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sexta-feira, maio 31, 2013

Insegurança e Ciúmes

 


Eu sou uma mulher ciumenta. Ciumenta mesmo, daquelas que não pode nem dormir ao pensar que o seu conjugue está com outra, e que quando consegue dormir ainda sonha com ele nos braços de outra mulher. E eu só penso nisso o tempo inteiro, tenho muita sede por sexo, e no meu subconsciente penso que todo mundo é igual a mim, e no fundo, todo mundo é mesmo, nenhum homem presta, nenhum vale nada, o mundo é chocante, me frustra e me faz ser assim. Se eu sou o que sou foi porque a vida me ensinou a ser assim.
E ele é solteiro, não namora comigo, nada impede de ele ficar com outras mulheres, é um homem descomprometido. Na minha frente, ele é fiel, diz que é homem de uma mulher só, e também exige isso de mim, mas demonstra que não acredita na minha fidelidade. E ele está certo de não acreditar, não sou fiel mesmo, mas também porque não acredito na fidelidade dele.
E a verdade é essa, nesse mundo chocante de tanta impureza, ninguém acredita em ninguém, e aí vai gaia por cima de gaia, traição por traição, olho por olho e dente por dente, fruto da insegurança.
Desde quando conheci Giovanni, eu sabia que ele tinha uma quenga no mesmo lugar onde eu moro, aqui bem perto, quase na minha rua, mas por ironias do destino, não sei quem é. As pessoas me disseram que era quenga, assim me disseram, e que ele “pega” ela desde quando ela é de menor.
Morri de raiva quando me disseram isso, mas segurei minha raiva, afinal, meu intuito é continuar com ele. Ele me disse que terminou com essa menina, um relacionamento de 3 anos, para ficar comigo.
Imaginem só, se eu vou acreditar que ele terminou com uma quenga de anos por minha causa? Ok, mas se eu não acreditar eu vou fazer o que? Se quero continuar com ele, eu só tenho uma opção, acreditar nele, se for mentira o tempo vai se comprometer a mostrar, mentira tem perna curta.
No calor de uma de nossas brigas, eu soltei para ele que sabia que ele ficava com a menina daqui desde quando ela era de menor. Essa conversa deu o maior bafafá, e até me ameaçar me colocar na justiça para provar essa infâmia, ele me ameaçou.
Fizemos as pazes, e ele me explicou toda a história. Disse que o pai dessa menina trabalhou na empresa onde ele trabalha, que conhece ele há muitos anos, e conheceu essa menina através dele. E que desde o início, família vem jogando ela para cima dele com determinados interesses. E que nessa época, era realmente de menor. Mas que não ficou com a menina, esperou ela completar 18 anos. Disse-me que não tirou a virgindade dela, que a mesma perdeu a virgindade aos 12 anos com um primo.
 Certas coisas ficaram martelando a minha cabeça. Como é que ele percebe que a família dela queria empurrar ela para ele com certos interesses e mesmo assim ele quis? A resposta ele me deu: Porque é homem. / Isso na minha opinião é ser besta.
A menina passou 3 anos mamando no dinheiro dele, certamente ganhando muitos presentes, bancando a família, e até emprego para o irmão dela ele arranjou na fábrica dele.
E eu com 2 meses de relacionamento, o que eu ganhei dele? Nada, aliás, uma bolsa. Até meio bacana a bolsa. Mas ele nunca me levou para um jantar, nem para um motel de luxo, nunca pagou uma cerveja, e o dinheiro da passagem que eu gasto quando vou ver ele, quem paga sou eu. E detalhe, minha priquita é virgem, e estou prestes a perder a virgindade com ele. A outra é fudida, frouxa desde os 12 anos, uma sem vergonha, sambadinha. E detalhe, ele até hoje só tirou a virgindade da ex-mulher dele, agora depois de 25 anos, aparece uma virgem, linda, gostosa, de boa família, inteligente. Ele era para me guardar numa caixinha de cristal ou me fazer desfilar numa passarela de diamantes. Mas sinceramente? Nem carinho direito ele me dá.
E agora veio com umas conversas de que a tal menina comprou chumbinho e está ameaçando se matar.
Por mim, ela morre. Mas eu não sou idiota, e sei perfeitamente que ela está apenas apelando para que ele volte com ela. E anda por cima tem a porra da família dela que tem laços e amizade com ele, aí fica colocando a responsabilidade para cima dele.
Eu disse para ele que ela estava fazendo isso apenas para chamar a atenção. Mas ele disse que fica preocupado, que tem medo que ela faça alguma besteira. Ele parece gostar dela, estar com pena, repetiu não sei quantas vezes “que é mesmo frustrante, passar 3 anos com uma pessoa, e a outra deixar ela assim, de repente, como ele fez com ela, e ainda enfatizou que só deixou ela por minha causa”.
Ele ficou tenso, visivelmente preocupado, quase não namorávamos nesse dia. Eu que fui para cima, atentei, fiz muito oral para podermos namorar.
Eu estou num momento delicado da minha vida, vou perder a minha virgindade. E o problema não é só a dor física, mas principalmente a instabilidade emocional, o medo do futuro, de bater arrependimento depois, de estar escolhendo a pessoa errada, fazendo a coisa errada. Eu vou perder com ele porque eu quis, me atrai, estou apaixonada, e acho que é o momento, mas eu preciso de paz para perder a minha virgindade com menos dor, mais prazer, segurança.
Depois do que ele me falou nem dormir mais eu posso direito, a existência dessa menina me incomoda, e eu não sei nem ao menos quem é, e as dúvidas não me sai da cabeça, confesso, insegurança de mulher, o que é que ela tem, para ele se relacionar com ela mesmo sabendo que era por interesse, passar tantos anos com ela e mesmo sabendo a abominação de ela ter perdido a virgindade aos 12 anos. É esse tipo de mulher que para ele tem mais valor?
É estresse da minha cabeça, no momento ele está comigo, ele diz que a deixou para ficar comigo, portanto, não sou eu que está em desvantagem. Mas sinceramente, to morrendo de perder ele para ela, daqui a pouco meu estágio na empresa onde ele trabalha termina e vai ficar ainda mais difícil o nosso contato, e ainda por cima, tem uma coisa muito importante em jogo a minha virgindade. A virgindade que é mais dos meus pais do que minha.
Eu gosto dele, e morro de ciúmes das mulheres que ele já teve, das que ele pode ter no momento, e das que virão depois de mim. O meu ciúmes, sinceramente, me incomoda até dormir. Sou ciumenta, e com razão, ele dá motivos.
Para desestressar, o que fazer? Colocar outro no lugar, por algumas horas, que me dê todo prazer que me falta, supra a minha carência e me faça relaxar. Afinal, o mundo é assim mesmo, uma sacanagem. O jeito é relaxar e gozar.
 

