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segunda-feira, abril 30, 2012

Eu Não Tomo Jeito



Querido diário, eu não tomo jeito. Eu faço promessas atrás de promessas, de que vou me tornar uma pessoa melhor, mais responsável e passar a cuidar mais de mim. Nos primeiros dias, eu até vou cumprindo a promessa, mas depois, me deixando levar, e o fim é sempre o mesmo.

Eu continuo porca, sem tomar banho com freqüência, com cabelo há séculos que não hidrato, acho até que a minha hidratação cara de 1kg vai perder a validade, há meses eu não faço hidratação na minha pele, e minha pele tá voltando a ser a mesma merda que sempre foi cheia de espinhas e cravos.

Eu continuo perdida nos estudos. Sem estudar nada, faltando aulas por nada, passando semanas sem pegar num livro, num desespero sempre que é dia de prova, o desespero, tortura e culpa tomam conta de mim, e aí a crise, geralmente vem.

Hoje é um dia decisivo para essa crise vim ou não, hoje eu preciso ir fazer uma prova na faculdade, e se eu faltar essa prova eu vou ter que desistir da matéria, matéria essa que é a mais importante, e que eu já estou cursando pela 4º vez. Uma matéria que não é tão difícil, só precisa estudar e se dedicar, coisa que pela 4º vez eu não estou fazendo.

A prova é hoje às 15h da tarde, eu não peguei em nenhum livro, mal sei do que se trata o assunto. O que a depressão quer é que eu me isole numa cama, chore, cheia de culpa, durma, tentando esquecer esse dia escuro, desista da matéria e tente mudar mais uma vez. E aí vêm promessas atrás de promessas, nunca cumpridas, eu não tomo jeito.

E hoje, pra completar são duas provas, não estudei pra nenhuma, e o cansaço de uma noite acordada na internet teclando com amigos já começa a tomar conta de mim.

Vagabunda, preguiça, ordinária. É o que vocês devem pensar ao ler isso.

Talvez eu seja, eu sou, vagabunda, preguiçosa, ordinária. Mas dói em mim não conseguir mudar, querer mudar e só ficar no querer. Descuidar-me a ponto de passar dias sem tomar banho, meses sem hidratar a pele e o cabelo, não conseguir estudar as matérias e ter que perder uma coisa que eu sei que eu tenho capacidade de ganhar, que é o sucesso. É triste, e eu, muitas vezes, como agora, me sinto inimiga de mim mesma, me sinto perdida.

Eu continuo sem tomar banho, sem estudar, sem procurar ajuda psiquiátrica. Eu não tomo jeito.

sábado, abril 21, 2012

Aventura Com Homem Casado



Querido diário, ele tem magia naquele corpo perfumado. É o perfume do pescoço, do corpo, do pênis. É o perfume que me enlouquece. Sua beleza acende em mim uma chama quase inapagável. Ele tenta apagar o meu fogo, meio que impressionado com essa garota quente. Ele tenta apagar o fogo, e mesmo assim não consegue, eu nunca estou satisfeita, sempre quero mais. E dele, eu queria (ou quero) mais.


O nosso caso é proibido. Proibido aos olhos da sociedade, para mim não há nenhum impedimento. O que me impede de ficar com ele, se eu desejo aquele corpo, aquele brilho safado nos olhos, aquela boca carnuda... Ele é casado, mas também é aventura, prazer, tesão. E essa aventura, prazer, tesão, não deve, ou não deveria acabar por uma simples falta de encaixe.

Eu conheci ÉLio através da internet. Adicionei no facebook, acho que devo ter visto no facebook de alguém, achei bonito, e adicionei. Logo ele aceitou e pediu o meu MSN. Conversávamos muito, e ele sempre muito simpático e agradável, mas o que eu queria não era conversa, nem simpatia, era aquele corpinho.

Uma coisa curiosa, ele elogiava meu corpo, minhas fotos, dava todos os sinais de que me queria, mas no fim, resistia. Uma vez ele me disse que eu era uma tentação difícil de resistir, eu disse: −Resiste porque quer.

E ele continuava a elogiar minhas fotos, às vezes até com comentário meio ousados, quando uma vez eu coloquei uma foto de biquíni no MSN, e ele disse pena que só mostrava a parte de cima. Eu, louca pra que rolasse, às vezes até me irritava com aquele cara que me instigava e ao mesmo tempo salientava que não podia porque era casado.

Até que um dia ele parou de resistir, e disse que queria me ver sim, eu até fiquei meio pensativa, pensando: −O que será que deu nele?

Na semana em que íamos nos ver, ele teve que viajar, trabalha num escritório de contabilidade, mas também vende roupas, e teria que ir viajar pra comprar os produtos. Nessa semana eu ainda estava de férias de uma das instituições onde estudo.

Quando ele voltou da viagem, me mandou uma mensagem dizendo que tinha chegado e queria me ver. Tarde demais, as minhas aulas da outra instituição já tinham começado. Fiquei sem tempo de ir vê-lo, estudando pela tarde e noite, e ele trabalhando pela manhã e tarde.

Nessa minha semana de férias, fiquei com Edmar, como contei no post “Cravos e Rosas”, e daí então não fiquei mais com ninguém. Não por falta de opções, e sim de tempo, como vocês podem ver, eu passei muito tempo sem postar nada no blog, estudos e atividades diárias me ocuparam muito.

Quarta-feira, dia 18, foi o dia D, o dia de Élio. Coisa que nem eu esperava, não planejei nada, e geralmente, essas coisas imprevisíveis são as melhores. Saí de casa às 11:50 da manhã, estressada, meio tensa, com uma prova que iria ter a noite. E ainda por cima carente, de fogo, de tesão, eu não queria prova, queria homem.

