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terça-feira, junho 28, 2011

Adaptação



Querido diário, qualquer ser humano tem a capacidade de adaptação, não há nada mal que não venha para um bem, não há nada ruim que seja para sempre ruim. A questão é adaptação.



Eu já me senti muito protegida, achava que algumas pessoas não iam me abandonar nunca, de fato, eu me sentia amada. E os abraços confortáveis, eu já não sinto mais. Ou eu costuro o meu próprio casaco, ou eu fico com frio. Não vou dizer o que fiz, apenas digo a resposta, estou aquecida.


Eu estou me aquecendo com o meu próprio calor, como uma fogueira que acende dentro de mim. Já não sinto tanta inveja de quem tem companhia, é melhor estar só do que mal acompanhada. Eu estou sozinha, me vendo, me espelhando, me confiando, me admirando. Eu estou tão bem comigo mesma, me tocando, estou curtindo minha pele, meu cheiro, meu jeito... ah, como eu adoro meu cheiro de menina doce.


E hoje eu vejo que as pessoas pelas quais mais me sacrifiquei foram justamente as que me apunhalaram pelas costas. Eu amei com toda verdade do mundo, com toda loucura, com toda sede, e fui simplesmente passada para trás, como um algo totalmente sem importância. Deixei de fazer coisas para mim mesma, para fazer por um alguém, virei noites tentando ajudar um amigo que estava na pior. E hoje, que ele está bem, feliz, realizado, esqueceu que era eu quem enxugava as lágrimas tristes dele, eu que gastava a minha conta de telefone para ouvir os problemas dele, por mais mal educada que eu tenha sido algumas vezes, era eu quem estava ao lado dele pra tudo. E ele esqueceu, agora que ta namorando, pensa que o namorado dele é responsável pela felicidade que ele tá sentindo, mas esqueceu que era eu quem enxugava suas lágrimas.


Mas estar só não me assusta mais, por mim eu fico a vida inteira assim só. Porque assim eu não divido nada que é meu com ninguém, não fico dependente de ninguém, aplico as minhas forças em coisas minhas, que só resultarão no meu próprio benefício. Posso até quebrar a cada, sofrer muito na vida, se eu perder, perco sozinha, mas se eu ganhar, eu não devo nada a ninguém.


E o que eu estou sentindo é amor próprio? Não sei dizer. Amor para mim é uma palavra intensa, você é louca pela pessoa, admira de uma forma totalmente inadequada, quem ama é cego, e eu não sou cega, eu enxergo meus defeitos, sei que ainda há muita coisa pra ser concertada, reformada, feita e refeita, afinal, não sou perfeita e nunca serei, mas a busca tem que ser constante. Acho que não é uma questão do tal amor próprio e sim de adaptação.


E sinceramente, eu não vou fazer mais nada para que ninguém me ame. Afinal, as pessoas não te amam pelo amor que você oferece a elas, mas sim pela fantasia que elas criam encima de você. Então que me fantasiem, pensem em mim, sonhem comigo, vejam em mim uma coisas que eu não sou. Sou intensa demais para amar alguém, ou eu vivo sem amar ou eu morro de amor. Tem gente que nasce pra amar, mas eu, desculpe, diário, nasci pra ser amada.

sexta-feira, junho 24, 2011

Carência






Querido diário, às vezes a gente precisa passar por certas coisas na vida, para aprender coisas que a felicidade não ensina. O mundo fica a cada dia mais competitivo, mais árduo, mais falso, e não podemos estacionar, o tempo não vai parar.



Querido diário, eu sempre fui uma pessoa carente, ansiosa por atenção, por companhia, necessitada de afeto, precisava me sentir importante pra ser importante. Não, eu não vou mentir, escrevo esse parágrafo no tempo pretérito, mas é presente mesmo. Eu sou assim.


E há alguns meses eu vejo a gravidade da minha carência, do quanto eu sou dependente dos outros, o meu mundo pára se alguém estacionar meu carro. E isso não pode acontecer.


Quando eu fui aprovada no vestibular, escutei alguém me dizer “Bem vindo ao mundo da solidão”. Achei bobagem, mas hoje eu vejo o quanto esse alguém estava coerente. A universidade é um mundo em que você não tem amigos, tem cobras vulneráveis a te picar a qualquer momento, esses você pode chamar de colegas; há também pessoas que têm até medo de passar para você o conhecimento que eles têm, tamanha competição e medo de perder o cargo que ocupam, esses você pode chamar de professores; há também os servidores, em pensar que já fui muito amiga de faxineiros e porteiros da minha antiga escola, com os servidores da faculdade a gente não cria vínculo nenhum, mal nos olhamos, eu ainda sou educada e dou um “boa tarde”.


Enfim, foi um choque, sair de um ambiente em que os seus colegas não são tão falsos e entrar num ninho de cobras, em que professores eram seus amigos, pessoas significativas na sua vida e encontrar professores totalmente desinteressados com a sua aprendizagem.


Não me sinto só apenas na faculdade, quando saio e vejo um casal alegre passeando pelas ruas de mãos dadas, dói em mim também a solidão. Postagem passada, eu cheguei a escrever que “meu combustível é homem”, que absurdo! Como eu posso depender tanto sexualmente e sentimentalmente de um alguém que não sou eu. Isso é um erro, e precisa ser concertado. Mas eu não sei por onde começar a concertar porque masturbação não me satisfaz e eu não consigo criar seres imaginários assim como os esquizofrênicos fazem.


Meus amigos? Eu que já cheguei a escrever que não tinha amigos e sim irmãos, hoje me pergunto se há a possibilidade de fazermos amigos nessa vida, onde é cada um por si e Deus por todos. Meus amigos foram aqueles que me trocaram pelo primeiro namorado perfeito que apareceram na vida deles, que esqueceram do meu aniversário, que me mandaram ir pra porra quando eu disse que precisava de atenção. Ontem eu disse que não tinha amigos e sim irmãos, hoje digo que tenho apenas uma irmã de 10 anos e que não tenho nenhum amigo, apenas colegas, companheiros de atividades, pessoas passageiras, que vão te esquecer logo logo.