sexta-feira, maio 24, 2013

Mudança Involuntária

 



Querido diário, tenho uma auto-estima elevadíssima. Acho que duas coisas muito difíceis de serem retiradas de mim, quase inabaláveis, é a minha auto-estima e meu bom humor. Independendo da circunstância, sempre me esforço para continuar me achando gostosa e ser feliz, afinal uma mulher que se acha, que se sente, é poderosa, e a minha felicidade deve independer de outras pessoas.
Estou apaixonada e não é mentira. Ele me agrada em tudo, tenho medo de perdê-lo, adoro estar com ele. Se isso não é paixão, é loucura. Confesso, há sim uma certa parte de interesse, se ele não tivesse o carro que ele tem, o cargo que ele tem, eu jamais teria me apaixonado. Mas meus beijos são sinceros, minha vontade de estar perto a todo momento é verdadeira. Os arrepios e gemidos são intensos. E só em pensar que essa relação pode ter um fim, de repente ele desgostar de mim, me preocupa, me enlouquece.
Mas estar apaixonada também me preocupa, ficar dentro de casa, não sair mais para pegar ninguém me assusta. Eu não sou mais a mesma de antes. Involuntariamente, eu estou o respeitando, zelando-o, e será que ele merece esse respeito? Será que nos folgões em que ele passava 4 dias em casa sem me procurar, ele passava fazendo o que? Jogando xadrez? Será que esse caso que ele teve de muitos anos com uma jumentinha que mora no mesmo bairro que eu, será que ele terminou mesmo? Ou está me iludindo, me enganando?
Entregue, eu estou. Essa semana tentei perder minha virgindade com ele, estava muito tensa, minha vagina contraiu e não conseguimos, mas estou disposta a perder com ele, afinal, não sou santa, chegou o momento, e vou perder com quem estou apaixonada, e não com um qualquer.
Eu sou piriguete, era, sou, não sei mais. Até o meu fogo para ir às festas acabou. Estamos entrando no mês de junho, moro na região nordeste, aqui já tiveram vários shows, festejos juninos, eu ainda não tive vontade de ir para nenhum. Faz muito tempo que eu transei com outra pessoa, foi muito bom, às vezes sinto saudade dele, mas não tenho a mesma vontade de encontrá-lo.
Eu quero é o meu Giovanni. E faz muito tempo que eu fico só com ele. Guardo os meus dias de sol para ele. Os dias de chuva, não procuro outra pessoa para me consolar. Os dias em que ele trabalha eu passo em casa. Os dias em que ele está de folga, eu fico em casa esperando ele me ligar. Os dias em que ele me chama, diferente dele, eu não penso duas vezes estou lá. E sei que isso é ruim para mim, o nome disso é dependência. Os meus dias de sol devem ser meus, compartilhados com quem merecer e com quem eu tiver vontade. Nos dias de chuva, eu não posso passar frio. Se ele está trabalhando, eu deveria aproveitar e sair para dar o troco. E quanto aos dias que ele está de folga, devo chamar, e se ele não aceitar, hasta La vista, baby, pego outro. Estou apaixonada, quieta, em desvantagem, e não estou me reconhecendo.
Domingo eu tiro o pé da lama, saio da seca. Encontro alguém para elevar ainda mais minha auto-estima, me deixar mais alegre. Alguém que distraia a minha mente e tire de mim o foco dessa paixão tão dependente. Não quero mudar involuntariamente.

terça-feira, maio 07, 2013

Não Vou Mais Correr Atrás da Borboleta

 