Assisti aula a tarde inteira na instituição X, e fui fazer a prova na instituição Y. Fiz bem a prova, e me senti aliviada.

Eu achava que o professor iria dar aula depois da prova, mas liberou a gente às 20:30. Fiquei em dúvida se iria pra casa, se ligava pra algum bofinho, ou se ficava lá de bobeira esperando meu ônibus que chegaria às 22h.

Se eu fosse pra minha casa, chegaria mais cedo, tipo sempre chego às 23:30 e nesse dia chegaria às 21:15 por ae. E ainda poderia fazer coisas que eu estava precisando como unhas, depilação e estudar. Mas se fosse pra casa também teria que gastar dinheiro, correr risco de assalto, pois a zona da instituição até o ponto de ônibus é extremamente perigosa naquele horário, e fala sério, o que eu tinha pra fazer em casa, poderia muito bem, fazer depois.

Se eu ligasse pra algum bofe. Estaria fazendo um bom negócio. Teria prazer, estaria suprindo as minhas necessidades, e ainda estaria aproveitando uma oportunidade rara, que é tempo livre. Mas aí eu não estava em condições de me encontrar com alguém, já no fim do dia, sem maquiagem, com aquele cheirinho de priquito no ar pedindo banho. E ainda estava com a txequinha peluda, com a unha quebrada, com a sobrancelha pra fazer, com o telefone bloqueado, teria que ligar a cobrar. Coisas assim extremamente chatas quando se trata de um encontro, e ainda mais de um primeiro encontro.

Pensei em ir pra casa, mas em 5 minutos decidi ligar pra algum amante. A carência falou mais alto, eu tava mesmo subindo pelas paredes, precisando de homem pra ontem.

Resolvi ligar pra alguém. Eu tinha 5 pessoas na fila, e o mais desejado era Élio, o gostoso agradável casado que eu conversava pelo MSN. Mas também poderia ligar pra Edmar, o meu amante número 1, que eu não o via faz um tempão.

Mas fala sério, 1 mês sem ficar com ninguém, iria ligar pra carne repetida? Não mesmo, deixa eu ligar pra o mais desejado primeiro, e se o outro não puder ir, eu ligo pra o meu amante.

Liguei pra ele, nunca tinha falado, escutado a voz dele, nunca tinha ligado, só conversávamos pela internet e por sms. Era uma voz normal do jeito que eu imaginava.

Liguei a cobrar, não tinha outra alternativa, tava com a conta do celular blockeada. Só que além de ligar a cobrar, eu liguei com número confidencial, pois havia configurado o celular assim esquecido:

−Alô, quem é?

−Oi, Élio, é a Garota de Várias Faces.

−Garota de Várias Faces?

−É sim...

−Ah, sim, é que você ligou com número confidencial, aí fica difícil de retornar...

Disse que tava sem aula e com tempo disponível para vê-lo. Uma hora daquela, ele nem sabia onde era a instituição Y, mas eu expliquei mais ou menos aonde era, e ele disse que ia tentar dar um desdobro na mulher, e depois me ligava pra confirmar.

Beleza, desliguei o telefone e esperei.

Enquanto esperava, sabe quem apareceu? Giovanna, aquela lésbica do post “Férias de Homem”. Até hoje ainda não fiquei com ela, às vezes a gente quer e falta tempo, às vezes tem tempo, mas eu estou ocupada com algum cara. E naquele momento era propício.

Ela apareceu, falou comigo e eu abracei e dei um cheiro nela lá mesmo na lanchonete, na frente de todo mundo. Ela ficou até meio sem graça, afinal, bissexual incubada também. Ficamos lá conversando bobeiras, conversa vai, conversa vem, rolava aquele clima, o momento estava propício, eu sabia disso e ela também, eu estava sem aula, sem fazer nada e ela também. Só que eu não podia fazer nada naquele momento, afinal, estava esperando Élio, agora se ele ligasse dizendo que não poderia ir, eu teria ficado com ela.

Na hora em que a conversa parou, o assunto acabou e o clima aumentou, Élio me liga, dizendo:

−Garota de Várias Faces, eu vou sim, viu, pode me esperar, que eu tô chegando.

Fiquei sem graça, pois teria que dar um perdido em Giovanna, fazer ela entender que eu não poderia ficar com ela naquele momento, mas também não demonstrar que eu iria ficar com outra pessoa. Eu fui comprar um halls e ela um suco de laranja. Fomos andando até aonde estava os amigos dela, e lá disse que teria que ir embora. Dei um abraço nela, e fui.

Sentei em um dos bancos da frente, para esperar Élio. Enquanto chupava meu Halls, eu ficava pensando na condiçãozinha mais ou menos em que eu me encontrava, cabelo e maquiagem estilo “esquisitos do fim do dia”, com sobrancelha pra fazer, um encontro inesperado me pegando desprevenida. Até que parou um gol preto lá, pensei em ser ele, e justamente nesse momento, o telefone tocou, não era ele. Ele estava ao lado e o carro dele era um gol prata que estava com o farol aceso. Carrinho bacana, gol novo, completo, ar condicionado e tal.

Fui até ele. Sabe aquela sensação de entrar no carro de uma pessoa que você não conhece e que você nunca viu, e que ainda você está ansiosa pra ver? Aquela sensação de insegurança.

Quando eu entrei, me impressionei. Lindo. Muito mais bonito pessoalmente, uma graça, eu ainda o acho mais bonito do que Heliéser, o dançarino da Calcinha Preta que eu também tava pegando e também admirava demais a beleza dele.

Eu não me controlei e falei:

−Poxa, que lindo, ainda mais bonito pessoalmente!