Tamanha é a pressão que me provoca as cobranças da faculdade e do curso, a carência, a sensação de solidão, que antes de ontem eu dormi sem nada, e acordei com uma mancha roxa no braço. Disseram-me que deve ser estresse, e acho que deve ser mesmo o estresse. Afinal o corpo fala o que a alma grita.


Extravaso bastante na comida, como e como sem controle. Hoje quando mais uma vez estava me sentindo só e saindo da cozinha, encontrei meu pai deitado no sofá. E pensei que devo aproveitar essas imagens tão bonitas, afinal, pessoas não são eternas, e meu pai é a única pessoa no mundo que se importa comigo. Sentei no sofá para aproveitar essa imagem.


E acabei chorando e contando pra ele a minha situação, o quanto eu tenho me sentido sozinha, e ele me disse:


“Garota de Várias Faces, namorado não é tudo, e nem é tudo que você precisa. O seu caminho é traçado por Deus. Amigos que te abandonaram? É, essa é a vida, aceite do jeito que ela é, e aprenda com as coisas que ela te traz. A única coisa que pode te levar pra frente são seus estudos, portanto esqueça amigos e amores não resolvidos, estude”.
















quinta-feira, junho 23, 2011

Apaixonada



Querido diário, já dizia meu amigo ou talvez ex-amigo Agnaldo que “a minha gasolina e óleo diesel é homem”, e de fato, gente, tenho que concordar, meu combustível é homem. Eu não consigo fazer nada direito, eu não fico em paz, meu corpo pede, minha mente reclama, minha alma chora por entrar ano, sair ano, chegar dia dos namorados, chegar dia do meu aniversário e eu sempre: sozinha.



Mas nos últimos meses, você sabe, diário, que eu conheci uma pessoa que eu não sei se é especial, mas que fez meu dia aquecer e me encheu de esperanças. Esse alguém é Miguel. (http://diariodagarotadevariasfaces.blogspot.com/2011/05/miguel.html)


É, diário, muita gente pensou que ia ficar por isso mesmo. Conheci o cara no hospital, ele foi embora, e eu não iria mais o ver. Mas foi diferente, confesso que não foi lá grande coisa, mas foi diferente.


Eu fiquei entusiasmada em conhecer Miguel, eu vi nele o que sou, ou que pelo menos o que eu quero ser, um cara que pode encher de alegria os meus dias e me completar como mulher. Quando cheguei em casa rezei para reencontrá-lo novamente no CEFET. Eu não pedi a Deus que fosse tão rápido, apenas que tivesse a oportunidade de reencontrá-lo já que estudávamos na mesma instituição.


Tem gente que não acredita em Deus, mas no dia seguinte, minha aula de físico-química aplicada acabou mais cedo, fiquei um tempão conversando com duas amigas em um dos bancos, até que resolvemos comer um cachorro-quente. Bendito seja Deus, bem no momento em que eu ia passando, eu vi Miguel. Eu tenho muita dificuldade de gravar o rosto das pessoas, quando o vi fiquei me perguntando “de onde eu conheço essa fisionomia tão familiar”, até que me dei conta que era o menino do hospital. Aí veio o pior, esqueci o nome dele. Na noite anterior quando rezei para reencontrá-lo eu sabia o nome, mas na hora que eu vi esqueci, sei lá, não sei o que aconteceu... e agora como eu iria falar com ele se nem o nome mais eu lembrava?


Fiquei feito uma tonta parada no corredor tentando lembrar o nome dele. Via-me vários nomes na cabeça, Wesley, Joaquim, mas sabia que nenhum era o dele. E enquanto eu ficava lá parada feita uma estátua, tentando lembrar o nome dele ele ia passando e ficando cada vez mais distante. Corri, toquei no ombro dele e disse “menino, eu esqueci seu nome”, ele sorriu, me abraçou, e disse “é, Miguel”. Eu sorri sem graça e disse “Aposto que você também não lembra mais do meu nome”, ele disse “Lembro sim, é Garota de Várias Faces”, e eu fiquei ainda mais sem graça. Conversamos alguma coisa e eu fui embora. Sem MSN, sem número de telefone, sem Orkut, sem contato nenhum e encantada.


Outro dia, eu nem esperava encontrá-lo, afinal, sexta-feira à noite, pensei que ele estaria nas festas com os amigos. Fui com uma blusa bem decotada. Eu não o esperava encontrá-lo, se eu soubesse que ele estaria lá, teria vestido uma roupa mais apresentável. Quando eu ia entrando na biblioteca, ele ia saindo, fiquei alegre demais ao vê-lo, mas me decepcionei quando disse “olha quem ta aqui”, e ele respondeu sem ânimo com um “e aí, tudo bem?”, já quase dando as costas... ok, ele tava ocupado, fazendo trabalho, o professor tava dando ordens para ele, mas eu fiquei mal. Fiquei mal e quando saí da instituição descontei o que eu sentia no acarajé, comia e falava para a vendedora do acarajé “que tava comendo porque o menino que eu tava afim não falou comigo direito”, e ela disse, “minha filha, se eu fosse comer toda vez que o menino que eu sou afim não falasse direito comigo, eu já não passava por essa porta”.


Um fato curioso. Depois desse dia que vi Miguel na biblioteca, o menino que trabalhava na biblioteca que parecia ser afim de mim, me disse, “quer dizer que você mora na cidade X?”. Eu disse, “sim, mas como você sabe?”. Ele disse, “foi você mesma que me contou, pô”, eu disse, “eu não, tenho certeza que não te disse isso, diz logo quem te disse”, ele disse “foi um amigo meu”, eu perguntei “que amigo?”, ele disse, “um aí que você conheceu no hospital...”. Eu ri, disse, “ah, Miguel, gente boa ele ... mas como vocês chegaram a conversar assim sobre mim?”. Caio enrolou, enrolou, e depois conseguiu formular uma desculpa, disse que teve uma certa vez em que ele e Miguel estavam conversando na biblioteca e eu passei, cumprimentei Caio e não cumprimentei Miguel. E ele disse, “rapaz, eu conheço essa menina, mas acho que ela não me conhece mais não”.


