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sábado, maio 05, 2012

Carona Com Um Amor do Passado



Querido diário, eu não sinto saudade do passado. Ele estará sempre na minha lembrança como se tivesse sido ontem. Então como sentir saudade de uma coisa que pra mim foi ontem? Como sentir saudade de uma coisa que não me fez bem? Foi bom até aonde durou, eu nunca vou esquecer aqueles beijos na praça, aqueles amassos escandalosos em público, beijo na boca, tapa na bunda, puxão da cabelo, com força, tudo isso na frente de todo mundo. Como vou esquecer dessa cara de pau que eu tinha, como esquecer daquela cara safada e cínica dele. Está tudo na minha lembrança, mas obrigada, eu não quero mais.


Querido diário, por ter passado a madrugada na net escrevendo no blog e fazendo trabalhos da minha irmã, eu acordei tarde no dia de ontem, praticamente às 13h. Sendo que eu tinha aula às 15h. Estava cansada, com sono, atrasada, e sinceramente, não queria ir pra aula, utilizei tudo isso como desculpa para não ir, até que a voz da consciência começou a falar assim:

−Se lembre do seu período passado em que foi uma miséria porque você faltava demais e sem necessidade.

Não almocei. Aproveitei que estava de regime, e decidi não almoçar. Colaboraria com a sonhada barriga de tanque e com o atraso de me arrumar. Tomei banho, lavei meus cabelos, saí do banho, usei meu creme de pele de erva doce, e vesti uma das roupas mais sensuais do meu guarda-roupa. O meu bori vermelho. Um bori decotadíssimo, que além de destacar caprichosamente os meus seios, ainda afina a minha cintura. Homens que não sabem o que é um bori, é o mesmo que colan.

Combinei o meu bori vermelho com um short verde que eu particularmente não gosto muito porque é folgado e diminui as minhas curvas, e com a minha sapatilha rosa. Penteei os meus cabelos, e os deixei solto, depois de secos, ele mostraria a cor clara natural e os cachos bem delineados, também naturais.

Não dava tempo de fazer uma maquiagem completa, coloquei apenas um pó na cara pra dar um brilho, e um batom lilás clarinho, que com o gloss, ficava mais claro ainda. Usei meu perfume ekos pitanga, e fui à luta. A luta, entende-se à aula, que a preguiça quase me fazia perder.

O meu bori vermelho realmente me deixava muito sensual, e até o ponto de ônibus eu recebi muitas cantadas, de homens que estavam na rua, nos bares, nos carros passando pelo trânsito. E modéstia parte, eu adoro, me sentir poderosa e desejada é uma das minhas mais favoritas sensações.

Cheguei ao ponto de ônibus, fiquei lá escutando as buzinadas no trânsito que me paqueravam com uma das mãos na cintura, e outra nos cabelos. Até que me pára um carro e pergunta:

−Vai pra onde?

De início, eu não respondi, porque eu não dou confiança a estranhos, e pra mim não é novidade, homens desconhecidos me oferecerem carona. Mas a segunda olhada que eu dei pra aquele rosto, eu vi que não era desconhecido, e logo reconheci aquela cara safada.

Quase não acreditei que era Luiz. Pensei que nunca mais iria reencontrá-lo, até porque sempre andava nas redondezas onde ele poderia estar e nunca tinha o encontrado, e fui reencontrá-lo logo ali, tão longe, perto da minha casa. Depois de 3 anos sem vê aquela cara safada, eu quase não a reconheci.

Quando reconheci aquela cara safada, pensei em não responder e deixá-lo no vácuo, afinal, o tempo passou, mas eu me lembro de tudo, não terminamos amigavelmente, mas eu pensei: −Poxa, tanto tempo já passou, ele estava ali na minha frente com um sorriso que parecia não lembrar das nossas brigas, gentil ao me oferecer uma carona que eu realmente estava precisando, resolvi que dar trela as picuinhas do passado não era o melhor a se fazer naquele momento.

Aproximei-me do carro, disse que estava esperando o ônibus para ir à universidade, ele disse: −Vamos, eu te deixo lá.

Sorri, e aceitei a carona.

Fui simpática, já disse nada de dar trelas as picuinhas do passado. Ao entrar no carro fui logo demonstrando que já sabia das mudanças da vida dele ao perguntar sobre a esposa e filha dele.

Ele ficou surpreso ao saber que eu já sabia. Talvez, se eu não demonstrasse isso, ele nem me falaria que estava casado e que sua filha tinha nascido a poucos dias, é mentiroso, certamente diria que estava solteiro.

Ele quis saber como eu tinha ficado sabendo de tudo, eu não disse, mas eu digo a você, diário, que é mania minha procurar saber como andam as pessoas que já passaram pela minha vida, acho que na verdade, é mania de mulher, espiar pela greta do muro, depois de tantos anos passados, sempre bate aquela curiosidade de saber aonde aquela pessoa foi parar.

E ele foi parar aonde mais ou menos já imaginava. Na época em que ficávamos, ele começou a namorar outra menina, sem eu saber claro. Ela era virgem e eu também. Ela deu pra ele e eu não. Ela era apaixonada por ele e eu não. Ela fazia loucuras por ele, e eu não. Ela colocava a mão no fogo por ele, e eu não confiava nele. Ele era o amor da vida dela, e pra mim, ele era uma gostosa diversão, eu dizia que jamais namoraria Luiz. Paguei a minha língua e cheguei a namorar, por poucos dias, mas cheguei a namorar e terminei logo em seguida porque descobri o cachorro que ele era, antes eu só desconfiava, mas ali eu tinha certeza de que ele jamais poderia ser homem pra mim. Pois então, ele ficou com ela. Ela engravidou, casaram (entende-se morar juntos) e a filha deles nasceu há poucos dias.