Ele disse que nas fotos eu tenho uma cara de menininha, que pessoalmente eu tinha cara de mulher, e que gosta assim.

Ele perguntou pra onde a gente ia, eu disse que por ali mesmo pois teria que pegar o ônibus às 22h, e já era umas 21h.

Quando a gente chegou no lugar, deu a louca nele, e ele queria beber água, não podia entrar pra beber na instituição, porque é casado, não queria ser visto, fui comprar água pra ele na lanchonete, pois também não queria sair do carro, casado, né.

Comprei a água, e levei. Ele bebeu e perguntou se eu também queria, eu disse: −Não, eu quero você!

E fomos indo para a rua deserta. Eu disse a ele que fosse o mais rápido possível, porque logo logo eu teria que ir pegar o meu ônibus, isso já era 21:15h.

Fomos para o banco de trás, e comecei a dar o meu show. A beijá-lo, chupar o pescoço e a orelha dele, gemendo alto e sussurrando em seu ouvido. Ele logo ficou louco.

E tudo aconteceu muito rápido, acho que 5 min depois ele já tava tirando a minha blusa, eu não controlei, e exaltei e disse: −Calma, meu amor.

Ele disse quase gemendo: −É que você fica me instigando, pô!

Verdade, eu que fiquei instigando, que fui logo insinuando o sexo, com beijos ardentes. E logo ele queria colocar o pinto pra fora, eu segurava a mão dele, evitava e tal, pois só tinha 5 minutos que a gente tava ficando. Mas eu sabia, e na verdade eu já pensava em fazer isso quando conversava com ele por MSN, sabia que naquela noite eu iria chupar.

Ele tirava a minha blusa, e a ânsia e o desejo em que ele ficava por chupar os meus peitos, me excitava. Parecia que tava vendo peito pela primeira vez na vida, e a excitação dele me excitava.

Fui logo inventando a mentira de que estava menstruada pra ele não tirar a minha calça, pois eu não estava pronta. Você tá cansado, diário, de saber que quando me pegam desprevenida e não estou depilada, eu digo que estou menstruada e não tiro a roupa, sendo assim, de mentira eu fico menstruada várias vezes no mês.

E aí veio o momento mais esperado da noite. Em que ele colocou pra fora. Se já achava ele lindo, o achei mais lindo ainda, pois o pinto é perfeito, do jeito que eu gosto, grande e grosso, a neca dos deuses.

Eu adoro chupar, e quando o pinto é grande e grosso então... Fui logo caindo de boca, primeiro dei um beijo no pinto, depois fui passando a língua de baixo pra cima, fiquei passando a língua na cabecinha e aí ele já começava a gemer e soltar frases, como: −Isso, Garota de Várias Faces, ai, que gostoso!

E aí fiquei sugando a cabeça, e o tanto do pênis que eu agüentava na minha boca, ficava tentando apertar o pênis na minha boca, e ele enlouquecia, dizendo que já tinha valido a pena ter vindo me ver, que tinha ganhado a noite com aquela chupada.

E eu me deliciava, com aquele pênis enorme, grosso, gostoso, exatamente do jeito que eu gosto de chupar. A maior parte dos homens que a gente (mulheres) chupa vem com aquele cheirinho de pênis apertado na cueca, com aquele sabor salgadinho e outros ainda vem fedendo, o dele não tinha cheiro de nada, e nem gosto de nada, exatamente do jeito que eu gosto, me perdi lá embaixo. Foi sim, uma dos melhores pênis que já chupei.

Só não foi tão bom, porque ele queria que eu enfiasse o negócio todo dentro da boca, e aí é tenso, né, o pênis dele é grande e eu quase toda hora me engasgava. E também não foi tão bom assim porque ele quis que eu fizesse uma coisa que eu não faço de jeito nenhum, que é engolir gala, e não faço isso, você sabe, diário, por questões de segurança.

Aliás, ele não queria que eu engolisse, queria gozar dentro da minha boca, e depois queria que eu cuspisse. Eu não acho legal cuspir depois que o negócio já tá na boca, é quase como mais ou menos dizer “eu tenho nojo de você”, não acho isso bacana, ele ainda chegou a abrir a porta do carro, para eu cuspir, mas eu não quis, engoli. Eu não acho legal gozar na boca, mas já que gozou, acho melhor engolir, cuspir é pra os fracos.

E ainda depois de ter engolido a gala dele com aquele gostinho ruim, ainda chupei o pênis dele sujo de porra, uma delícia, rs.

E aí, depois de gozar, ele colocou pra dentro o negócio mole dele, e começamos a nos agarrar com menos intensidade. Mas aí, ele quis fazer uma coisa curiosa.

Advinha, diário?

Queria tirar foto dos meus seios.

Primeira coisa que me veio na cabeça, esse doido quer tirar foto de mim e colocar na internet pra me lascar. Mas aí ele quis tirar foto só dos meus seios, sem mostrar o rosto, e até deixou que eu mesma tirasse.

Eu perguntei pra que ele queria essas fotos, ele disse que era pra ficar vendo de noite antes de dormir.

Achei mais estranho ainda.

Segunda coisa que me passou pela cabeça: −Esse homem é louco, qual a graça pra um homem casado, que tem uma mulher do lado na cama, ficar vendo fotos de peito de outra mulher no celular?

Terceira coisa que me passou pela cabeça e a mais provável: −É pra mostrar pra os amigos, pô, a gostosa que pegou na noite anterior.

Mas o escuro do carro e a falta de flash na câmera do celular não permitiu que a gente tirasse essa foto.

Ficamos de trocar fotos pelados depois pelo MSN.