Bom, diário, eu não descarto tal possibilidade já que às vezes eu passo por pessoas e não as cumprimento porque simplesmente não sou de ta olhando pra cara de ninguém, e muitas vezes não as vejo. Mas poxa, eu ando naquele CEFET catando Miguel, para passar e não vê-lo... acho difícil. Não podemos esquecer que esse menino da biblioteca é afim de mim, eu não acredito na versão dele. O que eu acho mais provável é que no dia em que eu cumprimentei Miguel na biblioteca, ele viu e depois foi perguntar a Miguel de onde ele me conhecia, e daí então ele ter falado que eu era da cidade X.


Por fim, descobri que eu e Miguel temos um amigo em comum. Caio era um dos caras que dividia o apartamento com Miguel. Boa coisa ter um amigo em comum? Não sei se no meu caso seria. Já que o amigo dele também é afim de mim, e pode muito bem chegar e dizer “to pegando” ou “quero pegar” para demonstrar propriedade e afastar Miguel de mim.


Cara, dessa vez demorou muito para eu reencontrá-lo, eu já tava pensando em desistir, fiz até cálculos matemáticos para saber a probabilidade eu tinha de reencontrar Miguel. Se em 15 dias, eu só o encontrei 2 vezes, a probabilidade seria 2/15 que é igual a 0,13, ou seja, 13%. Possibilidade minúscula, ah, vai, nem tão minúscula assim.


Um certo dia, eu tava sentada lá, super triste porque tinha tirado 0 em Cálculo e estudando para uma prova que eu ia ter na mesma noite em que eu ainda não tinha estudado nada, Miguel passa.


Eu dei um grito “Miguel”. E dei um xauzinho, mas ele veio falar comigo. Abraçou-me, com a alegria contagiante de sempre, e me falou um monte de coisas que eu já sabia... que ele já tinha se mudado, que dia 4 foi o aniversário dele, que ele viajou para Salvador... tudo Caio já tinha me contado. Por fim, ele me disse que ia me ligar depois para a gente sair, eu não falei nada, apenas retribui com um sorriso. Afinal, ele já falou isso umas 500x e até hoje eu espero deitada essa ligação dele. E foi embora. É, diário, eu só vejo Miguel assim na correria. Nunca sentamos para bater um papo legal, só naquele dia mesmo no hospital. E toda vez que eu vejo não tenho coragem e nem clima para pedir MSN e telefone, sendo que ele já tem o meu.


E dessa vez, mais um fato curioso.


Umas 2 horas após ter visto, fui à biblioteca. Você acredita, diário, que o pessoal da biblioteca já sabia que eu tinha encontrado Miguel?


Fui lá cumprimentei Caio que estava acompanhado de um amigo. E caio me perguntou quem eu tinha visto. Eu me fiz de desentendida, não quero dar de manteiga derretida por Miguel. Ele disse, “sabe não? Miguel, pô, já nem lembra mais do menino”, eu ri disse, “ah, lembro sim”. Um fato mais curioso ainda.


O amigo que acompanhava Caio disse assim, “é essa que também conhece Miguel”, cara aí sim eu fiquei estressada e disse “é, to muito famosa entre vocês né, só não sei o que vocês falam sobre mim”. E Caio disse, “não, é que Miguel passou por aqui e disse que tinha acabado de te ver”.


Aí isso mais desconfiança ainda, não tem motivo para Miguel chegar na biblioteca e contar a Caio que tinha me visto, a não ser que seja a verdade que Caio me contou do dia em que eu passei e não o cumprimentei. Ou talvez, é mesmo o que eu estou pensando, Caio disse que fica comigo, sendo que nunca tocou um dedo no meu corpo, não mais que um palmo de distância da minha boca, mentindo. E então Miguel chegou e disse, “olha, caio, acabei de ver a menina que você pega”. Eu sinceramente não sei, diário, queria ser uma mosquinha para saber o que eles falam de mim, mas falar 24h de mim feito um besta apaixonado, isso é que eu acho muito difícil de Miguel fazer.


É, diário, eu posso até ta enganada, mais tarde quebrar a cara e escrever um texto falando que me decepcionei com Miguel. Mas eu to apaixonada. Penso nele o dia inteiro. Possa ser que seja carência, afinal, eu sou uma mulher permanentemente fogosa e carente. Mas, mais como um homem para estar encima ou embaixo de mim, eu o vejo como um homem para estar ao meu lado. Eu quero ele e não sei mais o que fazer.


Vem, menino, que foi tão bom encontrar. Dá-me a oportunidade de te reencontrar e te abraçar pra sempre, vem ser meu amigo e homem eternamente.
















sábado, junho 18, 2011

Eu Não Te Amo Mais



Querido diário, eu dedico esse texto a ele, aquele que me mostrou o que é o amor, mas também me fez conhecer a decepção, a dor e o sofrimento.



Hoje o que eu tenho a escrever é que eu não te amo mais. Aliás, acho que nunca foi amor, apenas uma paixão, e a paixão mais boba que um ser humano pode ter. Hoje eu me pergunto como eu pude amar uma pessoa que eu nunca vi, que só me fez sofrer, que me fez sentir a última das mulheres.


Por algum tempo eu pensei que esse dia nunca iria chegar, mas chegou. O dia em que eu ia olhar pra você e te ver apenas como um alguém que passou pela minha vida e me fez aprender, mas que hoje é totalmente inútil e que eu seria incapaz de querer novamente você. O tempo conseguiu apagar todo aquele sentimento louco que eu senti.


E o fato de você ter me deixado, só me fez bem. Eu comecei a tocar músicas que eu não sabia que havia em mim, descobri a melodia que me faz dançar. Hoje eu sei que a minha felicidade não depende de ninguém, a não ser de mim mesma. Naquela noite em que tudo acabou, a lua iluminou toda a escuridão que havia no meu coração, eu enxerguei a imaturidade que havia na língua de fogo do dragão de São Jorge e me fez suportar tudo aquilo com o peito aberto.


Com você eu senti todos os tipos de dores, menos a dor da perda, porque é impossível perder algo que nunca se teve.


Você não é mais importante pra mim, quase não penso mais em você. Quando vou comer um ovo cozido, eu não lembro mais que era de ovo cozido com ketchup e mostarda que você adorava. Quando escuto alguém dizer “uai”, eu não penso mais que era em Minas Gerais que eu queria estar. Eu quero estar aqui no meu mundo, no meu deserto, com essa sede que nenhum homem sacia. Eu sou o mundo, meus planos e meus sonhos.