Incrível como a vida dele mudou tanto, em tão pouco tempo, 3 anos. Quando eu o conheci, ele era um vagabundo, só queria saber de festa e academia. Era lindo, um moreno todo malhadão, uma tentação irresistível. Hoje em dia, quase não o reconheci, porque ele parou de malhar, tava com cabelo diferente, com roupa diferente, a vida dele mudou, hoje ele trabalha (e na minha cidade, por isso estava ali), tá casado, com filha, estudando engenharia civil numa instituição particular. Mudou muito.

E na minha vida, acho que a única coisa que mudou foi que eu entrei na universidade, e na época eu era estudante de ensino médio. Deixe-me ver, que eu fiquei mais bonita, porque me tornei mais vaidosa, que eu me tornei mais safada, porque naquele tempo eu era muito nova e ele foi um dos meus primeiros homens. Mas as minhas mudanças foram meramente normais, cronológicas, entende? Nada forçado contra o tempo, ah, talvez meio atrasada sim, porque até hoje eu continuo virgem. Até eu hoje eu não namorei mais ninguém. Mas eu não me preocupo com atraso, assim estou bem. Outra coisa que também mudou, foi que na época em que ficava com ele eu era karateca, e abandonei o karatê, mas já estou pra voltar de novo, inclusive já fiz a minha inscrição.

E no caminho até a universidade fomos conversando, ele perguntou se eu andava namorando muito, eu disse que estava sossegada, mentira, rs. Ia falando sobre o meu curso, a procura por emprego, das pessoas que faziam parte das nossas vidas naquela época. Perguntei sobre uma amiga minha, que hoje é uma colega distante, mas que na época chegamos a brigar por causa dele. Ele disse que a tinha reencontrado um dia desses no shopping com o namorado, gorda como nunca.

Eu falei que ele tinha mudado demais, e perguntei se eu tinha mudado alguma coisa, ele sorriu, fez aquela cara safada, e disse que eu só mudei em uma: − Estava mais gostosa!

Eu sorri, e disse que eram os olhos dele.

Chegamos até a universidade, antes de sair do carro, eu disse: −Deixa eu te dar um cheiro... / Ele fez aquela cara safada como se cobrasse a carona com um beijo na boca, eu dei um beijo no pescoço dele, deixando a marca do meu batom, agradeci a carona e ele disse: −Até mais.

Senti-me atraída dentro do carro, mesmo depois de tanto tempo, mesmo ele não sendo tão bonito como antes. E sei que ele também quer, afinal, hoje sou muito mais interessante do que eu era quando estava com ele, e também para dar aquela finalizada, pois a gente nunca fez mais do que beijos na boca e mão boba.

Ele talvez nem acredita nisso. Mas ele foi o meu quinto ficante. O primeiro pênis que eu peguei, e por cima da roupa. Apesar de meus beijos serem fogosos e calorosos, e na época, eu já ter 16 anos, eu estava apenas começando.

Através de Luiz, eu conheci as pessoas mais populares e safadas da cidade, homens e mulheres, homens gostosos e safados que eu peguei, e piranhas, algumas até prostitutas que pegava os mesmos homens que eu pegava. E depois de Luiz, eu fiquei com 4 amigos dele.

E ali, mais uma vez, depois de 3 anos, eu estava me sentindo atraída de novo por ele. E fiquei pensando o porquê que eu não ficaria... Ah, Garota de Várias Faces, você não é de negar homem, talvez seria excitante relembrar coisas do passado, satisfazer a vontade que eu tive naquele momento, afinal, ele era um imprestável, sonso e mentiroso, mas a pegada dele era boa, fora aquele pênis que você nunca viu, mas sentiu e parecia ser grosso, agora você iria poder ver, tocar, chupar e se deliciar. Ah, vai perder essa oportunidade? E agora ele tem uma casa, onde vocês podem ficar mais a vontade, vai mesmo perder essa oportunidade?

Pois eu digo, vou sim, pra que eu vou querer comer carne repetida, e ainda carne velha, de tantos anos atrás. Eu não sou caranguejo pra andar pra trás, é pra frente que se anda. Ele não me deu o valor que eu merecia, me fez muito mal, me tratou de uma forma que eu não merecia. O passado passou, mas eu me lembro de tudo perfeitamente. Ele sumiu da minha vida, e isso foi uma escolha que ele fez, há tantos anos atrás, e hoje não convém voltar atrás. Ele decidiu ficar com outra menina, e agradeço a Deus, por ele ter escolhido ficar com ela, porque talvez se ele tivesse escolhido a mim, hoje seria eu, a corna, idiota, mãe jovem, que perdeu a juventude dela por um cara que não presta e por um filho inesperado. Obrigada, meu Deus, pelos rumos que a minha vida tomou! Hoje eu estou numa melhor, e não preciso mais dele, não me sinto só, fico com homens mais bonitos, mais deliciosos, e aprendi a ter amor próprio, a excluir da minha vida pessoas que não me querem bem e de não dar a mínima chance de elas se reaproximarem.

No carro, eu não peguei número telefone dele e nenhum contato. Quando cheguei em casa pensei em adicioná-lo no facebook, mas não, é melhor evitar qualquer proximidade, manter esse amor do passado no passado, deixar que essa carona seja apenas uma carona, uma surpresa inesperada, um encontro por acaso, anos se passaram, e Luiz não faz mais parte dos meus interesses, ele quis sair da minha vida, e hoje eu não preciso mais dele.

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