Ainda ficamos nos beijando um pouco e conversando um pouco.

Ele disse:

−Você tem quantos anos mesmo?

−18

−Mentira, você não tem 18...

−E por que eu não teria?

−Sei lá, menina de 18, atitude de 25

E eu pensei, tenho atitude mesmo, fui logo beijando e chupando, acho até que o surpreendi.

E eu ficava admirando o corpo dele, olhos castanhos claros, boca grande e carnuda, corpo malhado, pele bronzeada, parece ter bem menos da idade que ele tem, 28.

Eu ficava passando o dedo do pé no mamilo dele, fazendo cara de safada selvagem...

Ele disse:

−Você tá azeda, né? É de onde mesmo?

−Da cidade X.

−Ah, eu sempre vou lembrar, quando me falarem dessa cidade, eu sempre vou lembrar que mulher desse lugar é fogo... Você é muito fogosa, um homem frouxo corre de você.

Me impressionei e fiquei meio que com uma cara de cu quando ele falou isso, nunca vou esquecer dessa frase “Você é muito fogosa, um homem frouxo corre de você”. Gostei dessa frase, vou passar me auto-definir sexualmente com ela, rs.

Beijinho pra cá, beijinho pra lá, chupadinha na orelha e no pescoço pra lá e pra cá, e logo ele me disse que tinha que ir embora, se não a esposa dele iria desconfiar, eu também tinha que ir embora pra pegar o meu ônibus.

Pedi pra ele mandar a minha sandália e a minha bolsa para o banco de trás, e de lá mesmo eu fui embora. Dei um beijo na boca dele, e fui.

Fui adiantando os passos pois a rua era escura e perigosa, e pensando que finalmente fiquei com o Élio, o casado gostoso do meu MSN, que finalmente eu tinha tirado o pé da lama, tinha um mês que eu não ficava com ninguém. Foi bom. Ele é muito bonito, e até aquele momento, havia sido agradável, mas a pegada não foi lá essas coisas, eu não saí de lá molinha e nem mais leve quando saio realmente de uma pegada boa. Faltou muita coisa que eu gosto, faltou me bater, puxar meu cabelo, chupar meu pescoço apertando meu corpo, acho que foi tudo muito rápido, por isso não foi melhor. Mas foi bom sim.

Como todos sabem, eu dou nota a todos os meus ficantes. Pra beleza dele eu dei 10, pra pegada dei 7, e pra o modo que ele me trata dei 7,5, a média foi 8,1. Média muito boa e eu o elegi o meu amante nº 1, ou seja, eu ainda contava de que ficaria com ele várias vezes, que ainda iria me divertir muito com ele, e que ainda iria sentir deliciosas e magníficas sensações, e que teria um amante e amigo sempre que eu precisasse.

Mas as coisas não aconteceram como eu esperava, me surpreendi com o que veio depois.

Apesar de toda safadeza, prazer e tesão, tem um porém nessa história, nem tudo é um mar de rosas, eu sou virgem, e já não sabia como contar isso pra ele.

Eu pensei que ele não fosse acreditar e que sairíamos outras vezes pra ele comprovar. Mas as coisas aconteceram bem diferente do que eu esperava.

Conversando no MSN, ele me perguntou se eu gostava de transar de 4.

Eu comecei a rir e disse que tinha uma coisa pra contar. Ele ficou curioso, acho que nem esperava isso, e eu disse:

−Eu sou virgem, amor, ainda não fiz penetração.

Achei que ele deve ter ficado surpreso, mas surpresa mesmo fui eu que fiquei, quando ele disse:

−Amor, então infelizmente a gente vai ter que parar por aqui...

Eu disse:

−O quê? Como assim?

−É, eu não gosto de tirar a virgindade...

Sim, e nessa questão toda quem era que estava pedindo pra ele tirar a minha virgindade?

A conversa continuou...

−Mas você gostou daquele dia no carro...

−Gostei sim, mas eu achava que você já era uma mulher completa, se eu soubesse que você era virgem eu não tinha nem ido.

O cara que até então era agradável, que me tratava bem, morreu aí, como me diz algo do tipo “se eu soubesse que você era virgem, eu não tinha nem ido”, “eu não gosto de tirar a virgindade”.

Primeiro, eu só informei que era virgem, em nenhum momento eu dei a entender de que queria perder a virgindade com ele, até porque, meu bem, eu não quero! Segundo, dizer que não iria se soubesse que eu era virgem, me fez sentir diminuída.

Primeiro, eu disse:

−Foda isso, viu, você gostou e mesmo assim não quer repetir, não gosta de tirar virgindade, só vai me querer depois que eu perder, mas beleza, vou fazer o que você se você pensa assim...

Depois ele disse:

−Não tenho prazer em tirar a virgindade, eu me enganei, eu não sabia que você fosse assim, se eu soubesse não iria, até porque eu sou casado, e não gosto de estar pegando menininhas, e sim mulheres, porque aí eu sei que não vão se iludir comigo...

Nesse momento acho que até saiu um sorrisinho sarcástico do lado da minha boca, que estava séria até então, kkk, coitado. Ri da ingenuidade dele ao pensar que eu posso me apaixonar por ele, e resolvi abri os olhos dele dizendo o seguinte:

−Beleza, então pelo jeito não vai rolar nunca mais, porque não é quando eu estiver fudendo que eu vou ligar pra você dizendo que já pode, e se você não quer menina capaz de se iludir com você... por que eu iria me iludir com você, Élio? Você não é o tipo de cara que eu procuro pra namorar, o que eu quero com você é prazer, é só isso. E ainda acho mais legal sair com um homem casado porque é uma aventura ainda maior. Se eu te trato com “meu amor, meu bem, e coisa e tal” é só uma forma de carinho, eu gosto de você como pessoa, e gostei de você naquele dia como amante, mas eu nem quero que nada se desenvolva, até porque você é casado e pai de família. Eu não sou nenhuma menininha não, eu sou vivida, se eu não perdi a minha virgindade até hoje é porque eu não encontrei a pessoa certa, mais merecedora pra isso, e eu vou tendo prazer do jeito que eu encontro, agora se você pensa que eu estou propensa a me apaixonar por você, tá muito longe disso, você é gato, faz meu tipo e tal, mas é só prazer, é só tesão.