E as lembranças de noites de sexo, de palavras doces, de juras de amor, eu não lembro mais. Hoje, pra ser sincera, o que mais ocupa a minha mente foi o dia em que você me disse que seu coração não é mais seu, que o meu amor é problema meu e que tudo que era possível no tempo já se perdeu.


A solidão às vezes bate forte, mas aparece um ou outro que em uma noite me dá prazer... palavras doces, juras de amor, eu escuto dos meus pais, dos meus amigos, e das suas eu não preciso mais.


Tanto tempo faz, que eu conheci um cara que mesmo sem me tocar conseguiu me encantar, fez a minha mente sonhar e meu coração bater pela boca. Muito tempo faz que eu conheci um cara que hoje não me quer mais, que me passou pra trás e me fez ver que a vida é muito mais.


Mas eu não posso finalizar dizendo que foi com sinceridade que escrevi esse texto.







quinta-feira, junho 16, 2011

Sobre Traição



Querido diário, por um acaso da vida, viajando nesse nem tão pequeno mundo chamado internet, caiu em minha rede artigos sobre traição. E vou logo dizendo, li cada coisa que na minha opinião é redondamente patética, sabe aquela desculpa de... porque quando a água ferve as bolhinhas sobem? E a pessoa respondendo porque Deus quis... é quase isso!



O que eu vi e li é basicamente que o mundo hoje trai. É, isso eu concordo. Mas eu não concordo com a palavra “hoje”. Promiscuidade sempre existiu, a diferença era que tudo antigamente era abafado, enganado, omitido, e hoje com a difusão, a liberdade, que cada um tem, esses escândalos vêm a tona. E aí surge a palavra “hoje” que deveria ser substituída pela palavra “sempre”.


Os homens traem mais que as mulheres. Isso ainda é uma verdade, que se tornará uma mentira. Com o desenvolvimento, liberdade, oportunidade e conquistas das mulheres, elas estão literalmente ocupando o espaço masculino, e um dos espaços ocupados também é do “cafa” da relação.


Agora a grande pergunta que eu tenho certeza que um dia já martelou a cabeça de cada um de vocês é... por que homens e mulheres traem?


Eu fui pesquisar sobre isso e como já falei, vi cada desculpa redondamente patética... Que homens traem devido aos espermatozóides, a abundancia de hormônios e não sei o que lá... poxa, gente, se a fisiologia de um corpo de um homem fosse tudo isso mesmo que eles falam, eles seriam uns verdadeiros tarados e sairiam estuprando todo mundo na rua. Ah, mas vai ter gente que vai me xingar aí embaixo dizendo “Garota de várias faces, isso influencia sim...”, e eu vou dizer “Traição é provocado por um fator muito mais psicológico do que fisiológico, e isso é incontestável”. Ah, e ainda tem outros homens da caverna, que dizem que a traição dos homens é conseqüente por na idade da pedra eles serem verdadeiros caçadores, serem atraídos pelo desafio de busca... gente, isso é o cúmulo! Até esse tipo de desculpa um ser humano inventa para fugir da verdade... mas eis que a heroína, a heroína dos sonhadores, pecadores e desiludidos, Garota de Várias Faces, surge, surge para machucar a todos, porque a verdade dói, mas ela é digna.


As desculpas que as mulheres traem, vamos dizer que fazem um pouquinho mais de sentido do que as desculpas dos homens, afinal, as mulheres são mais inteligentes e sabem se fazerem de inocentes com mais facilidade. Elas alegam que não estão satisfeitas num relacionamento, que o marido está lhe tratando mal, não se sente mais desejada, está carente de atenção e etc.


Mas eis que a heroína dos oprimidos, Garota de Várias Faces, aparece com a capa azul do super homem, com o sinto da mulher maravilha com um par de chifres das mãos e não na cabeça para dizer:


Independente da quantidade de espermatozóide que um homem produz em um dia, independente do homem ser caçador ou não... a traição ocorre por falta de amor!


Quem ama, não trai! Isso é fato e verdade incontestável.


Na minha concepção de mundo, nem todo homem é infiel, pelo contrário, todos os homens são fiéis, mas eles são educados para serem infiéis. Quando essa concepção de que “devido a quantidade de espermatozóides, o homem deve trair a sua parceira” se difunde, o homem acaba achando que é obrigação dele trair, caso contrário, não será normal, ou será inferior aos outros homens.


E quanto as mulheres... ah, como elas traem! E há quem diga que o homem trai mais, pode até ser, mas fiquem vocês machos iludidos sabendo que mulheres se masturbam, que pensam em sexo 24h por dia também, que sabem diferenciar um relacionamento concreto de um relacionamento mete pau (muitos homens pensam que mulheres se envolvem sentimentalmente com qualquer casinho mete pau, o que é uma brusca mentira), e que mulheres também traem demais.


Essas (a maior parte) que alegam estarem insatisfeitas com seus parceiros e por isso se rendem a traição, a Garota de Várias Faces só tem uma coisa a dizer “a porta está aberta, ta quase te expulsando, se não é feliz num relacionamento, saía, vai ser feliz, viver a vida sem trair, sem enganar ninguém, sem mentiras, vai desfrutar da liberdade que Deus te deu”.


Ah, isso me inspirou agora a falar de um caso que conheci em que uma mulher não era feliz em seu casamento mas que o mantia por ter um filho de 10 anos e querer criá-lo ao lado do pai. E eis então que a heroína Garota de Várias Faces questiona “É esse mesmo o modo que você quer criar seu filho? Você prefere que o seu filho encare cedo a realidade da vida e te veja como uma mulher divorciada ou enxergue uma verdade que não existe e posteriormente te veja como uma mulher infiel, mentirosa, traíra, indigna, falsa, fingida..?


O que eu tenho a dizer para meus leitores é que pensem bem antes de ferir o coração de alguém, a traição causa marcas que duram a vida inteira e marcas essas que transformam anjos em demônios.


