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sábado, janeiro 26, 2013

Doce Yaba

 


Querido diário, sou filha de uma doce yaba, tão doce quanto a água dos rios. A cada dia eu sinto o amor e a doçura desta doce yaba em minha vida, em cada desespero é a calma dela que me acalma. Ela é belíssima, se veste de dourado e mora no fundo do rio, é dona de uma beleza suprema e incontestável que vem de dentro pra fora, como uma aurora. Ela é dona da riqueza e do ouro, de toda a fartura material e espiritual, sim Oxum é dona do ouro, da riqueza, dos luxos e das ostentações, mas a riqueza de Oxum vai muito além, vai na riqueza da bondade de uma alma, na nobreza de uma atitude do bem. Oxum é minha mãe, minha amiga, minha esposa, com quem terei um elo eterno.
No início do ano eu pedi a Oxum que cuidasse da paz da minha família e da minha casa e dos negócios do meu pai. Que semeasse a tranqüilidade, a paz, que eu, de gênio forte, preferisse calar ao falar uma palavra grosseira.
Na época, o meu pai estava com uma funcionária que já vinha causando durante meses muitos problemas na pousada, brigas, discussões, discórdias, fofocas, e um mau rendimento no trabalho. Ao ver meu pai sempre estressado com a intriga dessa funcionária, eu pedi a Oxum que solucionasse a situação, que ela pedisse as contas, ou que o meu pai a demitisse ou que ela mudasse o jeito de ser.
No outro dia, de tardezinha, ao acordar, eu ouvi o meu pai conversando calmamente em minha casa com essa funcionária, ele estava a demitindo. Oxum me agraciou e agraciou os negócios do meu pai naquele momento.
Meu pai perdeu a parceria com uma empresa que gerava grandes lucros à pousada todos os meses, e nós trememos as bases, porque essa empresa praticamente sustentava a pousada. Eu pedi a Yemanjá que isso fosse desfeito e que essa empresa voltasse para a pousada, a empresa não voltou.
Mas eu pedi a Oxum que desse a pousada, muito movimento, muitos hóspedes, todo ouro e a fartura que vem dos rios. E Oxum atendeu o meu pedido. Desde o início de 2013 a pousada estava dando muito lucro todos os dias. Sinceramente, era impressionante ver como a Rainha dos rios nos encheu de graça, a pousada enchia todos os dias e eu via o meu pai chegar com maços de dinheiro em casa.
Porém, teve um dia que eu estava dormindo no sofá, era por volta de umas 6 da manhã e meu pai chegava em casa animado contando pra minha mãe que a pousada só naquele dia tinha dado R$700,00. Eu acordei com ele dizendo isso, sentindo a graça de Oxum naquele momento por um pedido realizado e disse ao meu pai: Agradeça a Oxum, a Senhora do ouro.
Meu pai, apesar de ter visto casos concretos na família, ele não acredita em candomblé. Com ignorância ele me respondeu: Eu tenho que agradecer é a Deus. E bateu a porta com força.
No mundo, existe várias religiões, várias crenças, vários valores, mas no fundo, só existe duas coisas: o bem e o mal. Ou você serve para o bem, ou você serve para o mal, não existe o meio termo. Essa verdade tão procurada por todas as religiões, está estampada em nossa cara, só não enxerga quem não quiser ver. O catolicismo, espiritismo, candomblé, budismo e etc servem para o bem, então são de Deus. E esse Deus que eu falo é o mesmo que criou o mundo, que veio em carne na forma humana sentir todas as dores numa cruz por nós, que ressuscitou e que vive e reina para sempre. Os orixás são divindades, são servos e anjos de Deus que trabalham, guerreiam, zelam a todo tempo para o nosso bem, saúde física e mental e proximidade de Deus, da luz.
É claro, não sou cega e nem cínica para dizer que não existe uma parte obscura do candomblé que trabalha para demandas, mas isso é um outro lado, denominado lado esquerdo que não é cultuado no meu terreiro, graças a Deus. Eu sou de Yemanjá, com Oxum e Ogum. Falar sobre isso é tão complexo que renderia assunto para um outro post.