Acho que ele deve ter ficado com a cara no chão quando eu falei isso. É mais um daqueles caras que só porque é bonito e tem carro, acha que toda mulher quer namorar com eles. Acha que se ele tirar minha virgindade, eu vou me apaixonar. Ah, coitado! O que ele não sabe é que eu sou mais exigente do que todas, e que homem como ele, pra mim só serve pra diversão.

Depois que eu falei, ele disse que tinha que sair do MSN, pois a esposa dele estava entrando no quarto, eu perguntei se a conversava continuava ou parava por ali mesmo, ele me respondeu:

−Continuaremos a conversar por muito tempo se depender de mim...

Nisso, eu entendi de que ele estava mesmo achando que eu estaria propensa a me apaixonar por ele, e depois que eu mostrei as minhas unhas que são pretas e seguras, rolaria mais vezes...

Mas hoje falei com ele duas vezes no facebook, e ele não respondeu.

Acho que é o fim desse caso proibido, da minha tão desejada aventura com um homem casado (sempre quis isso, a idéia de uma coisa proibida, me excita).

Acho que é o fim da safadeza, dessa aventura prazerosa, e olha só a minha cara de preocupada: =)

Ele é lindo, eu procuro defeito pra colocar na beleza daquele homem e não encontro, mas de homem gostoso o mundo tá cheio.

Eu não pensava que o fato de eu ser virgem iria causar um transtorno desse, já que a coisa ficou tão tensa assim, deixa eu ir cuidar dos outros que ainda estão na fila... Pode ter certeza, diário, outros gostosos virão!

segunda-feira, abril 09, 2012

Vida Complicada



Querido diário, estou em meio a muitos... eu não diria problemas, e sim complicações.

Muitas provas. Coisas que eu não estou dando conta. Irresponsabilidade minha, descuido meu.

Sozinha. Muito sozinha. Homens têm a qualquer lado, querendo meu delicioso corpinho e nada mais.

Conheci dois caras namoráveis. Sinto reciprocidade e interesse da parte dos dois, mas ao mesmo tempo sinto medo, muito medo, de acabar pisando em local errado e me machucar no final. Sinto medo de fazer tudo e depois não dar em nada, como foi com Miguel, como foi com Daniel. Desculpe-me, diário, eu não tô pronta pra nadar, nadar e morrer na praia, eu não preciso de um amor, de um ficante, de um affair, eu preciso de um namorado, eu quero um namorado, um alguém para apresentar a família e pra depois de alguns meses finalmente ter a minha primeira vez, eu quero um relacionamento que dure.

Não que eu esteja morrendo necessitando de um namorado, dessa fase eu já passei, mas a sociedade cobra, minhas amigas dizem que eu estou ficando pra titia. Daqui a 2 meses eu completo 19 anos, virgem. E também não posso viver a vida inteira com um e com outro, com ninguém que me leva a sério. Ontem foi Páscoa, alguém me deu ovo da páscoa? Não. Eu quero um alguém pra estar comigo sempre e principalmente nessas épocas do ano em que a gente se sente só, como páscoa, natal, dia dos namorados.

Preciso de um estágio. Preciso urgentemente pra ser sincera. Vi dois anúncios e me animei. Liguei pra um dos números, e me disseram que não é de empresa nenhuma, que eu liguei errado. Liguei para o outro número, me disseram que eles não estão contratando técnicos em química no momento, apenas os químicos de nível superior.

Tenho uma prova de fundamentos de química quarta-feira, eu ainda não sei de quase nada, e cadê a concentração pra estudar tanto assunto?

Complicado, ô, vida complicada.

Papai do Céu, me dá um emprego, um namorado e notas boas na faculdade, por favor.


sábado, abril 07, 2012

Mal Entendido Que Não Muda em Nada



Querido diário, há 1 ano atrás, eu conheci um cara muito interessante na faculdade, moreno, alto, forte, atraente, que também ficou louco por mim, me perseguia com cantadas, olhares devoradores, caras e bocas. Dormi no ponto. Acordei. Esse cara não olha mais na minha cara, passo por ele e ele faz de conta que eu não existo, fiz de tudo, o procurei, me declarei, mas não adianta, ele não me quer. É duro lidar com as mudanças, e entender que por mais duras que elas sejam, elas são normais, as coisas mudam, passam, principalmente pessoas, passam rápido demais.

Depois do último fora ( http://diariodagarotadevariasfaces.blogspot.com.br/2012/03/irresistivel-sendo-resistivel.html ) que levei de Daniel, eu sosseguei. Não por falta de vontade de correr atrás, mas por me convencer de que não tem jeito, nada que eu faça vai adiantar, afinal, eu já fiz tudo, até praticamente chamar ele para transar, e mesmo assim ele me ignorou, evitou. Enfim, sosseguei, parei de dar em cima dele.

Mas os meus amigos gays não sossegaram. Meus amigos não engolem o fato de ele ter me esnobado pelo fato de eu ser o tipo de mulher que todo homem quer, meus amigos não sossegam, acham que ele é gay.