E para finalizar, eu coloco um trecho da opinião de um leigo que me chamou muito atenção sobre traição, afinal, por que as pessoas traem:


“"Acho muito relativo. Vai da pessoa ser sem-vergonha mesmo. Quem ama de verdade valoriza o interior do companheiro respeita cada segundo que passam juntos. Quem ama não trai.”


Eduardo Ramos







segunda-feira, junho 13, 2011

Maldita Procrastinação



Querido diário, eu tive um professor muito especial no último ano de ensino médio. Ele era muito inteligente, esforçado, e, sobretudo humano. Entendia-nos como se fosse também um aluno adolescente, ele falou uma frase que eu sempre irei lembrar: “o nosso único inimigo está dentro de nós mesmos”.

A minha doença nesses últimos dias atacou com toda força, e eu não fiz nada. Para quem pouco conhece ou nada conhece sobre a minha doença, eu convido a ler os posts: http://diariodagarotadevariasfaces.blogspot.com/2011/06/revelando-doenca.html

http://diariodagarotadevariasfaces.blogspot.com/2011/06/minha-doenca.html

Ela veio com toda força e mais uma vez, deixei-me dominar.

Eu tinha planos nesse fim de semana, de ir às festas, me divertir, mas também de estudar para a minha prova de vetores, de cálculo I e princípios básicos da indústria química, sendo que todas elas acontecerão essa semana.

Na sexta-feira cheguei em casa, me arrumei e fui à festa. Cheguei dormi o sábado quase inteiro, acordei, e fui para o aniversário da minha avó. Cheguei em casa. Arrumei-me para ir à festa novamente. Cheguei em casa, dormi o domingo inteiro, quando acordei fui mexer no blog, e gastei o dia inteiro, e não estudei nada para a minha prova de terça. Resolvi perder aula na faculdade na segunda, para estudar para a minha prova, passei o dia muito cansada, dormir, arrumei algumas coisas e não estudei nada. Parece mentira, mas eu não consigo mais dominar a minha preguiça.

Pra quem vê de fora, parece bobagem. Mas quem ta dentro é que sente a vida passar e você permanecer no mesmo lugar. Deixar de alcançar suas metas, seus sonhos, por causa de um inimigo que há dentro de você mesmo.

É a maldita procrastinação que compromete tudo em minha vida até a minha higiene e saúde. A última vez que tomei banho foi ontem à tarde, sendo que hoje já está à noite. A última vez que penteei o meu cabelo, foi sábado quando fui à festa. Pareço uma velha, suja, imunda, descuidada, que não consegue levantar e ir tomar um banho porque a preguiça não deixa.

A minha prova de Vetores, eu tive todo o tempo do mundo para estudar, e não estudei nada. Faltam apenas 15h para eu estudar para essa prova, sendo que o conteúdo é grande e não é tão fácil... e eu vou aproveitar essas 15h para estudar, e não vou desistir, a cabeça não vai agüentar se eu parar.

E o pior que eu já vi esse filme antes. A minha primeira prova dessa mesma matéria, eu quase entrei em pânico, quando fui estudar, faltando um pouco mais de 10h para a prova. Pensei que iria me dar muito mal. Deus me ajudou e eu tirei 7,5. Prometi a Ele que não ia mais estudar assim de última hora, que iria me dedicar. Prometi e não cumpri, e to passando pela mesma situação sem saber se vou ter a mesma sorte.

Maldita seja essa procrastinação que endurece meus ossos, amolece meus músculos, fecha os meus olhos, relaxa a minha mente e congela a minha alma.





sábado, junho 11, 2011

Amor de Uma Noite



Querido diário, eu venho te contar a história de um amor. Um amor que durou uma noite. Na verdade, pra ser sincera, nem uma noite, por volta de umas duas horas. Um amor sem conteúdo, sem estímulo, de capa, pressão, tesão, inchado como um balão, porém, menor que um botão.



Ontem ia rolar a maior festa numa cidade do interior, atrações que eu particularmente gosto, Exaltassamba, Calcinha Preta e Reginaldo Rossi. Eu não sei se iria, eu ia ter aula até às 10h da noite, sendo que a festa começa justamente às 10h, ainda ia ter que chegar em casa, tomar banho com água fria, me arrumar, era capaz de eu chegar lá quando a festa acabar. E fora envolver uma pessoa que não tem nada a ver com isso, meu pai ia ser meu motorista. Correr riscos numa pista perigosa, à noite e em dias de festa.


Mas aí eu pensei o quanto eu gosto de festa, e há quanto tempo eu não vou pra uma. Pensei que eu mereço essa oportunidade e sem falar que são os últimos dias com meu amigo Agnaldo, ele vai viajar para outro estado daqui a 7 dias. E pensei, Carpe Diem ou morra se lamentando porque não aproveitou.


Quando acabou minha aula, meu pai foi me buscar. Cheguei em casa e comecei a me arrumar. Tomei banho, vesti uma roupa que valorizava minhas curvas. Uma blusa caríssima que comprei no início do ano e uma calça jeans com lycra. Fiz um penteado estilo esse: (http://onossocasamento.pt/sites/onossocasamento.pt/files/penteado-dia.jpg). Fiz uma maquiagem forte, sombras verdes e batom rosa choque. E usei meu perfume de sempre Ekos Pitanga.


Na hora de ir pra festa, um desespero. Não conseguia ligar para meu amigo Agnaldo. Sendo que eu não conheço a cidade, e ele ia ser meu guia.


Por fim, consegui ligar e marcar aonde ele ia me encontrar.


Ele me esperava lá com um casal. Quando o rapaz me abraçou, Agnaldo, fez um som pejorativo, e fiquei com medo de a namorada sentir ciúmes. Mas aparentemente ela não sentiu, e eu gostei deles, achei super gente fina tanto ele como ela.


Quando cheguei na festa, a primeira pessoa que encontrei? Adriano.


É, diário, você não sabe quem é esse Adriano nunca falei dele aqui, mas vou contar de forma breve quem é esse indivíduo. Eu o conheci pelo Orkut,achei gato, adicionei, e aí passamos a conversar pelo MSN. Ele é branco, alto, forte, tem olhos claros, boca rosinha, enfim, é bonito, mas não acho que a beleza dele seja proporcional ao assédio. Muita água pra pouca bosta. Eu acho que ele chama mais atenção pelo jeito dele... ele é um cara difícil. A mulher ver um homem bonito que não é tarado aí já pensa que encontrou o príncipe encantado.