Estou apegada a um relacionamento, grudada, praticamente obcecada, e o pior de tudo, não sei. Não sei se é paixão por ele, se é medo de perdê-lo, ou se é medo de perder a vida que ele poderia me proporcionar, a chance de namorar um homem rico, ou não sei se é puro desespero por meus relacionamentos nunca darem certo e os homens esfriarem comigo em fração de segundos. Eu me exaspero, me desespero, corro atrás, ligo, mando mensagens, me declaro, muitas vezes falsas declarações com uma real vontade de estar por perto. Ele se mantém na dele, quase sempre não liga, nunca responde as minhas mensagens e tem um bom tempo que a gente não se ver.
Eu não sei se é pura agitação minha, apego, querer estar por perto a todo momento ou se é frieza da parte dele, se ele pensa em me deixar. E logo agora que minha mãe já descobriu tudo.
Ele não responde as minhas mensagens, como me respondia no início do relacionamento, até se eu fosse tomar um banho, ele me desejava um bom banho, e hoje nem um bom dia, boa tarde ou boa noite. Muitas vezes ligo, ele não atende, e nem retorna. Não me chama mais por apelidos carinhosos, agora me chama pelo meu nome. Ao mesmo tempo ele tá doente, sem condições de me ver, e nem ao menos de trabalhar, diz que é paranóia da minha cabeça que ele está fugindo de mim e que tudo vai ficar bem.
Não quero perdê-lo por nada nesse mundo, ele é uma das coisas que eu mais almejo no momento. Mas vou mudar, me valorizar mais, afinal eu sou bonita e desejável, não vou mais correr atrás, chamá-lo também pelo nome, ligar de três em três dias, e se ele não atender, também não vou insistir.
Não vou mais correr atrás da borboleta, vou cuidar do meu jardim para que ela venha até mim.

quinta-feira, maio 02, 2013

Esse Homem Vai Ser Meu

 



Que as águas dos rios estejam ao meu favor, se movimentem em prol da minha felicidade e realização dos meus sonhos.
Que o amor seja constante, estável, intenso e eterno. Que ele se apaixone por mim como nunca se apaixonou por ninguém, pense em mim ao dormir, ao acordar, e não consiga respirar sem estar ao meu lado. Que na cama ele sinta a força desse amor e nunca me deixe, que fique aos meus pés, completamente apaixonado. Que eu também seja dele, não conduza ninguém a uma vida falsa, não sou perfeita, não sei se seria fiel, mas me comprometo a fazê-lo o homem mais feliz do mundo.
Que a minha beleza, a beleza que vem dos rios de água doce encante os olhos dele e enfeitice a sua mente. Que eu seja sua mais bela lembrança e o seu mais inesquecível presente, que ele nunca esqueça o brilho quase malicioso dos meus olhos e os lábios da minha boca que pareciam gritar de desejo. Que esse amor seja rico, rico e belo, que ele se apaixone por mim assim como Xangô se apaixonou por Oxum.

