vou falar e colocar apenas as partes relevantes.

O e-mail segue falando um monte de conceitos dele, de um pré-julgamento que ele fez sobre uma coisa, que eu nunca falei aqui no blog, minha virgindade. Idéias totalmente equivocadas, talvez faça um post depois. Mas vamos lá as partes que me toca:

“Você simplesmente finge ignorar o fato de não ter qualquer poder de decidir a vida dele por ele e de fazê-lo te querer de verdade, além da sacanagem fácil que você mesma oferece. Parece até desconhecer que gostar, amar ou se entregar seja uma tarefa que depende da vontade de ambos os lados. Por acaso duvida que ele não seja capaz de amar uma outra mulher qualquer que realmente o interesse? Mas é justamente isso que vai acontecer quando essa mulher -que já está na cara que não é você- aparecer na frente dele. E pode ter certeza de que ela não vai precisar mover um dedo sequer para seduzi-lo e atraí-lo. Ela vai ter a vontade dele como aliada. Coisa que você não tem."

Então, você ainda acredita mesmo que vai conseguir tocar o coração de um sujeito que (obviamente) só vê mais vantagem em ter você -ou qualquer outra mulher- por perto para que o faça gozar, do que em tocar uma punheta de próprio punho? Seja sincera... Pois é assim que ele vê você quando a carência do tesão o aperta: um vaso sanitário com assento quente onde possa jorrar seu esperma com menos desconforto”

“E o mais estranho disso tudo é você não assumir que, no fundo, você gosta de ser esculachada. Pelo menos, por essa sua conduta que você apresenta, tem tudo pra assumir que gosta. Ou vai dizer que não gosta? Vai dizer que não gosta de ser tratada como um objeto descartável, como qualquer coisa que depois de usada, vai pro lixo ou pro fundo da gaveta? Não gosta de ser observada como a última alternativa frente ao vaso sanitário, onde o sujeito larga o leite sem pensar em nada além do alívio físico?”

“Saiba você que quando se ama, após o gozo, a vontade que temos é mesmo de abraçar, beijar e... de recomeçar tudo de novo.

Quando não se ama, após o gozo, a vontade que temos é de menosprezar, de distanciar e... de fazer desaparecer quem está na nossa frente.”

Na última postagem, acho que já tinha falado que Miguel se afastou de mim sem motivo nenhum depois da segunda péssima e última vez que tivemos. Eu liguei algumas vezes, ele recusou as ligações, eu o adicionei no orkut, e ele também recusou. Daí em diante eu tomei a vergonha na cara de não procurá-lo mais. Todos podem imaginar o quanto sofri, não é a minha primeira frustração, eu já tive decepção acho que com uns 10 homens na minha vida, mas essa é a segunda vez que eu sofro de verdade, que eu choro por um homem. Aí vocês podem me perguntar como chorar por um homem que não te merece, que te faz mal, gente, não é só isso não. Não é simplesmente estar sem ele, isso é o de menos, o que dói é o fato da rejeição, de ter recebido um não, ter sido dispensada, é ter recebido maltrato sem você ter dado motivo nenhum, é você ter sido tratada como bicho, enquanto que você é gente. Isso dói. Não é fácil de superar, o querer, o desejar, a vontade de amar vai, mas a humilhação fica, eu posso dizer que ganhei algo com a decepção, tentar criar uma ilusão, mas na realidade, quem perdeu fui eu.

Mas eu não o procuro mais, decidi esquecê-lo, não é fácil, mas eu tenho buscado forças e superar a vontade de desistir. O lema é fazer qualquer coisa, menos ligar pra ele, acabou esse ato vergonhoso de correr atrás de quem te despreza. Acabou.

Agora eu vomito minhas angústias, engulo meu tesão, sozinha, no meu silêncio. Não ligo mais pra Miguel, pra implorar que ele me explique o porquê de tanta rejeição, eu não tive culpa nenhuma, e se errei, claro que eu errei, fiz mal apenas pra mim mesma.

Tem dias que eu tô bem, esbanjando alegria num bem-estar, tem dias que eu tô mal, na fossa, com ódio, com ciúmes, triste demais, mas nessa variação de estado, o tempo vai passando, e eu sei que o tempo vai curar tudo isso, o tempo é o remédio para todas as feridas. A ferida não desaparece, mas ela vai ser cicatrizada.

Hoje pela manhã eu estava bem quando li esse e-mail. Eu fui trocada por uma menina linda, de cabelos pretos, longos e lisos, de brilhantes olhos castanhos, com jeito doce e meiga. Tudo que eu não sou. Enquanto que Miguel é feio, muito pouca coisa pra ela, mas ela tá feliz, está apaixonada por ele também. Então como ele um quase patinho feio conseguiu conquistar a princesa meiguinha? Com muito carinho. Coisa que eu nunca tive dele. Aí vem o rapaz do e-mail me dizer que a menina que vai ocupar o coração dele não vai mover um dedo para conquistá-lo. E isso é pura verdade, eu que fiz x bilhões de sacrifícios, nunca recebi valor algum.

