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terça-feira, julho 16, 2013

Decepção e Desencantos

 



Sempre estive sozinha por toda minha vida, isso é fato, não sei porque a solidão ainda me amedronta. Sempre estive sozinha com os meus anseios, medos, sonhos, utopias. Sou o que sou e só quem me conhece de fato sabe quem sou. Uma pessoa extremamente vaidosa que jamais quer morrer careca, desfigurada ou frágil numa cama; uma menina que sonha com muitas coisas, que tem competência para conseguir, mas perde o foco em meio às emoções; uma mulher que se apaixona intensamente no medo de ficar sozinha ou ser vítima das situações, que sempre perde pelo medo de perder. Só quem convive na mesma casa, está comigo nos momentos de dificuldade e quem se deita comigo na cama e me promete sonhos é que me conhece de verdade.
Hoje, aos 20 anos, eu poderia estar no quinto período da faculdade, em algum curso aprimorando meus idiomas estrangeiros, técnica em química com diploma na mão quem sabe até trabalhando. Tive muitas chances de crescer, de subir degraus, mas me prendi à coisas que não valiam a pena, que apenas sugavam as minhas energias, mas não me traziam a verdadeira felicidade. Eu não sou uma pessoa feliz.
Três vezes em que eu amei, eu amei de corpo e alma, esqueci da razão, machuquei por tanto amar. Fui intensa e sonhei, fiz planos para o futuro que nunca saíram do papel, fiz de tudo para estar perto, achava que estava tudo sob controle, quando vi, estava totalmente entregue.
Os dias passam, eu percebo que o desprezo de Giovanni diminui, mas não o traz de volta para mim. O meu arrependimento aumenta, o ressentimento também, a dor, o vazio, de querer fazer as coisas mudarem, sem poder fazer nada, só o tempo pode fazer algo por mim.
Se eu não tivesse me relacionado com Giovanni, eu não teria brigado com colegas de trabalho, não teria feito escândalos, não teria comprometido seriamente a minha vida profissional eliminando as chances de ser contratada futuramente. Mas mesmo assim, eu não me arrependo de ter me relacionado com ele.
Se não fosse com ele, teria sido com qualquer outro. A empresa onde estagiei é muito grande, a quinta maior do mundo, cheia de homens inteligentes e interessantes, com certeza, eu pensava em conhecer alguém bacana.
Ele desde o início foi a pessoa mais gente boa comigo no laboratório, elogiava o meu trabalho, que modéstia parte, eu realmente fazia com empenho. Logo criamos uma amizade, ele me falava muitas coisas da vida dele, sobre trabalho, a faculdade de filosofia, bandas de forró que ele empresariou, falava inclusive, de uma “namorada” que ele tinha no mesmo bairro que eu.
Comecei a admirá-lo e a ter um carinho muito grande por esse homem que era tão carinhoso e gentil. Ele também gostou de mim, no início claro como amiga, uma estagiária competente, uma pessoa que ele gostava de conversar. Mas eu o despertei seus instintos de homem com a minha beleza, com o meu perfume, com o meu jeito audacioso de olhar que deixava dúvidas no ar se era puritana ou devassa.
E a nossa amizade evoluiu, para abraços demorados, cheiros no pescoço. E de repente a gente estava sentindo um desejo que ardia, que a gente tentava abafar, mas não conseguia.
Eu tentei deixar pra lá, ele com certeza, também não queria se envolver com alguém de lá, mas foi inevitável, conversamos carinhosamente durante um bom tempo, até marcarmos e ficarmos.
Na primeira vez em que fiquei com ele, tentei ir mais bonita do que todos dias, como ele me via lá no laboratório, com cabelos longos escovados, maquiagem forte, mas com roupa composta, no cuidado de preservar a minha imagem.
Marcamos de tomar um açaí, e ele me surpreende me levando para a casa dele, praticamente a força, porque eu não queria.
Chegando lá, ele me surpreende mais uma vez, Giovanni não estava interessado em sexo conversamos muito e ele não tentou nada que eu não quisesse.