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Querido diário, há aproximadamente um mês, eu e Giovanni estávamos tendo uma amizade colorida, um modo carinhoso de nos tratarmos, conversávamos quase todos os dias, ele me ligava, eu mandava mensagens, quando nos encontrávamos era carinhos e abraços. Mas não passava disso.
Comecei a ficar apreensiva porque o tempo passava e nada acontecia com o homem ideal. Pedi a Mamãe Oxum que adiantasse as coisas, que fizesse ele se encantar e se apaixonar por mim. Prometi a Rainha das Águas Doces que quando estiver namorando com ele como forma de agradecimento levarei em teus rios 7 buquês de rosas amarelas, 7 espelhos e 7 colares de ouro.
Minha Mãe Oxum adora ser cultuada, adorada, admirada, e eu a admiro como ninguém, Oxum é para mim como mãe e amiga num elo eterno. Ela adora jóias, luxos e ostentações, assim como eu também. É bela, sedutora, manipuladora, assim como eu quero ser também.
Para ela nada é difícil, tudo é muito fácil de conseguir, e o que importa é a riqueza, o amor, ser admirada e desejada. Não foi à toa que sendo uma das três esposas, era a preferida por Xangô.
A minha Mãe tem um doce, num néctar, um poder de encantamento, ela tem um apreço por mim, amor, afinal é minha Mãe, quer me ver feliz, é ao meu favor, e faz tecer a minha felicidade e a realização dos meus sonhos.
Pedi a Oxum que adiantasse as coisas, e que essa amizade colorida progredisse.
Certo dia, ele estava saindo do turno da zero hora, e eu que entro no trabalho às 7h estava chegando. Fui bem arrumada, bonita e perfumada. Até aquele momento apenas conversávamos, eu sabia que ele me queria, e ele também sentia o meu interesse. Estava conversando com ele normal, sobre um assunto banal, quando ele me abraçou no corredor e disse que ia embora que lá no setor não tinha nem como disfarçar, mas que me ligaria depois.
Eu fiquei espantada, as coisas mudaram de uma hora para outra, disfarçar o que se a gente não tinha tido nada?
Como prometeu, ele cumpriu, fora do setor, ainda dentro da empresa, na saída, ele me ligou. Disse que me queria, mas que era melhor mantermos a discrição dentro da empresa, mas que depois contaríamos tudo afinal nada nos impedia.
Uma colega desconfiou, queria saber a qualquer custo quem me ligara, e eu não disse. Depois ela mesmo me disse que sabia que quem tinha me ligado era Giovanni, que foi lá fora e viu ele ao telefone no mesmo momento em que eu também estava no telefone, mas disse que não contaria nada a ninguém. Se ela viu mesmo ou estava jogando verde, eu não sei, mas não neguei e nem confirmei.
Continuamos trocando mensagens, nos falando ao telefone até o dia de nos vermos.
Marcamos para um sábado. Dia de sábado é o meu dia de santo, não posso beber, namorar e só usar branco. Fiquei muito insegura, em dúvida, porque sabia que o correto era eu guardar o meu dia de santo da semana, mas também tinha que me encontrar com Giovanni, não poderia perder muito tempo. Mas e se eu me encontrasse com ele num sábado quebrando a promessa e como um castigo dos orixás eu perdesse ele por causa disso? Fiquei com muito medo, mas fui mesmo assim. Pedi licença a Yemanjá e a Oxum, mais que licença, permissão, pedi que abençoasse o meu encontro para que tudo ocorresse bem e eu não sofresse faltas por não guardar um sábado, desde quando eu entrei no candomblé eu guardo todos.
 Antes do encontro, acho que no mesmo dia pela manhã, troquei mensagens com ele e disse que estava nervosa e ansiosa (não era papo estava mesmo, uma pilha de nervos), ele me disse que eu ficasse tranquila, que no início dava um frio na barriga, mas que depois passava. Disse que ele é maduro e seguro e que nem ao menos entende o que eu estou falando sobre ansiedade num primeiro encontro, ele me disse que eu estava enganada, que também estava inseguro afinal é um pouco tímido, mas que não podia fugir da situação, me disse que era necessário me ver, conversar e mostrar para mim a pessoa que ele é.
Escolhi uma roupa bacana que aumentasse as minhas curvas, dei escova no cabelo, fui linda. Meio atrasada como sempre, mas ele muito gentil, disse que eu ficasse tranquila quanto ao atraso.
Ele é muito vaidoso. É do tipo cinqüentão que sabe se arrumar, e está sempre apresentável e perfumado. Enquanto estava no caminho, ele ligou para mim para perguntar se deveria vestir bermuda ou calça, rs, eu não opinei e disse que ele vestisse o que achar melhor.
No caminho eu me sentia realizada, por conseguir subir no primeiro degrau, um primeiro encontro com o homem dos meus sonhos, o homem ideal, cheio de riqueza. Mas também me sentia meio insegura, ansiosa, será que ia rolar a química, será que ele iria gostar dos meus beijos? E eu será que ia conseguir sentir prazer com um velho? Será que realmente valia a pena sair com alguém que você não gostava só pelo dinheiro?