E ao perguntar, quase afirmando que eu gosto de ser um objeto descartável, de depois de usada, ir pra o lixo ou para o fundo da gaveta. Não, eu não gosto,meu filho. Não é questão de gostar, é problema de saúde, meu filho. É questão de tratar o psicológico, e eu estou fazendo isso. E vou me curar. Mas hoje de manhã, ao estar bem, sem pensar em Miguel, abrir a caixa de e-mails e ler que eu fui um vaso sanitário, pra se jorrar esperma, sinceramente, eu pagaria pra não ter ouvido isso.

Depois disso fui ler o blog de uma mulher que passa pela mesma situação que eu, rejeição de um fuleiro, ops, de um parceiro. E coloquei o seguinte aconselhamento:

“Só tenho uma dúvida quanto ao seu texto...Você perdeu o emprego? Está desempregada? Ter que enfrentar problemas profissionais e amorosos ao mesmo tempo é muito difícil. Aliás, muito difícil é pouco pra definir isso, é simplesmente doloroso. E eu sei muito bem o que é ser rejeitada, tentar entender o que se passa na cabeça de um homem, na verdade, a gente tenta entender porque não quer compreender o que está visível: ELE NÃO GOSTA DE VOCÊ. E nem por isso você tem algum defeito, nem por isso você é pior que mulher nenhuma, nem por isso você deve ter culpa de nada, o que lhe resta é desaparecer da vida desse cara, sumir sem deixar rastros, ter a coragem de fechar a porta, enterrar esse passado e seguir em frente com a certeza de que você não perdeu nada e sim ganhou a possibilidade de conhecer alguém melhor. Força, Fulana, você é mais forte do que você pensa!”

Há alguns meses atrás eu comentava no blog dessa menina dizendo que o relacionamento não iria dar certo, ela foi super grossa e me julgou como infeliz por ter feito um comentário desse em plena felicidade dela, eu poderia muito bem, hoje ter chegado lá e ter escrito, “bem feito, eu te avisei”, mas o que ela precisa hoje é de uma palavra de estímulo, e não de um alguém pra enfiar o dedo na cara e dizer você errou e a culpa é toda sua.

O que o rapaz do e-mail falou não é nada mentira, tudo verdade, porém, eu sei tudo isso. Eu não preciso que além de a minha consciência falar o tempo inteiro, alguém venha me repetir. Assim como o lutador faixa azul no karatê eu sabia de todas as perdas, mas eu não precisava de alguém pra me dizer que eu perdi, no momento eu precisava de uma palavra de estímulo, e não ouvir/ler que eu fui um vaso sanitário para se jorrar esperma.

sábado, novembro 05, 2011

Mil e Um Motivos Para Esquecê-lo


Esqueça se ele não te ama, se ele não te olha com olhos doces, se ele não te toca com ternura, se ele te faz chorar, se ele não fala com você usando a arte das palavras. Porque homem também ama, e quando ama olha para a sua amada como olhasse para o paraíso, para o horizonte que é lindo e desconhecido, ele olha com admiração e ao mesmo tempo tem anseio em descobrir o que fala cada olhar dela. O homem que ama toca o corpo da mulher amada como tocasse a chave dos céus, como se chegasse na plenitude da vida, na realização total, homem que ama chega até abrir mão do seu prazer, das suas loucuras e fantasias para satisfazer a mulher amada. O homem que te ama, não te faz chorar, quem ama não magoa, não trai, não mente, não ilude, não usa, e também não se deixa sofrer, quem ama se ama e ama o outro, simultaneamente. O homem que te ama ele não vai falar um simples eu te amo, eu te quero, eu te desejo, ele vai arrancar as palavras do coração, cheias de sentimento e emoção pra te comover e ser eterno em sua lembrança. Assim é o homem que ama.