Quando eu o conheci há uns 2 anos atrás, a gente conversava apenas pelo MSN. Esse ano estamos estudando na mesma universidade, mas até então ainda não tínhamos nos visto.


Eu sempre fui a fim de ficar com ele, mas como ele nunca me deu bola, já tinha até desistido e me integrado a filosofia “vou esnobar e um dia ele há de querer”.


Quando eu o vi, até fiquei alegre, mas lembrei da filosofia “vou esnobar”, dei um abraço nele e disse “E aí, rapaz, tudo bem? Pra te ver só assim mesmo, hein, vindo nas festas...”, ele falou alguma coisa. Depois disse “ta vendo, que eu sou diferente das fotos”. (ele quis dizer que era mais feio). Deu vontade de concordar, mas por educação eu disse “Que nada, é igualzinho”. Na verdade, ele não é diferente das fotos, mas não é tão bonito quanto nelas. Conversamos alguma coisa e saí. Enfim, a filosofia era “esnobar quem já me esnobou”.


Mas o quanto a festa foi passando, eu vi vários homens lindos passar, sem me olhar, vários homens bonitos acompanhados, e eu sozinha. Solteira, sozinha, na seca, carente. E resolvi ficar com Adriano mesmo.


Fui lá pra perto dele e fiquei dançando pra chamar atenção. Chamei atenção de muitos homens, mas a dele, aparentemente não. E vários se chegaram em mim, pedindo pra dançar, outros querendo me beijar, e eu sempre dizendo não, afinal eu queria Adriano.


Até que ele saiu de perto de mim, e eu permaneci: sozinha.


Depois o vi novamente e chamei pra conversar. Perguntar coisas do tipo banais como “e aí, como ta a vida? Já conseguiu transferir seu curso?” E ele falou alguma coisa, me deu abraço, me balançou, nesse momento eu pensava “agora vai!”, e não foi. Deu-me um beijo na bochecha e disse que tinha que ir procurar os amigos dele.


Os meus amigos já estavam pensando que ele era gay. A namorada do casal que estava comigo disse que foi a primeira coisa que veio na cabeça dela. E meu amigo Agnaldo disse que ele bem que tem um jeitinho.


Eu não penso que ele é gay, sabe, apenas muito seletivo. As meninas que namoraram com o cara são lindas, velho, muito mais bonitas do que eu. Mas não descartei a possibilidade, já que ele talvez fosse bissexual, a primeira opção dele fosse homem, e a segunda opção fosse mulher e daí seria então a tamanha seletividade.


O show de Reginaldo Rossi começou e a carência aumentou. Já tava meio bêbada, e as músicas de corno só me faziam lembrar dos chifres que eu levei de Herivelton e o quanto eu ainda o amo. Até que Adriano passou por mim.


Puxei pelo braço dele, e dei um beijo no pescoço e um abraço. Ele fez o mesmo, me abraçou e retribuiu o beijo no pescoço. E eu disse, “Ah, Adriano, eu quero um carinho maior”. E ele me beijou. Um beijo muito bom por sinal. Pegou na minha mão e disse, “vamos pra outro lugar”.


Fomos de mãos dadas procurar um lugar. Advinha pra onde ele me levou? Pra aquele fundão de festa, onde de segundo em segundo vão os bêbados lá fazer xixi. Eu disse, “ah, cara, aqui não né”.


E saímos da festa.


A gente acabou ficando na calçada da casa dos outros. E ainda mais sentados, ele com as pernas abertas e eu no meio.


O que eu tenho a dizer, diário, que foi uma delícia. Senti muito tesão, e ele sabe fazer tudo do jeito que eu gosto, chupadas e agressividade, é o que eu mais adoro e isso é com ele mesmo. A sensação de perigo, do medo de alguém ver parece que aumenta a sensação de prazer.


Perto da casa onde estávamos tinha um terreno baldio, muito escuro e onde vários casais tavam indo pra lá, ele quis ir, mas eu não quis. Ficar no meio do mato não me excita.


Encostamos num carro que estava estacionado na casa onde estávamos. Eu de costas, e ele roçando ... dele em minha bunda. Puxando meu cabelo, eu sentindo prazer e extravasando nos meus gemidos.


Até que o dono do carro destravou o carro. A gente nem chegou a ver o dono do carro. Mas nos assustamos e nos afastamos e procuramos outro lugar.


Fomos ficar na frente de outra casa. Coisas que me chamaram atenção durante o amasso... enfiou o dedo na minha boca, e eu já sei a forma com que ele gosta de ser chupado, bem rápido e enfiando até a garganta, porque ele enfiou o dedo até a minha garganta... o pênis dele eu fiquei sem saber se era pequeno ou grande, deu pra sentir que ele tava excitado, mas minha mão é péssima para medir pênis, às vezes eu pego e acho pequeno quando vou ver é grande, às vezes pego acho grande e quando vejo é pequeno. Enfim, pra falar do material só vendo... foi a primeira vez que eu deixei alguém tocar a língua nos meus mamilos no meio da rua, mas logo mandei parar pelo medo de vir alguém.


Enfim, foi uma delícia, uma loucura! Incontestavelmente, ele é gostoso.


Até que chegou a hora de ir embora, os amigos começaram a ligar pra ele e ele inventar mentiras pra não ir embora, dizendo que tava perdido na cidade, que não estava encontrando a praça e não sei o que, tudo pra ficar mais tempo com a Garota de Várias Faces. De fato, ele gostou... e não é vaidade minha... ele desdobrou os amigos pra ficar mais tempo comigo, ficou excitado o tempo todo, e o corpo fala né, os olhos da pessoa diz quando ela tá gostando ou não. E os olhos, a boca, as mãos, o pênis dele me disseram que ele gostou muito.


E pra quem já me esnobou um dia, quando ficou comigo, quis repetir a dose, perguntou quando a gente ia se ver novamente. Eu disse, ah, cara, não sei, meu tempo é corrido. Mas pegou meu número de telefone e disse que ia me ligar, que mesmo meu tempo sendo corrido, eu faltar uma aulinha ia valer a pena.