Cheguei na rodoviária e liguei para ele, ele já estava chegando. O programa era que a gente iria sair para tomar um açaí. Claro, um encontro muito xexelento para um homem que tem dinheiro, mas eu não poderia simplesmente convidá-lo para um lugar caro, isso além de ser falta de educação, iria demonstrar o meu interesse pelo dinheiro dele.
Logo ele chegou à rodoviária, com o carro chiquérrimo dele. Queria revelar a marca do carro, mas seria um risco perigoso demais, então vamos dizer que o carro dele, o carro que me apaixonou, é um Hyundai.
Ele chegou com a Hyundai, eu entrei no carro, insegura. Ele me disse que eu estava linda. E eu sei que estava mesmo, com os cabelos longos e lisos, com uma maquiagem que marcava o meu olhar. Abraçamos-nos, por um bom tempo ficamos abraçados e ele me beijou. Foi um beijo logo de cara assim que entrei no carro, não queria que fosse assim, mas por um lado foi bom, porque o que mais estava me deixando nervosa era isso, o beijo, não sabia se deveria beijá-lo assim que chegasse ou só depois que o clima esquentasse... e se o clima não esquentasse, e se eu ficasse sem jeito de beijá-lo? Enfim, nos beijamos. Ele me disse: Que beijo bom, será que eu vou ficar viciado nesse beijo?
No caminho, ele me perguntava para onde iríamos, eu disse que não poderia beber porque estava no dia de santo, que era melhor tomarmos um açaí. Ele ficou um tempo calado, e depois começou uma ladainha para me levar adivinhe aonde, diário? Para a casa dele.
Surpreendeu-me, pelo modo que ele me tratava não pensei que ele iria querer sexo logo de primeira. O encontro foi para tomarmos açaí, ele mesmo disse para mim que queria conversar e me conhecer melhor. Eu neguei, disse não, que não me sentiria a vontade e que não iria para casa dele. Ele insistiu muito e eu continuei negando. Ele me disse: Ok, já já, a gente chega num barzinho.
Fiquei um pouco mais tranquila. Na direção do barzinho, ele queria saber mais sobre a minha religião, disse que apesar de não conhecer absolutamente nada, admira, e que como estudou filosofia, aprendeu a ter respeito por todas as religiões.
Eu disse para ele que o Deus do candomblé, é o mesmo Deus de todas as outras religiões, o Deus que criou o mundo e que foi capaz de se sacrificar numa cruz por amor aos filhos teus. Que assim como a Igreja Católica cultua os seus santos, o candomblé também cultua os seus. Que a única diferença é que os santos da Igreja Católica são falecidos, e os do candomblé estão vivos na força da natureza, é um culto a natureza, a energia e ao axé. Disse para ele que cada pessoa tem um orixá de cabeça, uma espécie de anjo da guarda, do qual Deus determinou que o acompanhasse e protegesse, que cada pessoa tem 3 orixás, um de cabeça e outros dois que acompanham, e que o indivíduo acaba absorvendo as mesmas características dos orixás, é como se o orixá fosse a própria pessoa. Ele me perguntou se absorve as características com o tempo. Eu disse: Não, já nasce assim.
Falei para ele que sou de Yemanjá , a Rainha dos mares, águas salgadas, da existência da vida; que sou de Oxum, a Rainha da beleza, das águas doces, do amor, da fertilidade e do ouro; que sou de Ogum, o senhor dos ferros, grande guerreiro que corta a cabeça dos meus inimigos com a espada de fogo, sincretizado com São Jorge. Mas não gosto de sincretizações.
Disse para ele que ele deve ser de um orixá bem calmo, terno, elegante. Mas que não tinha como saber, a não ser pelo jogo de búzios.
E chegamos ao tal barzinho, um condomínio. Ele me disse: Eu moro aqui.
Que insistência para me levar para a casa dele, toda a balela era mesmo mentira, o que ele queria mesmo era sexo, ok.
Continuei fechada, dizendo que não queria entrar na casa dele. Ele colocou o carro na garagem e me disse: Garota de Várias Faces, eu te trouxe aqui porque fica melhor pra gente conversar, talvez num barzinho ou em outro lugar a gente nem poderia conversar, com som alto na rua e etc. Continuei com a cara fechada e de desconfiada. Ele continuou: Você acha que eu iria forçar qualquer coisa com uma colega de trabalho?
Saímos do carro, e ele me chamou para mostrar cada canto da casa.
Pelas fotos eu achava que era uma mansão, realmente é uma casa muito arrumada, bonita, fina, cheia de espelhos e objetos caríssimos, mas é pequena. A minha casa dá umas três da dele.
Ele tem um cachorro pitbull, extremamente dócil, velho e cego, e feio, para o diário eu posso dizer. Ele tem o quarto da empregada, é tudo tão arrumado, como se ela fosse membro da casa e não apenas uma empregada. Já ouvi comentários na empresa que ele tem alguma coisa com ela, afinal, um coroa solteiro que mora sozinho, morar com a empregada jovem, uma loira linda, pelo menos nos momentos de carência é lógico que eles se atracam, e ele me levou para casa dele justamente num dia em que ela não estava em casa.