O que o meu pai falou ofendeu a Oxum, porque claro Deus é o início e o fim de tudo, mas Oxum estava ao nosso lodo, abençoando a pousada e a enchendo de graças. Eu senti a ofensa e me entristeci, pois assim como Oxum é sensível, eu também sou e sinto em mim as dores dos meus orixás, não permito que ninguém os desvalorize na minha frente.
Depois disso, os dias passaram e o movimento na pousada enfraqueceu.
Hoje, sábado, dia de minha yaba, fui rezar e me veio a mente para conversar sobre isso com o meu pai. Chorei, orei, pedi a Oxum que continuasse abençoando a pousada, dando riqueza e fartura, que apesar de eu ter pedido desculpas pelo meu pai isso não era o suficiente, que ele também tinha que aprender a reverenciar a Rainha dos rios, porque apesar de ele não acreditar, ela existe e é por nós. Prometi a Oxum que assim que receber o meu salário vou comprar uma imagem dela e colocá-la no meu quarto, e que se ela continuar enriquecendo a pousada, no dia 21 de setembro, aniversário do meu pai, eu e ele vamos num rio de água doce presenteá-la com flores e ouro.
Fui falar com o meu pai sobre isso. Orei a Mamãe Oxum, me carreguei de axé, disse que precisava conversar sério com ele, respirei fundo, com olhos cheios lágrimas eu disse:
Painho, eu sei que você é católico, acredita em Deus, e você não está errado porque a força suprema desse mundo é Deus, mas cada orixá tem a sua energia particular e força da natureza. Você já viu dois casos concretos na família, de filhos de santo, eu e minha tia, sabe que isso existe e tem efeito sobre nós. Todo mundo tem o seu orixá de cabeça, anjo protetor, mas nem todo mundo precisa seguir a religião, fazer as obrigações, só aqueles que irão receber, os filhos de santo. Quando eu fui na casa do senhor Juliano (meu pai de santo) ele me disse que eu era de Yemanjá com Oxum e Ogum. Yemanjá representa a força dos mares, é a orixá da maternidade, cuida da saúde, da família, das coisas de casa, é um orixá bem maternal, cuida das mulheres que querem ter filhos, dos bebês quando nascidos... Oxum é um dos orixás mais jovens, é quase uma garota, senhora dos rios de água doce, das cachoeiras, é dona da riqueza, do ouro, até porque o ouro é encontrado próximo dos rios... Ogum é um guerreiro que está o tempo todo combatendo o mal com a sua lança...
E enquanto isso meu pai já estava impaciente querendo saber o objetivo pelo qual estava falando tudo aquilo, eu pedi calma, pois precisava tudo aquilo para falar os finalmente...
Eu disse:
Eu pedi a Oxum que desse muita riqueza para pousada nesse ano de 2013 e nos próximos também, eu vi a graça acontecer, a pousada ter movimento e lucros todos os dias, teve um dia que você chegou dizendo que a pousada tinha dado um bom valor em apenas um dia, eu disse que o senhor agradecesse a Oxum, senhora do ouro, você disse que deveria agradecer era a Deus e bateu a porta com força.
Meu pai lembrou do acontecido e tentou se explicar, mas eu não deixei, porque o que ele fez não tinha explicação.
Disse a ele que iríamos reparar o erro que ele fez, que eu iria comprar em breve uma imagem de Oxum e que no aniversário dele iríamos presentear a Oxum num rio de água doce, e que ele daqui em diante, continuasse tendo fé em Deus, mas que também tivesse respeito pela Rainha dos rios.
Que a Mamãe Oxum nos carregue de axé hoje e todos os dias, nos livre do mal e das feitiçarias, nos dê a riqueza material e infinitamente espiritual, que nos faça navegar sobre as águas e descobrir o sentido da verdadeira felicidade. Doce Yaba, esteja sempre ao meu lado.

sábado, janeiro 19, 2013

Realização de um Sonho

 


Querido diário, a vida é como uma roda gigante. Fato. Entre momentos de infelicidade e felicidade, infeliz daquele que não sabe reconhecer que é preciso os momentos de infelicidade para se reconhecer a felicidade. Se não há chuva, a terra não brotará.