Quando ele ia embora, eu pensava “lindo e pobre... tendo que ir mesmo sem querer pra aproveitar a carona dos amigos porque não tem carro e provavelmente nem dinheiro pra voltar”.


Hoje conversamos pelo MSN.


Ele quis fazer o tipo sonso. Segundo meu amigo Edilson, o homem tipo sonso é aquele que ta afim da mulher, mas não corre atrás, sabe que ela também ta afim e prefere que ela venha correr, a fim de evitar cobranças, pra que quando a mulher for cobrar alguma coisa, ele dizer “quem veio atrás de mim foi você”. Enfim, ele fez mais ou menos esse tipo. Demorou pra falar dos finalmente.


Conversamos sobre várias coisas banais como se nada tivesse acontecido na noite anterior até que ele perguntou, “e aí? Vai querer terminar o que a gente começou a fazer ontem?”.


Eu falei pra ele que era virgem.


Ele não acreditou, disse, “ah, mas você já me disse que tinha perdido... qual é, se não quer, fala”.


Eu disse pra ele que jamais disse isso, que não há nem possibilidade, se nem sobre sexo eu nunca falei com ele.


Ele mencionou: “e aquele dia que você disse que tava com muita vontade”.


Lembrei do dia. Realmente eu dei a entender de que era vontade de sexo. E era mesmo. Mas eu nunca fiz e ponto final.


Eu disse pra ele, que ele fez confusão, que não era de sexo que eu tava falando.


Ele perguntou se haveria possibilidade de transar com ele. Eu disse que jamais perderia minha virgindade com um ficante e perguntei “você só quer sexo comigo né?”


Ele foi sincero: “no momento sim, mas se você não quiser, não tem problema não”.


A sinceridade dele doeu em mim. Nós mulheres achamos ruim quando o cara mente fingindo que tem sente alguma coisa por nós e achamos ruim quando o cara fala com sinceridade que não quer nada além de sexo. É, realmente, somos complicadas.


Eu o convidei para brincar e eu continuar virgem.


Depois de muito lenga lenga, conversa pra cá e conversa pra lá, ele falou que é melhor não, porque ele não gosta de ficar na vontade.


Eu disse que tudo bem, mas ainda aticei ao dizer que tive muita vontade de chupá-lo na noite anterior, mas que pelo jeito vou ficar na vontade mesmo.


Ele perguntou se mesmo sendo virgem, entraria numa pousada.


Eu disse que tenho medo de encontrar conhecidos.


Ele falou que tem uma pousadinha perto da casa dele e que lá seria muito difícil encontrar conhecidos.


Quando ele falou “pousadinha” me veio na cabeça pequenininha, baratinha... e me vi perdendo a virgindade com um cara que não vai dá a mínima importância pra o que ele ta furando, e ainda num quarto pequeno, apertado, quem sabe sujo. E me deu até nojo de mim mesma, me senti o preço de uma pousada dessas R$10,00 quando ele me fez essa proposta.


E decidi que não vai acontecer mais nada, que não passou de amor de uma noite, de duas horas, sem conteúdo e sem lógica.


Mas o pior é que o corpo pede pra aceitar, foi muito prazeroso ficar com ele, e o meu instinto pede bis.


E agora estou com um diabinho ao meu lado dizendo “Garota de Várias Faces, vai, ele é gostoso e faz do jeito que você gosta, deixa de orgulho e não perde essa”. E com um anjinho do outro lado dizendo “Garota de Várias Faces, você vale muito mais que R$10,00, esse cara não te merece, e não te convém fazer isso. Você é linda, gostosa, inteligente e merece ser fudida num motel 5 estrelas com um cara que te ame de verdade e que te queira de segunda a segunda feira”.



























domingo, junho 05, 2011

Doce Veneno



Querido diário, por mais que provemos e apreciemos o doce veneno e sentir prazer, e continuar usufruindo, não queremos que os nossos dele prove porque sabemos que por mais que seja doce, é um veneno.



Eu passei a semana inteira desejando ... advinha? Um copo de cerveja! Bem gelada, bem loirinha, espumando... que delícia! Passei a semana inteira desejando e sem tempo para tomar essa tanto almejada. Hoje eu tive a oportunidade. Fui comprar lanche para a minha irmã e aproveitaria para comprar a minha galega.


Uma surpresa. A dona da lanchonete disse que não vende mais cerveja, que agora virou evangélica, que já não tava gostando mesmo de vender porque toda vez que ela vende o marido toma tudo e não sobra nada pra vender, e que quando vende atrai consumidores indesejáveis para a porta da lanchonete dela.


Fiquei bolada né, eu disse a ela que tava morrendo de vontade de tomar uma, mas que o bar tava cheio de gente, não queria entrar lá pra comprar. (Odeio ambiente de bar... homens tarados, pessoas bêbadas, mulheres vulgares). Ela me indicou uma lanchonete calma como a dela que vendia. Fui lá comprei 2.


Fui pra casa. Enquanto minha irmã e minha mãe comiam, eu bebia. Bebia rezando, exaltando, me deliciando. Que delícia! O quanto um corpo de cerveja faz bem...


Meu pai passou por mim e disse “ô, ta de alto astral hoje?”. Eu disse, “É que hoje eu comprei meu remédio pra depressão”.


Mas uma coisa me fez refletir.


Minha irmã deixou o copo de refrigerante dela cair no chão, e ela ficou sem o que beber. Minha latinha de cerveja ainda estava cheia. Mas eu sou incapaz de oferecer uma gota de cerveja para a minha irmã.


Cerveja relaxa, distrai, anima, faz bem. De uma certa forma nos faz esquecer dos problemas, ou dá menos importância para eles, nos deixa alegre, e solta o palhaço feliz que há dentro de nós. Mas quem bebe perde a razão, a noção e a vergonha na cara. Faz o que o seu subconsciente quiser, e o resultado nem sempre é agradável, na maior parte das vezes, é vergonhoso. Ninguém bebe num dia e acorda orgulhoso do que fez quando estava bêbado. E além de ser uma droga, que pode causar um efeito vicioso e te deixar completamente dependente.