O quarto dele tava todo arrumadinho, o banheiro do quarto dele é bem pequenininho, ele tem um closet, e no quarto dele um quadro de uma mulher nua.
Lá em cima, ele me falou um pouco sobre a vida afetiva dele, disse que era divorciado há 5 anos, e desde então solteiro, namorou uma DELEGADA, e terminou o namoro porque ela era muito ciumenta e agressiva, que ela o teria até ameaçado. É claro que quando ele falou que namorou uma delegada, minha auto-estima fora para o lixo, o que seria uma delegada perto de mim, estagiária e de nível superior incompleto? Mas será que era verdade mesmo? É possível, ela é do nível social dele. Mas ele não falou de nenhuma outra namorada, mas sim da delegada, como se fosse um troféu ter namorado uma delegada, ou como se quisesse mostrar para mim o nível de pessoas que ele namora. Da paupérrima que mora lá no meu bairro, ele não falou nada, né?
Eu já sabia que ele tinha uma quenga no mesmo lugar que eu moro. Mas conversa vai e conversa vem ele também me falou dela. Falou que namorara essa menina por 3 anos, que a conheceu numa festinha, mas que tinha terminado o relacionamento há poucos dias. Eu não acredito que ele terminou o relacionamento. É lógico que isso é caô ...
Mostrou-me a casa toda e descemos, ficamos conversando no sofá de couro, coisas sobre a empresa, sobre a minha religião. E percebi que ele não tomava atitude, que nos momentos que a conversava parava nós sorríamos um para o outro completamente sem graça. Não podia deixar a situação ficar tão fria. Num desses momentos de pausa da conversa, eu tasquei um beijo na boca dele, e ficamos nos beijando.
Ele é fumante, e o cheiro e gosto de cigarro, que por sinal estavam bem fracos, não me incomodou.
Conversávamos, nos beijávamos e eu sentia muito calor. Aquela casa dele era muito quente. Pedi para irmos ao terraço.
Ao chegar lá, ele ficou meio que preocupado com os vizinhos, afinal não era legal NUM CONDOMÍNIO, ambiente totalmente familiar ter um casal se agarrando no terraço. Lá eu tentei caprichar, o agarrei passando as mãos no peito, nas costas e cabelos dele, dei suaves chupadas no pescoço e na orelha.
Não estava ruim, mas não estava bom. Em vez de tesão eu tava sentindo tédio, realmente ele não me levou para casa dele com segundas intenções, o cara não avançava a mão em lugar nenhum, não tentava absolutamente nada. O pau não subia, e ele parecia estar apreensivo com alguma coisa. Eu o beijava e pensava: Que velho sem graça!
A coisa começou a melhorar, quando fiquei de costas pra ele e ele começou a me apertar contra o parapeito de uma forma que até me machucava, e você sabe diário, que eu adoro sentir dor, em outras palavras ele estava me encoxando, e eu gostei dessa ousadia.
Depois de um bom tempo de beijos e amassos, pedi para sentarmos, estava cansada de ficar em pé. Ficamos sentados nas cadeiras do terraço dele, ele carinhosamente ao meu lado, pegando na minha mão.
Falou sobre a carreira dele como empresário de banda, há muitos anos atrás ele era dono de uma banda bastante conhecida aqui no nordeste. Questionei como seria manter a discrição disso que estava acontecendo lá na empresa. Ele disse que não iria esconder, afinal, não estávamos fazendo nada de errado, que na festinha que ele iria dar na casa dele, ia me beijar muito na frente de todos.
Porém, eu sei que nessas festas que ele dá de vez em quando para o pessoal da empresa, os filhos dele também estão presente. Perguntei o que os filhos dele iriam pensar. Ele disse que já passou desse tempo de os filhos se intrometerem na vida amorosa dele, que eu ficasse tranquila.
Com vontade de agarrá-lo mais, o chamei para irmos ao sofá. Ele disse: Vamos.
Ao passar pelo quarto, ele puxou a minha mão: Venha pra cá, aqui é mais fresco.
Eu disse: Não, Giovanni, eu não vou para o seu quarto.
Mas não é pra cama não, é pra janela.
E ficamos na janela nos beijando deliciosamente. A pressão aumentou quando ele começou a roçar o pau duro dele na minha buceta, de uma forma que eu sentia tanto que nem dava para saber se estava dentro ou fora. Eu fiquei louca.
Ele aproveitou a situação e caiu na cama, com um sorriso nos lábios que tinha certeza que ia me amar naquele momento.
Já ia tirando a camisa. Eu disse: Não tira roupa não!
Ele me obedeceu.
Me deitei na cama e ficamos num amasso delicioso e bem quente. Ele subiu em cima de mim, eu vulnerável, com as pernas abertas, ficou roçando o pau dele em mim. Eu sentia tesão, mas claro naquele momento eu senti muita preocupação.
Todos os meus planos tinham ido de água a baixo, eu saí de casa planejando tomar um açaí com o homem ideal e naquele momento já estava na cama com ele. Meus planos de ser enamorada de um Hyundai foram para o fundo do poço, né.
Apreensiva, eu disse: Giovanni, sai de cima. Ele continuou. Eu disse: É sério, sai. Ele disse, me puxou e fiquei na posição que ele queria: Ok, vou sair de cima, então venha você pra cima de mim.