Eu tava no MSN essa semana, quando um amigo meu veio me perguntar se poderia cutucar Daniel no facebook.

Vocês sabem, né, queridos leitores, vocês não tem nada de ingênuos e inocentes, se tivessem, não estariam lendo esse blog... vocês sabem muito bem que cutucada no facebook é um ato com segundas ou até terceiras intenções.

Eu disse:

−Pode cutucar, ele não é meu.

Quando o meu amigo abriu a página do facebook dele, uma surpresa:

Um amigo em comum GAY!

Eu e meu amigo Agnaldo já ficamos agitados achando que ele era gay mesmo pelo fato de ser amigo desse cara que é gay.

Meu amigo foi tirar a prova, ligou pra o amigo em comum e perguntou se Daniel era gay.

O amigo foi curto e grosso:

−Hã? Meu amigo, Daniel é mais do que hetero! Conheço ele porque estudamos juntos no ensino fundamental e desde esse tempo antigo somos amigos, já fomos para shows juntos e tudo, e atualmente ele namora a mesma menina que ele namorava há quase 3 anos atrás. Ah, e malho na mesma academia que ele, então sempre reencontro ele por lá.

Meu amigo veio todo afoito contar pra mim que Daniel não é nada do que a gente pensava e que o motivo do fora, é que ele NAMORA.

Irritada eu fiquei, magoada também, mas ao mesmo tempo fingia que não estava nem aí. Dizia que queria que ele explodisse, que ele e essa namorada dele morressem. Fiquei com inveja claro dessa união, porque se ele deixou de ter qualquer aventura ocasional comigo por causa dela, é porque ele deve amá-la. Em imaginar que enquanto eu ruía as unhas de raiva, ele poderia estar lá transando com ela. Dói demais pensar que tem alguém fazendo amor com a pessoa que a gente gosta.

E mais magoada ainda em pensar, que ele queria trair a namorada dele comigo, por alguma briguinha ou por algum desentendimento, ele veio me procurar pra dar um gostinho doce à vidinha medíocre dele. E que pior do que isso, ele desistiu no caminho, a consciência pesou e desistiu de trair a namorada comigo, me deixando assim morta de desejo.

Passou um filme na minha cabeça, e é claro em todas as cenas ele com ela, e eu aqui, irritada, carente.

Fiquei triste. Triste mesmo por ver que a minha vida amorosa é um campo minado, aonde eu piso sempre vai ter uma bomba. Em pensar que eu me culpava por ter trocado Daniel por Miguel, pensando em ter feito a escolha errada, se eu tivesse trocado Miguel por Daniel também seria a mesma merda, estaria errando também. Como eu posso ter forças para amar, se há 18 anos eu não sei o que é amor, ninguém nunca me amou.

Depois de passar um dia pensativa, pensando nisso, no objeto de uso que eu seria para Daniel, e que por fim, ele nem quis usar, descobri que isso não passou de um mal entendido.

O amigo em comum foi procurar saber se Daniel ainda namorava, e descobriu que o namoro acabou, confirmou que ele está solteiro, como eu sempre soube. Daniel sempre disse estar solteiro.

E o que isso muda? Em nada.

Ele estando solteiro ou com namorada não muda o cenário da história.

E mesmo ele estando solteiro, ele deve estar com algum envolvimento com ela. Pelo menos foi o que ele me falou, quando foi me explicar o porquê que não poderia ficar comigo, disse que não poderia ficar por causa de “umas coisas aê que envolvem a ex-namorada”.

Mas mesmo ele estando com essas “coisas aê”, ele está solteiro, coisa que não impossibilita em nada ficar comigo, é como meu amigo Agnaldo diz, ele não ficou porque não tem vontade.

Pois, fique a vontade, Daniel Figueiredo, fique a vontade pra fazer da sua vida o que quiser, ficar com a sua ex, com outra menina ou até se matar. Sei que é duro, sei que vou sofrer, mas não há nada que o tempo não apague, eu não ficar me importando tanto, cagando tanto, pra quem não tá nem aí pra mim, vou partir pra outra. Com mais experiência, com mais dignidade, vou procurar uma pessoa que mereça tudo que eu tenho pra dar.

terça-feira, abril 03, 2012

Notável Mudança



Querido diário, grande parte da minha vida eu fui menina recatada, tímida, estudiosa, pouco vaidosa, ou nada vaidosa. Isso veio da minha educação, meus pais sempre me diziam que eu tinha que ter um namorado só depois que eu entrasse numa universidade. Eu cresci escutando isso, e levei a sério.

A minha timidez e o temor que eu tinha aos meus pais me fez me relacionar com homens muito tarde. O meu primeiro beijo eu dei aos 15 anos, com um rapaz que eu conheci da internet, meu número, moreno, grande, forte, foi uma delícia. Foi meu primeiro beijo e sem dúvida, um dos melhores da minha vida. Era tamanha a dificuldade de me relacionar com alguém que o meu primeiro grande amor, e sinceramente o único da minha vida, foi um namoro virtual, um cara que eu apenas conhecia pela internet.

Mas um namoro com direito a tudo, telefonemas 3x por dia, cuidado, carinho, sexo, ciúmes, afeto. É, afeto, mesmo que hoje eu não seja nada pra ele, eu sei que um dia eu fui alguém, um dia eu fui a menina que ele ligava pra dar explicações porque não iria poder falar comigo no fim de semana, a menina que ele compartilhava a vida dele, que alegrava as madrugadas dele seja com sexo ou com um papo bom. Da parte dele foi um afeto, da minha foi amor, muito amor. Mas matei todo esse amor, queria eu guardar um parte, porque foi muito bonito, raro, mas matei porque ele não teve nenhum respeito por mim e nem pelo que nós passamos juntos. Tempo que durou 3 anos.