Ficamos na varanda da casa dele, de uma forma até ousada por ser um final de semana, e o condomínio um ambiente familiar. Mas repito, Giovanni não fez nada que eu não quisesse até chegarmos ao quarto. Pegou na minha bunda porque eu deixei, roçou porque eu gostei, não pegou nos meus seios porque eu não deixei naquele dia, mas fiquei na janela do quarto dele, e ele me agarrando impulsivamente começou a roçar o instrumento dele na minha... e eu sentia aquela coisa grossa que roçava no meu clitóris, tinha vontade de ver, pegar, mas não fazia nada disso para zelar pela minha reputação. Mas até quando eu conseguiria me controlar?
Depois disso, ele caiu na cama com um sorriso de orelha a orelha como se tivesse a certeza que iria me comer naquele momento, e eu com medo, insegura, e sem saber como dizer que era virgem. No meio do amasso, eu soltei: −Giovanni, não vai dar para gente transar hoje não... porque eu sou virgem!
Ele se demonstrou muito surpreso, deu uma risadinha disfarçada como se não estivesse acreditando, me beijou a testa e disse que eu era muito especial por ter me guardado por tanto tempo.
Adorei ter ficado com ele, me deixou ainda mais encantada.
Nos dias seguintes no laboratório, ele me atentava, eu o desejava, mas fazíamos por onde disfarçar o que rolava. Infelizmente, o disfarce não durou muito tempo, uma vez ao comprar uma bolsa para mim no meio dos nossos colegas de trabalho, ele me pediu um selinho e eu dei, e aí todo mundo ficou sabendo. Isso sim eu me arrependo profundamente e tenho certeza que ele também, se tivéssemos ficado em segredo eu não teria comprometido minha vida profissional e ele talvez, teria mais paz.
Me envolvi e era muito gostosa a nossa relação, era uma emoção que eu não sentia faz tempo. Mas eu estava apenas curtindo o momento, curtindo um cara que também me curtia.
Tive a certeza que estava apaixonada por ele na terceira vez em que ficamos, e fomos para cama. Quase enlouqueci de prazer, me agarrou de uma forma tão impulsiva, cheio de vontade, me deixando nua, que até o ar condicionado esquecemos de ligar. Eu sentia os restígios de barba arranhar minhas partes mais íntimas me deixando louca. Ele tinha um cheiro tão gostoso que eu nunca senti na vida, um cheiro de cigarro misturado com perfume. O pênis era grande e grosso do jeito que eu gostava, chupava não, me deliciava, via ele estremecer na cama de tesão e chupava até gozar na minha boca.
Giovanni foi o homem que até hoje mais se aproximou de tirar minha virgindade. Eu abri as pernas, mandei meter, disse que tava pronta, ele tentou, forçou, não agüentei de dor, senti, doeu, ardeu, implorei para que parasse, isso na primeira vez, na segunda mesmo ardendo eu coloquei na cabeça que aquela dor era necessária, e que toda mulher passava por aquilo, Giovanni ia metendo, eu gritando, mas não pedia para parar, mandava ele continuar e ele parou porque se sentiu inseguro. E desde então, nunca mais nos vimos como homem e mulher, apenas como colegas de trabalho.
Meu sonho, minha paixão e meu tesão naquele momento era ele. Eu me preparei piamente para aquele momento, comprei várias lingeries umas bem delicadas tipo virgem, outras de dama da noite, comprei anticoncepcional comecei a tomar, já que faríamos sexo sem camisinha (optei também correr esse risco por tesão e por amor). Eu sentia falta de Giovanni o tempo todo, também reconheço que não dava sossego ao homem, mandava mensagem todos os dias e ligava para ele várias vezes ao dia, e também aprendi que nenhum homem gosta de mulher que se arrasta. E na minha cabeça o que mais rodava era sexo, tesão, várias vezes eu dormi e tive sonhos eróticos com ele, tamanha era a vontade de transar com ele.
E ele me negou justamente isso o que eu mais tinha vontade, transar com ele. Teve medo de estourar o meu cabaço e ter que assumir a responsabilidade de um compromisso. Eu nunca disse que para transar precisava namorar. Mas tamanho era o pavor que ele tinha de mim, que ele teve MEDO disso. De tudo, o que mais me dói é isso.
Já começou a doer quando se aproximava o fim do estágio, o medo de perdê-lo, de sentir o vazio que estaria presente nas minhas manhãs na falta do alto astral dos meus colegas de trabalho, eu acordava muito cedo, às vezes me chateava com algumas atitudes de pessoas de lá, mas era muito divertido, me completava, me fazia sentir mais viva. Inevitável, era previsível que o estágio iria acabar, isso eu esperava, mas eu queria que o meu relacionamento com Giovanni continuasse.