Não, eu não sou viciada. Cada um tem uma reação ao experimentar dessa droga, a minha é de prazer e não de vício. Mas eu sou incapaz de oferecer uma gota de cerveja à minha irmã.

sexta-feira, junho 03, 2011

Revelando a Doença



Querido diário, venho responder a postagem abaixo, em que eu dei detalhes de um problema que venho enfrentando, e não quis dizer que doença realmente era. É uma coisa realmente muito séria e difícil de lidar. Os leitores acharam simples demais e fizeram comentários até meio que caçoadores. Mas o negócio é sério.



Mas eu até entendo os comentários dos leitores, eles confundiram o meu problema com preguiça, porém não é. O que eu tenho é procrastinação. Já ouviu falar disso?


A procrastinação é um resultado de uma desordem psicológica ou mesmo fisiológica.


Geralmente, os problemas psicológicos que conferem a procrastinação são baixa auto-estima e mentalidade autodestrutiva. Quem lê meu diário sabe, o quanto a minha auto-estima anda lá embaixo, na verdade, me sinto um lixo e o quanto a minha mente tem pensado loucuras.


Ou ainda, pode ser um problema meramente fisiológico. Pode ser uma lesão no córtex pré-frontal, parte do cérebro responsável por desenvolvimento de ações e planejamentos.


E ainda a minha doença pode também estar associada à depressão.


As conseqüências é que são de fato horríveis, estresse contínuo, sensação de culpa, perda de produtividade. É horrível!


Há 2 tipos de procrastinadores, o primeiro é o procrastinador relaxado e o segundo é o procrastinador nervoso. O procrastinador relaxado é aquele que transfere as suas atividades, ele deixa de fazer uma coisa que te dá desprazer, para fazer uma coisa que te dá prazer, é o típico cara que abandona a sua vida profissional, mas não a sua vida social. O procrastinador nervoso abandona sua vida profissional e social também, é o tipo de pessoa que quer trabalhar, quer estudar, mas adia as suas obrigações, quando se dá conta da diminuição de tempo para executá-las, se sente estressado, culpado e apreensivo. Eu me adéquo ao segundo tipo.


Eu costumo comparar a procrastinação com a bulimia. Na bulimia você não quer comer, come e se sente culpado. Na procrastinação você não quer relaxar, relaxa, e se sente culpado.


As pessoas costumam classificar a procrastinação como uma doença rara. Eu não acho que seja rara e sim desconhecida. As pessoas costumam confundi-la com preguiça. Eu costumo dizer que a procrastinação é um estado agravado da preguiça. Preguiça é aquela moleza que você sente por um período pequeno de tempo. Procrastinação não é uma moleza, é uma desmotivação, e dura muito mais tempo que a preguiça. Só pra vocês sentirem a pressão, eu tive 15 dias para estudar Cálculo e só fui estudar em menos de 24h para a execução da prova. Eu já passei dias em casa, deitada na minha cama, não saía de casa, não ia à faculdade, não tomava banho.


De fato, é uma doença que merece mais conhecimento da sociedade e mais respeito, afinal, um procrastinador não é um preguiçoso e sim, um doente mental.





quarta-feira, junho 01, 2011

A Minha Doença


Querido diário, eu estou com um problema sério que já me dominou faz tempo, é tão grande, tão forte, que eu não consigo lutá-lo contra e vencer. É uma doença que parece não ter cura.



A minha doença me faz dormir muito. Sinto muito, muito sono. Quanto mais eu durmo, mais quero dormir. Enquanto os médicos dizem que o ideal para uma pessoa dormir é 8 horas, e enquanto que pessoas que estudam e trabalham dormem 5 horas, eu acabo dormindo 11 ou 12 horas por dia. É muito, muito sono.


O grande perigo é quando deito no sofá ou sento pra relaxar, corro o perigo de ficar por lá mesmo, e nunca mais me levantar. É como se algo tivesse domínio sobre o meu próprio corpo, eu não consigo dominar, eu não consigo.


Não, a minha doença não é falta do que fazer. Eu tenho muitas atividades, muitas cobranças, metas a realizar. Mas a minha vontade é deixar tudo pro ar. É um cansaço permanente, quanto mais descanso, mais cansada eu fico. E quando vejo tudo que tenho pra fazer, me dá um desânimo, e aí eu nem começo.


Fazer trabalhos, estudar para as provas da faculdade, faço tudo de última hora e não sai nada que preste. Passou esse tempo em que eu não estudava nada e que me saía bem nas provas, de fato, agora é preciso estudar.


E o mais estranho de tudo é que eu não consigo estudar sem ser de última hora. Quando ainda resta muito tempo, eu relaxo, penso que ainda é cedo, que não precisa tanto. Mas quando restam poucas horas para execução da prova, a disposição vem estimulada pela pressão e pelo medo do mau resultado, e aí sim, eu estudo, mas já não resta muito tempo.


A minha doença tira toda a minha produtividade. Sem exageros e vaidade, eu sou uma pessoa muito inteligente, sei que a minha capacidade vai além do céu. Mas a minha doença me faz deixar de aprender muita coisa, de fazer coisas para o meu crescimento profissional e pessoal também. É como se eu já estivesse morta, não faço nada, não sei nada, não sou nada.


A minha doença toma todo o meu tempo. De fato, eu não tenho tempo pra nada mais, nem pra estudar, nem pra me divertir, trabalho como uma operária do século XX para a minha doença, e o pior de tudo, sem remuneração nenhuma.


A minha doença me faz perder as metas que eu tenho de longo prazo. Metas como me formar, ser aprovada num concurso público, conseguir um bom emprego, ter minha independência financeira. Eu sei que a minha doença deixa essas metas cada vez mais distante, cada vez mais impossível.


Falta-me energia, disposição e motivação pra tudo. O meu entusiasmo é deitar numa cama e dormir. Mas acredite, diário, isso é muito triste. É triste ver a vida passar e você continuar no mesmo lugar, em ver a sua capacidade jogada no sofá. E sei que isso só depende de mim para modificar, mas eu não tenho mais forças, eu não consigo dominar.


Eu estou doente, diário, e você sabe qual é a minha doença, mas é um segredo nosso. Vamos deixar, que os leitores tentem adivinhar que doença é essa.