Ele é muito dominador na cama, e eu gosto disso. Mas o meu intuito é conquistá-lo e não transar. Para mim ele é um investimento, não uma curtição, não posso me deixar levar pelas emoções e nem pelo tesão, seria um erro muito grande.
Quando tudo já estava de água a baixo, e o fogo lá em cima, eu disse: Olhe, Giovanni, eu não quero transar com você pelo fato de estar menstruada não, é que eu sou virgem.
Ele literalmente, parou. Sério, você nunca transou? Nunca fez sexo? Me fazia as mesmas perguntas seguidas, espantado e com um sorriso disfarçado no rosto que parecia fingir acreditar mas que no fundo tava achando graça.
Tentei ser atriz naquele momento, rebusquei o meu talento, fiz uma cara meiga e triste, e disse que era virgem sim. Que o fato não tinha nada a ver com a minha religião, ou por querer casar virgem, que apenas não tinha encontrado uma pessoa especial para compartilhar comigo o momento mais especial da minha vida.
Por um lado, eu não estava mentindo. Fiz sexo oral em 25 homens diferentes, dei meu rabo a 12 homens, numa cama de motel, num banco do carro e até em banheiros públicos, mas era virgem de fato. Cientificamente virgem, e talvez psicologicamente também, chupar um pau ou dar o cu não tem a mesma seriedade de fazer um sexo vaginal, que pode mudar a vida de uma mulher e até trazer uma gravidez. Sou virgem e ponto final. Tomara que quando eu for perder minha virgindade com ele sangre horrores para ele ter certeza disso.
Achei lindo e muito romântico o que ele fez:
Você é virgem mesmo? Meu Deus, você é mesmo muito especial! ... e me beijou a testa!
Ficamos conversando na cama, ele em cima de mim me falando um monte de coisas doces, sensatas, a experiência de um homem maduro, uma forma singular de tratar uma mulher.
Eu perguntei para ele se o fato de eu ser virgem o havia decepcionado ou desestimulado, ele me disse:
−Eu não acredito que você está me perguntando isso... eu não acredito... você pensa que você é só sexo? Você acha que eu estou com você só por causa disso? Eu estou com você por tudo que vi em você e senti no primeiro dia em que te vi e nos dias de convivência...
Voltamos para a janela num afetuoso amasso. Sentei ele na poltrona e o beijei ajoelhada. Ele me disse que eu era linda, perfeita, toda redondinha. Me fez levantar e dar uma viradinha para ver cada parte do meu corpo. Sentei-me no colo dele e ficamos nos beijando. Nesse momento, ele ficou louco para me dar um beijo no meu peito, não deixei: −Amor, já estamos avançados demais, eu até me deitei na sua cama...
−Garota de Várias Faces, isso são apenas tabus que a sociedade impõe...
Eu o encantei sim, porque sou jovem, desejável e bonita. O intuito dele era apenas sexo, se não fosse, teria me levado para qualquer outro lugar, e não para casa dele. Mas acho que eu o tenho em minhas mãos, mostrei para ele que não era só sexo, quando eu disse que eu era virgem. Com beleza e com a minha virgindade, eu posso ganhar esse homem, basta ser o suficiente inteligente.
Fomos embora, com muito pesar, porque eu e ele queríamos ficar mais tempos juntos mas eu dependia de ônibus para ir para casa. Pelo horário, eu poderia até perdê-lo, fomos embora comendo um pavê delicioso que a empregada dele fez. Ele me disse que se caso eu perdesse o ônibus me levaria em casa. Eu disse que não precisava que eu poderia ligar para o meu pai, que ele não deveria ter esse trabalho todo... mas claro que precisava e iria adorar chegar de Hyundai na minha casa.
Percebi que no carro ele estava muito apreensivo. Pensava o que poderia deixá-lo assim, talvez fosse o peso na consciência por estar se divertindo com um irmão doente em estado terminal de AIDS.
Quando chegamos na rodoviária, ele esperou eu entrar no ônibus, porque caso perdesse, me levaria em casa. Assim que cheguei peguei o ônibus e liguei pra ele. Ele passou ao lado do ônibus para que eu pudesse vê-lo, ele apareceu na janela e eu coloquei a mão pra fora para que ele pudesse me ver. Achei isso tão romântico, nunca tinha feito isso com ninguém.
Quando cheguei em casa, liguei para ele, ele disse que estava na casa de um amigo que era a caminho, e depois ia passar na casa da mãe para comer alguma coisa. Acho que é mentira, era para ver o irmão doente, o irmão gêmeo dele é aidético, e ele não gosta de comentar sobre o assunto, soube pela boca de terceiros.
Cheguei em casa, meio insegura sobre o que tinha acontecido, eu não me perdi por completo, não tirei a roupa, em nenhum momento ele tocou nos meus seios. Mas não foi como planejei, foi um amasso quente, e nós mulheres perdemos o domínio sobre um homem quando vamos para cama com eles. Deitei na cama, mas não me entreguei. Senti muito tesão, mas não saciei os meus desejos. Não foi o primeiro encontro perfeito, mas acho que foi bom o suficiente para deixar um gosto de quero mais, uma coisa mais a ver e conquistar.