Nos meus 15 anos eu era uma menina de poucos amores, mas intenso, não nego. Nos meus 15 anos eu era uma menina muito aplicada nos estudos, eu vivia para os meus estudos.

No ano de 2007 eu fiz uma prova para estudar o ensino médio numa escola técnica federal, e não passei. Esse foi um dos primeiros baques da minha vida. Sofri muito, mas Deus me trouxe sonhos novos em que eu tive que recomeçar. Sonhos como ser aprovada no vestibular.

E assim desde 2008 eu passei a estudar muito e a me preparar muito para esse momento da minha vida que iria acontecer em 2010. Eu aprendi que o primeiro passo pra a gente conseguir uma coisa é se certificar se você quer mesmo essa coisa, assim eu tive que pensar primeiro na escolha do curso. Aprendi que não tem outra solução a não ser estudar, estudei muito. E além de tudo, é claro, é preciso controlar as suas emoções, aprendi a controlar as minhas emoções. Mas eu aprendi que para controlar as nossas emoções é preciso estar seguro, se você não estiver estudado o suficiente é claro que você vai ficar nervoso, mas mesmo não estudando o suficiente tem sim como manter a calma na hora H. Se você não estudou o tanto que devia confie naquilo que você sabe, na sua capacidade, tente colocar na sua cabeça não a mensagem “eu não estudei” e sim a mensagem “eu sei”, até, porque meus queridos, várias vezes na minha vida eu vi pessoas que estudaram menos passar na frente daqueles que estudaram mais. Outra forma de se controlar mesmo não tendo estudado o suficiente é não se comparar com ninguém, não dar nem atenção ao quanto as pessoas ao seu redor parecem estar preparados, isso faz parte do confiar no seu potencial e esquecer as pessoas que te cercam.

Preparei-me, chegou o dia D, e consegui. Realizei o meu sonho de ser aprovada numa universidade federal, e na universidade que eu sempre sonhei. Passei numa ótima colocação (entre as 5 primeiras) no curso de Engenharia de Materiais. Não foi o curso que eu sonhei desde os primórdios da minha vida, eu sei que eu sou química, eu gosto de química, eu vivo pela química, mas pela minha pontuação eu não pude escolher engenharia química, e também não tive a coragem de deixar de fazer uma engenharia para escolher um curso mais “subalterno” como química bacharelado ou licenciatura. Engenharia de Materiais é um curso muito interessante, que tem muita química, que envolve coisas que eu gosto, eu não me arrependo de ter feito essa escolha, eu quero concluir, eu quero fazer mestrado, doutorado, mesmo que um dia eu vá cursar uma química licenciatura pra dizer “eu cursei a química da minha vida”. Enfim, mas eu sou feliz sim com a escolha do meu curso.

Quando eu entrei na universidade, eu não nego, entrei cheia de expectativas, como falei no início do texto, sempre escutei dos meus pais que eu deveria namorar só depois do vestibular,então pra mim tinha chegado o meu momento. Ah, eu achava que na universidade eu ia encontrar um namorado rápido, que lá ia ter muitos homens de tantos tipos, que eu poderia me entregar e confiar sem medos.

Coitada, não sabia o quanto estava equivocada, mesmo tendo passado o vestibular, os meus pais me liberassem para namorar, aquele não era o momento, e eu custei a entender isso, que todos tem uma idade pra falar, pra começar a andar, e alguns demoram muito, e eu sou dessas pessoas, eu tenho 18 anos nunca namorei. Antes eu achava que eu tinha algum defeito, alguma falha de retardamento, mas hoje eu vejo que se até hoje eu não namorei, foi porque EU quis, porque EU tenho um padrão elevado de exigência, porque se fosse pra namorar com qualquer um eu já teria namorado faz tempo e com vários caras. Mas aí vocês me perguntam, e aí vai continuar nessa exigência toda e permanecer solteira pra o resto da vida? Sim. Se eu não encontrar uma pessoa que se encaixe no meu perfil eu não vou namorar nunca, eu prefiro ser feliz sozinha, do que ser infeliz com alguém. É como eu sempre falo, dinheiro e amor próprio é o que eu me basta pra eu ser feliz.

Mas há 1 ano atrás eu não pensava assim, pelo contrário, eu me sentia a pior pessoa do mundo porque não tinha um namorado, os leitores mais antigos acompanharam os textos cheios de melancolia.

Há 1 ano atrás eu entrei na universidade com o coração palpitando, ansiosa por encontrar um alguém, e logo me apaixonei por um menino da minha sala, Julio. Pessoa errada.

E além de ele ser a pessoa errada eu também fiz tudo errado. Não esperei o tempo passar, para conhecê-lo melhor, pra saber se iria valer a pena. Fiz merda. Numa festa da universidade, eu bebi, me declarei, e fiquei com ele na frente de todo mundo, esse todo mundo são os meninos da minha sala que adoram uma baderna e zoar com a cara das pessoas. Acompanhem o episódio:

http://diariodagarotadevariasfaces.blogspot.com.br/2011/03/mulher-objeto.html


http://diariodagarotadevariasfaces.blogspot.com.br/2011/04/fama-onde-nao-cabe.html
 

Sério, me saem lágrimas dos olhos ao relembrar isso porque foi uma coisa que tocou a minha vida, que marcou e me sofrer calada por muito tempo.