Até hoje eu não entendo as razões por ele ter me deixado. Não sei se era outra mulher ou se ele se sentia pressionado, ou se o motivo era as duas as coisas. Será que eu sou feia, será que sou ruim de cama, às vezes essas dúvidas ficaram martelando em minha cabeça, afetando a minha auto-estima.
E ainda por cima, descobri que a “namorada” que ele tinha aqui é uma loira de profundos olhos azuis que tem uma bunda maior que a minha. Ainda não tenho certeza se é essa menina porque me disseram que a namorada dele era magrinha, mais magra do que eu, e essa não, tem um corpão. Mas para todos os efeitos para mim é ela, loira de olho azul, que mora atrás do campo e que o pai trabalha na mesma empresa que ele. Uma rasteira na minha vaidade.
Eu já tinha medo de perdê-lo quando acabasse o estágio, ele parou de me atender o telefone e minha mãe ainda botava uma pilha dizendo que ele tava rezando para acabar o estágio para ficar livre de mim. Fiquei muito nervosa, estressada, com ego ferido, briguei, xinguei, falei para ele coisas que não se diz nem a um cachorro.
E o pior de tudo, ele ficava em silêncio abrindo ainda mais a minha ferida.
Para desabafar e extravasar a raiva coloquei várias coisas nas redes sociais, uma delas a seguinte frase “Tudo cansa nessa vida, e de homem mole então a gente cansa mesmo”. Essa frase repercutiu no ambiente de trabalho, provocando um péssimo mal estar.
Me arrependo sim do que fiz. Se tivesse oportunidade pediria desculpas para ele na frente de todo mundo que fez esse assunto repercutir para tentar reparar o meu erro. Mas venhamos e convenhamos que se Giovanni tivesse me atendido o telefone, me tratado como gente, nada disso teria acontecido, mas mesmo assim não justifica o que eu fiz.
Uma coisa que eu fiz no calor da raiva, numa dor de corno da desgraça, mas que eu vou me arrepender pelo resto da minha vida.
O que mais me provoca arrependimento, pesar, é que eu magoei o coração do homem que eu amo, do cara que eu gostava, e ainda mais com o absurdo que é para os homens, se referir a virilidade deles. O que eu fiz foi nojento, uma atitude completamente impensada. Mas mesmo assim eu quero perdão.
Estou com saudades dele, do beijo dele, do abraço, da emoção que eu senti nesses 3 meses.
Se ele voltasse eu iria TENTAR ligar menos, cobrar menos e aceitar as condições de um relacionamento casual, de uma aventura ocasional. TENTAR, porque eu sou intensa demais. Talvez tenha sido mesmo melhor ter terminado tudo, não sei ter as coisas pela metade, eu gostava dele de verdade.
Vou essa semana na empresa entregar meu relatório, oportunidade única de revê-lo, não sei como vai ser, não sei se vou conseguir conter as lágrimas, se ele vai olhar na minha cara, ou se mais uma vez a gente não vai se resistir como era nas outras vezes em que a gente brigava. Comprei uma lembrança, talvez ele nem goste por não ter nenhum vínculo com a religião, mas eu adoro dar presentes que tenham um significado. Comprei uma imagem pequena da minha Mãe Yemanjá na gruta para que ele nunca esqueça dessa sereia que o encantou, o amou, lhe trouxe emoção, prazer, mas também provocou decepção e desencantos.
Depois disso vou tentar uma amizade, mostrar que não sou esse monstro que ele pensa, que eu demonstrei ser. Se ele não me quiser como amiga, nem como mais nada, eu vou esquecer essa história para sempre, enterrar esse caso e cremar as lembranças.
Mas eu gosto dele e talvez ele goste também, porém, esteja magoado. Metade de mim é ligada as lembranças de sexo, e da nossa amizade no comecinho, essa metade de mim é louca por ele, intensa, e não cansa de correr atrás, e é capaz de fazer qualquer coisa para tê-lo de novo nos meus braços. A outra metade diz que isso é uma perda de tempo, que enquanto eu fico apenas pensando nas boas lembranças, ele nunca sentiu um pingo de emoção e se arrepende de ter ficado comigo.
Eu não vou ter medo do futuro.

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