Eu amei, admirei, desejei com a força do coração. Eu o olhava com tanta ternura, tanta atenção, com tanto anseio, com satisfação, porque tantas vezes eu dormi pensando nisso em olhar pra ele, enquanto que na época eu não tinha nem uma foto. Por isso, o admirava demais quando ele estava na minha frente, seja despido ou vestido, eu prestava atenção em cada fio de pêlo nascendo, resistindo a pele raspada, àquelas sardinhas que ele tinha entre o pescoço e as costas, a marca da cirurgia de apendicite no abdômen. Eu tocava como se chegasse no ápice da coisa, por mais que eu soubesse que ali não passava de nada, que aquilo não ia fazer com que ele fosse meu, eu tocava aquilo que tanto almejei, que tanto almejava. Apesar da minha pouca experiência no sexo, eu passei a ler muito, meu desejo era provocar desejo, satisfazer meu homem, que não era meu, eu lia, lia, assistia, eu fiz uma lista de oitenta dicas de sexo... e quantas dicas eu pude colocar em prática, vejamos... das oitenta dicas que eu colecionei, eu pude pôr em prática apenas nove; e a culpa não foi minha, a culpa de o prazer não ter sido maior para ambos, foi dele, foi ele que não quis encostar em mim depois do sexo para que eu pudesse fazer uma massagem ou chupar a orelha dele; foi ele que não quis me chupar, para que eu pudesse enlouquecer na cama, fazendo-o se sentir o cara; foi ele que não quis continuar comigo, não quis pagar pra ver, ver a minha evolução no sexo, não me quis mais. A culpa foi toda dele e ele não merece nada, não merece nada do que eu fiz e nem do que faço, nem desse texto que eu tô escrevendo no momento, ele não merece porra nenhuma!

Eu tô tentando esquecer, sei que devo esquecer, mas falar é muito fácil, difícil é esquecer, difícil é as pessoas repetirem pra você aquilo que você já sabe, que ele me pisa, me usa, me rejeita, tudo isso eu sei, já martela em minha cabeça, e as pessoas ainda fazem questão de dizer e repetir. E mesmo assim, o cara continua na sua mente, nos seus pensamentos o tempo todo. Difícil é você ter que aceitar um não, ter que entender um afastamento sem motivo nenhum, um ódio, uma antipatia que a pessoa criou sem você fazer nada. Não tem como, cara, não tem como não vim a sensação de rebaixamento, enquanto que para as amigas dele, ele é uma seda, os sorrisos dele são de entusiasmo, com você ele é um cavalo e o olhar dele é de desprezo. É claro, que você mulher como eu vai se sentir mais inferior que as amigas dele, vai se sentir incompetente por não ter feito o cara que você gosta, gostar de você. É isso o que machuca bastante, isso que é difícil tirar da cabeça, a sensação de impotência, a lembrança de um não, de rejeição, é claro que você mulher, como eu, vai se sentir mais feia, mais burra, mais puta, ou culpada por não ter passado uma imagem legal, por ter sido passada pra trás.

O que eu queria era continuar vivendo como se nada tivesse acontecido, afinal, ele vive assim... eu queria virar essa página da minha vida, do meu diário, e nunca mais ler, como se não tivesse existido, porque, na verdade, eu tô cansada. Cansada de ser humilhada, cansada de tentar entender o que se passa na cabeça dele, de ter que suportar esse jeito inconstante que ele tem em que um dia estamos juntos, e no outro dia não atende as minhas ligações, e nem retorna, não quer falar comigo. Cansada de colocar você de novo em minha vida, dormir com sonho, com tranqüilidade, e acordar com a desilusão de que nada mudou, que tudo continua a mesma merda, e que nada vai mudar. Cansei, cara, cansei de ouvir seus insultos e sorrir pra você como se você não tivesse falado nada, como se não tivesse arrancado um pedaço do meu coração com as suas palavras. Cansei!

Quando estávamos no ponto de ônibus, ele já estava estressado porque tinha muitas coisas pra fazer em casa e o meu ônibus não passava, de repente, ele começou a dizer que estava com muito calor. Eu achei incoerente e engraçado ele estar com calor e ao mesmo tempo vestido num casaco. Dei risada e disse:

−Esse povo é doido, morrendo de calor e vestido num casaco...

E ele...

−É pra guardar o celular, idiota!

E a palavra mais forte da frase foi ele ter me chamado de idiota.

Rasgou meu coração e eu fiquei calada.

Quando estávamos na casa dele, depois de eu ter dado pra ele um banquete de sexo oral e ter engolido esperma dele, ele não quis retribuir o prazer. Quando tirei a calcinha, ele mandou vestir, disse que tava cansado e repetiu um não várias vezes.

Rasgou meu coração e eu fiquei calada.

Como já tínhamos brigado via MSN e telefone quando ele estava longe daqui, quando voltou quis ficar comigo de novo, pensei de as nossas desavenças terem acabado ele só quis ficar comigo novamente para me humilhar. Colocou uma música vulgar, ficou me ensinando as coisas como se eu não soubesse fazer nada pra me irritar, me bateu, virava o rosto quando eu iria beijá-lo, ficava movimentando os quadris na hora em que eu estava chupando, ele sabe que eu não gosto disso, depois que gozou nem se quer tocou na minha vagina, e depois disso, me expulsou da casa dele, e no caminho até o ponto de ônibus, ficou falando das um milhão de coisas que deixou de fazer pra ficar comigo, como se tivesse sido tempo perdido.