Depois do dia que fiquei com Julio eu tive os meus dias de Geise Arruda na universidade, em que qualquer lugar que eu estivesse me olhavam atravessado, outros apontavam e riam descaradamente da minha cara. Por mais que o tempo passe eu nunca vou esquecer, e faço questão de nunca esquecer. Olhavam-me atravessado porque eu fiquei com um menino que todo mundo sabia que tinha namorada, menos eu. Ficavam rindo de mim porque foi ridículo eu ter bebido naquela festa e ter me declarado feito uma louca pra ele. Eu tive meus dias de Bruna Surfistinha quando fez sexo oral em um menino e ficou com fama de puta na escola inteira. Não eu não fiz sexo oral em Julio, mas fiquei sabendo que ele tava comentando até sobre o meu gemido, que ele tinha dito que ficou comigo sem atração nenhuma, só porque eu fui em cima dele e porque eu estava na seca.

Eu não me lembro de ter derramado uma lágrima por isso, mas eu sofri muito. Imagine você ter cometido um erro e ter que pagar por esse erro todos os dias, todos os dias entrar na sala de aula e ver as pessoas comentando sobre você, ao ver os meninos no intervalo de aula fazendo mangação daquilo que você fez tão insensata, quando estava bêbada.

Aprendi a lição. Coisa que não vai servir mais pra mim, mas que eu sempre vou passar para quem eu ver adentrar na universidade. É que:

−Não pense que universidade é o conto de fadas que a gente sempre sonhou quando estudava para o vestibular, não confie nos seus amigos, tenha um olho no padre e outro na missa, e jamais, jamais beba com esse seus amigos da universidade, pessoas que você mal conhece.

Ter ficado com Julio além de ter me rendido essa tamanha humilhação me serviu também para me afastar das pessoas. De certa forma eu ficava com vergonha do que aconteceu, e eu mesma me afastei. Eu só tinha um amigo na sala, meu fiel escudeiro gay, Erivaldo, meu amigo de sempre da universidade. Mas no segundo período não pudemos pegar matérias juntos, e eu também não tinha feito amizade com as outras pessoas da minha sala, e fiquei sozinha. Também peguei poucas matérias e isso aumentou ainda mais a minha solidão. Porque a maior parte do tempo eu ficava sem fazer nada na universidade e sozinha, sem ter um alguém pelo menos para conversar, e quando conhecidos me viam eu também sentia vergonha por estar sozinha.

Mas de certa forma, magoada do jeito que eu estava, eu achava melhor estar distante daquelas pessoas falsas da minha sala.

Nesse período, tudo mudou. Eu aprendi a abraçar as amizades falsas, mesmo sabendo que são falsas, porque pior que a falsidade é a solidão. Imagine só eu ter que ir almoçar no restaurante universitário sozinha, não ter um amigo pra me dizer o que o professor passou no dia que eu faltei. Eu tô pegando várias matérias com o pessoal da minha sala. E não é que eu me enturmei com esse povo? Esse mesmo povo que falava de mal de mim pelas costas e gargalhava de mim na minha frente.

Eles esqueceram esse passado, não comentam e nem fazem piadinha como faziam antes. Simplesmente, esqueceram. Mas eu não esqueci de nada.

Eu é que sei o que eu passei, o quanto eu perdi pela falta de caráter de Julio e pela falta de educação daqueles meninos. Beleza, melhor ter eles ao meu lado, tenho companhia, com quem rir, com quem conversar, com quem ir almoçar, mas é claro, eu odeio eles. O que eu tenho com eles acho pode se chamar de uma amizade neutra, em que a gente conversa coisas bobas, coisas dos outros, eu nunca mais vou sair pra uma festa pra beber com esse povo, eu nunca mais vou falar da minha vida pra esse povo, e vou ter muita atenção, aliás estou tendo com tudo que eles falam ou fazem, eles são uns merdas.

Ah, se eu te contar vocês não vão acreditar, sabia que nesse “povo” que falei também está incluído o Julio? Só que com ele eu não falo. Lembro que antes eu me afastei das pessoas porque ficava sem graça em estar com elas e Julio está presente, ah, enquanto eu me afastei das pessoas, ele fez amizade com todo mundo. Hoje superei completamente isso. Como? Simples. Faço de conta que ele não existe. Pra mim é como um ser invisível, a voz dele pra mim é latido de cachorro. E o mais interessante é que estudamos juntos, andamos com os mesmos amigos e até almoçamos juntos. Mas eu não faço a mínima questão de falar com ele, e mesmo que um dia as necessidades da vida me obriguem a isso, que vou relutar o possível porque o meu orgulho é maior, eu nunca vou voltar a ser amiga dele. Dele eu quero distância e vingança. Apesar que o desejo de vingança já diminuiu a medida que eu vou superando o mal que ele me causou, mas não pode desaparecer, ele merece pagar pelo que me fez, e vai pagar, mais cedo ou mais tarde, me aguarde.

Hoje graças a Deus que é Pai eu tenho uma vida normal de uma universitária, uma vida digna. Sem traumas, sem solidão, sem bullying. Mudei em alguns aspectos pra melhor, como me arrumar mais, aceitar com mais facilidade as amizades falsas e ignorar Julio. Eu só tenho a agradecer a Deus pelas graças de hoje, e pelas desgraças de ontem, não que eu quisesse que elas tivessem acontecido, se eu pudesse eu apagava da minha vida, mas como não tem como apagar, só me fez crescer e aprender a conviver com isso. Se não fosse pelas desgraças de ontem talvez eu ainda seria aquela menina tímida, que andava igual a uma flageladinha com qualquer roupa e com cabelo sempre preso como um rabo de cavalo, horroroso.

Hoje eu procuro me culpar o menos possível das coisas e mesmo assim a reconhecer os meus erros e me responsabilizar por eles. Eu ainda falto muita coisa a superar na minha vida, muitas mesmo, mas é notável a minha mudança.