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No outro dia, eu decidi analisar o chão aonde estava pisando. Já sabia que ele tinha uma quenga no mesmo lugar onde eu moro, mas não sabia de quem se tratava. Conversei com uns vizinhos e logo recebi as informações que precisava para saber que ele é um velho ordinário.
Ele me disse que a menina não era morena e nem loira, tinha os cabelos castanhos. Disseram-me que é uma galeguinha que mora atrás do campo. Pelo jeito ele gosta de uma loira, a empregada que dizem que ele tem caso também é loira.
Ele me disse que essa menina tem 23 anos, que eu ainda sou mais nova que ela, e que se relaciona com ela há 3 anos. É mentira! A pessoa que me disse, até com cara nojo, disse que ele pega essa menina desde menor.
A menina é pobre demais, mora na zona mais pobre daqui do bairro, o lugar onde ela mora até um tempo atrás não tinha nem energia elétrica. Não sei nem aonde uma pessoa da classe dele poderia ter conhecido ela, mas homem é tudo safado e caça sapo até no galinheiro.
Como ela é muito pobre, e ele rico, ele deve bancar ela e a família dela também. Caso contrário, a família não permitiria a audácia de ele pegar ela na porta de casa.
Eu já imaginava que ele era um insolente, mas não imaginava tanto. Uma raiva, um ódio se abateu sobre mim, me deu até vergonha de me relacionar com uma pessoa como ele, afinal, a pessoa que estava me contando isso é também nosso colega de trabalho e conhece ele muito bem, poderia imaginar o motivo de eu estar investigando a vida dele.
Uma raiva, um ódio que prejudicou até a minha respiração, fiquei com falta de ar, não consegui dormir a noite. Me deu vontade de falar horrores para ele no dia seguinte e terminar o relacionamento.
Mas terminar por quê? Ele é rico, ele tem tudo que eu sempre sonhei encontrar em um homem, e mulherengo, todo homem é.
  A minha emoção me mandava explodir e jogar ele no inferno, mas a minha razão dizia que eu deveria reconsiderar, ele não é tão pouco para eu jogar fora.
Minha Mãe Oxum encheu a minha cabeça de inteligência e me fez guardar essa informação, mas fingir que nada sabia. Sábia a mulher que finge acreditar num homem. Se eu demonstrasse para ele que sei da coisa horrenda que ele é, e continuasse com ele, eu estaria demonstrando que não tenho valor. Se eu quero continuar com ele, é o que eu mais quero, devo fingir que acredito nele, que estou com ele porque ele é um homem bom, amoroso e honesto.
Decidi fazer isso. Só não sabia como controlaria a raiva no dia seguinte.
Usei a inteligência que Deus me deu e que Mamãe Oxum aperfeiçoou, tratei ele bem no dia seguinte, fingi que nada sabia, e quanto a raiva... foi fácil de controlar, depois que a gente dorme, o amanhã é um outro dia. Fiz isso e tive uma excelente surpresa.
Eu estava com medo de nossa relação ser apenas um casinho, aliás até hoje tenho medo disso. Mas me amedrontava ser tamanho casinho a ponto de ninguém saber do nosso relacionamento, poxa, trabalhamos juntos, temos que esconder dos outros na empresa, e entre quatro paredes e debaixo dos lençóis ele se esbaldar. Isso não seria bom, mas ao mesmo tempo, normal, afinal tínhamos ficado apenas uma vez.
Na empresa, logo pela manhã quando chegou, eu estava trabalhando no laboratório vizinho, ele passou me catando com os olhos. Isso me acendeu, afinal, gosto dele, não nego, tenho tesão, e me deixou feliz, feliz em saber que tinha alcançado um objetivo, ele estava louco por mim.
Mais tarde, na cromatografia, fui conversar com ele, ele me disse que não gostaria de esconder o nosso relacionamento, até porque não é proibido. Eu fiquei calada, claro que gostaria que as pessoas soubessem, mas não queria que ele se sentisse pressionado.
Depois do almoço, estava conversando com ele na copa, quando as meninas do trabalho me chamaram. Eu disse que não iria, estava ocupada. Mas elas são chatas, insuportáveis e escandalosas, me fizeram ir até lá. Era que uma mulher estava vendendo umas bolsas lá num laboratório reservado porque é proibido na empresa os funcionários fazerem comércio. Me empurraram uma bolsa lá, eu quebrada sem dinheiro para comprar, disse que não queria, e elas continuaram insistindo. Continuei dizendo que não queria, quando Giovanni entrou no laboratório e perguntou a vendedora: −Quanto é?
− R$55,00
−E a vista quanto, é?
− R$50,00
−Pegue, Garota de Várias Faces, é sua!
Eu fiquei besta! Adorei a atitude dele, completamente mão aberta, mal a gente ficou e já ganhei um presente, e um presente bem bacana. As meninas tiraram o maior sarro, mas só por tirar mesmo, não imaginava que a gente estava ficando realmente. Ele aproveitou o escândalo que as meninas fizeram para assumir o nosso relacionamento, me pediu um selinho na frente de todo mundo. Fiquei super sem graça, e dei.
A partir de então, todos na empresa sabem da nossa relação. As meninas ficaram surpresas e isso provocou muita inveja, não pelo que ele é, mas pelo que ele tem e muitos pensam que estou com ele por interesse, ou que estou apaixonada me iludindo. Espertos os que pensam na primeira opção.
Minha relação com ele me prejudicou profissionalmente, todos já sabem, inclusive, os meus chefes. A minha chance de contratação depois do estágio tornou-se distante. Mas não me arrependo de nada do que fiz até agora, eu aproveitei o que a vida me deu, se a sorte bateu na minha porta, abri e a deixei entrar.
Estamos em um mês de relacionamento, e durante esse tempo, querido diário, tenho muitas coisas para te contar. Apesar de ele ser o homem ideal para mim, com toda riqueza que eu sempre desejei, percebi que gosto dele de verdade, me atrai, os beijos, os abraços me acendem, já não sei mais como seria a minha vida sem ele. Tenho medo de ele desgostar de mim da noite para o dia, do encanto acabar, é um risco que eu corro todos os dias, amor é uma faca de dois gumes, essa relação é um perigo, mas eu também sou uma mulher perigosa.
Em pouco tempo que ficamos muitas coisas que antecedem um relacionamento sério aconteceram, fui assumida na empresa, fui apresentada aos filhos dele, dei um banquete de sexo oral e estou desejando perder a minha virgindade com ele. Percebo que a coisa mais inteligente que eu já fiz na minha vida foi, fazer anal e preservar o meu hímen, se eu não fosse virgem, ele não me levaria a sério, me levaria para cama e nada mais.
Sei que ele gosta de mim, aprecia a minha beleza, e os meus beijos ardentes, mas ele não está aos meus pés e isso me preocupa. No início do relacionamento, ele estava louco de encanto, fazia coisas totalmente inexplicáveis como essa de ter me beijado lá na empresa na frente de todo mundo, agora percebo que ele está mais frio, responde as minhas mensagens quando quer, não liga mais, não tem tanto fogo para me ver. Sinceramente não sei o que fazer para ele voltar a ser como era antes, estou sendo muito carinhosa, me demonstro apaixonada, tento ser o mais fogosa possível. Mas ele não retribui o carinho, diz que tá apaixonado e tem evitado os meus beijos.
Já deixei claro que quero um relacionamento sério, ele também diz querer, aliás, ele diz que já assumiu um relacionamento comigo. Mas não é bem isso. Namorada a gente apresenta para os amigos como: −essa é minha namorada! Leva para passear, liga todos os dias. Estamos num “ficar sério”, em que eu presto contas a ele do que faço, dos meus dias, e fingimos e exigimos um ser fiel ao outro. É claro que ele não é fiel a mim, e eu estou sendo acidentalmente, por burrice, talvez por paixão, mas amanhã isso acaba, tenho um encontro marcado.
Preciso ser mais amiga dele. Afinal, um homem se apaixona por uma mulher quando encontra nela uma escrava sexual, uma mãe e uma amiga. Preciso pesquisar, ler mais sobre bons assuntos, ele é um homem extremamente inteligente, culto, vivido. Eu sou uma menina de apenas 19 anos, que não tenho muitas coisas boas a falar e nem bons exemplos a mostrar, pelo contrário, preciso esconder o que sou, o que faço, caso contrário, só seria amada por Jesus Cristo.
Demonstrar que vou estar ao lado dele, cuidar dele, nos momentos em que ele estiver bem ou estiver debilitado, como hoje que ele estava doente, e eu nem liguei. Deveria ter me mostrado mais preocupada. É que na verdade, eu não me importo com ninguém. Dar presentes bobos, como por exemplo, um chocolate. Nunca tinha pensado nisso, não é nada demais levar um chocolate quando ele estiver lá na empresa. Posso fazer declarações de amor, como por exemplo, um fone-mensagem, dá um livro romântico com uma dedicatória, escrevendo cartas com fotos minhas.
Fazer programas legais com ele, como levá-lo para festas, sair para tomar uma cerveja, almoçar com ele.
É tão poucas coisas que eu faço com ele, que às vezes penso ser muito fútil, talvez o que ainda me prende a ele é a minha virgindade.
Não sei o que ele pensa de mim, se me acha verdadeira ou dissimulada, não sei quais são os planos dele quanto a minha pessoa, se é ficar comigo por um bom tempo ou brincar e jogar fora. Mas eu sei exatamente o que eu quero, e vou ter o minucioso de fazer tudo direitinho todos os dias para conseguir, esse homem vai ser meu.