Na cabeça dele já estava tudo bem equipado o que ele iria fazer naquela noite pra me humilhar... ficar querendo dar de professor, pra eu me irritar; negar meus beijos e aproveitar que eu gosto de apanhar na hora do sexo pra me bater de verdade.

Eu tenho mil e um motivos para esquecê-lo, pra não pensar mais nele, pra não me importar com ele, retribuir o desprezo, odiá-lo. Mas o que impede isso é um rastro de esperança, que fica no fundo, no fundo do peito de cada mulher que ama e não é amada, a esperança de que um dia ele isso vai mudar, que ele vai se arrepender e correr atrás, a esperança de que um dia ele poderá te amar. Pura ilusão. Mil e um motivos para esquecê-lo.

quarta-feira, novembro 02, 2011

A Flor Vermelha



Eu estou aqui sentada num sofá em mais um dia de tédio, cheia de problemas, com a cabeça cheia, com o pensamento em você. Estou aqui deitada na cama, enrolada no frio, tentando dormir, fugir dessa situação, com os sonhos em você. Em você que pouco se importa comigo, que me trata mal e me odeia sem motivo algum.

Sei que não agi da maneira correta, fui com pressa, com afobação, mas tudo que até hoje eu errei, eu juro, foi por amar você, pelo desespero, pelo medo de te perder, foi que eu acabei perdendo. E perdendo feio, sem moral, sem consolo, sem respeito... sem explicação.

Eu sempre tento dizer, que não sei se te amo, que amor é palavra forte, é coisa séria e eterna. Tento dizer pra mim mesma que isso é uma paixão, fruto de carência, um engano, uma ilusão, que vai passar, é só paixão. Mas a realidade bate na porta, que eu te amo sim. Eu te amo demais porque é você que fecha a porta, me deixa do lado de fora, sozinha, com frio, com fome, com fome de você, e mesmo assim não consegue te esquecer. Eu te amo porque te quero com todos os seus defeitos, gordo, com o pinto pequeno, inconstante, grosso, imprevisível, soberbo. Eu te quero assim, eu te amo assim.

Já falei aqui que me falta amor próprio, que eu sou mesmo uma idiota e não tenho vergonha na cara, deixo todo meu orgulho de lado e corro atrás de você, na tentativa de te ter, porque apesar de tudo, eu sonho em ter você, em ver você tirar cada peça de roupa, com delicadeza, com amor; em ver seus sorrisos sinceros, divertidos, feliz por estar comigo; eu sonho em te ter toda hora, qualquer hora, sem receio, sem medo, com amor e paixão.

O que mais me inquieta são os pontos de interrogação que você deixa em cada desligar de telefone, em cada olhar de desdém, em cada subir de calcinha, como se não me quisesse para absolutamente nada. São tantas dúvidas, é estranho demais o jeito que você me trata, se eu nunca fiz nada de mal pra você, ou pelo menos não fiz a metade do que você fez comigo. Às vezes penso que você é gay, que se acha muita areia para o meu caminhão, que eu não te desperto desejo algum. Mas no meio de tantas dúvidas, tanta interrogação, eu sei o motivo de tudo isso. Aquilo que está em nossos pés, a gente acaba pisando. E eu estou aos seus pés, totalmente entregue, implorando por você.

Eu estou aqui sentada no sofá ou deitada numa cama procurando a oitava maravilha pra te dar. Eu estou no fundo do mar, procurando uma pérola pra te dar, ou no mais longo do azul do céu, em que as estrelas eu fui buscar. Eu tô passando a vergonha de contar pra as pessoas as humilhações que eu tenho passado por você; eu estou tirando a minha roupa, as vestes da alma, prestes a entregar os meus segredos como prova de amor, estou prestes a cair num buraco, num buraco profundo e sem volta por amor, por querer você.

Fico aqui pensando se devo mandar fores, contar o segredo das várias faces ou perder a minha virgindade com você. Fico aqui me perguntando qual o caminho mais próximo ou a ponte mais segura pra atravessar os obstáculos que te afastam de mim.

Sinceramente eu não queria protagonizar o vexame de uma mulher enviar flores para um homem, não quero abrir o meu diário, a minha vida pra ninguém, não quero cometer a loucura de transar sem ter a garantia do que vem depois, o que realmente eu queria era que você olhasse pra mim. Olhasse nos meus olhos e enxergasse que eu tenho sede de você, que se eu não saio do seu pé, é porque eu gosto de você. Eu queria que você saísse do jardim, dessa sua busca insana por um trevo de quatro folhas, e olhasse para o lado, pra o telefone, pra cima ou pra baixo e visse a flor vermelha, corada, inchada, inquieta com a ação do vento que insiste em trazer o cheiro que vem de você.