Querido diário, sou técnica em Química, não me formei ainda, mas cheguei ao final do curso e tava na hora de estagiar. Não foi fácil encontrar estágio. Mandei currículo para várias empresas que nunca me chamaram para fazer nem uma entrevista. Algumas colocam como requisito na oferta de vaga que não quer pessoas do sexo feminino, enquanto que a própria pessoa do RH é uma mulher...

Não foi fácil, em 2012 eu estagiei porque fui indicada. Uma amiga estava estagiando numa farmácia de manipulação, recebeu a proposta para uma empresa maior e foi, me indicou, eu fui chamada.

No dia da entrevista lá estava eu, nos conformes, bem vestida, bem composta, cheguei meia hora adiantada com o meu super herói que é o meu pai, enquanto que a dona da farmácia, que me entrevistaria, chegou meia hora atrasada.

Não foi difícil conseguir a vaga, ela não tinha opção e precisava de alguém urgente. Nem me entrevistou, só quis saber os meus horários de disponibilidade e a vaga era minha. Começaria logo em breve.

Era um ESTÁGIO, em que eu trabalhava 8h, passava o dia na empresa porque almoçava lá, ganhava uma bolsa de R$300,00 sendo que só R$200,00 eu gastaria de passagem porque a empresa não dava auxílio transporte, numa sala bem pequena, com uma cadeira bem desconfortável eu fazia cápsulas e saches o dia inteiro. Quem trabalha ainda vai, mas imagine eu aos 19 anos, na flor da idade, na idade de estudar, construir o meu futuro, perder um dia inteiro trabalhando num lugar onde você ganha 300 reais e só 200 gasta de passagem. E sem falar, que completamente fora da lei, sendo que um estagiário só pode trabalhar no máximo 6h. Ah, e o almoço eu trazia de casa.

Meus pais e o resto da minha família não achou nada interessante o meu estágio, e eu fingia que estava achando interessante, fazer o que, era a única coisa que eu tinha conseguido, ah e detalhe, não admitia que ninguém dissesse que estava ruim, porque o estágio era meu e eu defendo o que é meu. Meu pai várias vezes falou que eu poderia sair do estágio, e se eu saísse de lá meu pai iria arranjar outro pra mim? Nunca. Meu pai é do tipo nariz empinado, que não gosta de dever favores a ninguém, e por isso também não tinha influência com ninguém para conseguir um estágio pra mim.

Fiquei na farmácia mesmo. Quando cheguei fui bem recebida por todos. Disseram-me que eu iria ficar na parte de encapsulamento. Fui bem tratada até perceberem e intolerarem a minha falta de experiência, no primeiro dia a menina “me ensinou” como fazia as cápsulas e me deixou sozinha na sala. Resultado? Fiz uma bela bosta, em que se perdeu todo o material da cápsula. No início eu me sentia um lixo, porque não sabia fazer essas cápsulas, elas faziam rápido, eu passava que quase uma manhã inteira pra fazer uma encomenda, e muitas vezes vazava alguma coisa, perdia o material, algumas cápsulas ficavam amassadas e aí tinha que fazer tudo de novo. Minha auto-estima foi totalmente afetada, me sentia incapaz, hoje eu vejo é que elas é que estavam erradas que perdiam a paciência antes de me ensinar, que enquanto a menina que fazia “rápido” fazia num encapsulamento de plástico, muito mais leve, enquanto eu fazia num de vidro, a cadeira dela era muito mais confortável que a minha, que além de dura ficava abaixando, e sem falar que ela tinha muita experiência. Elas tiveram a paciência pra me ensinar, porém, depois bem depois de eu ter levado muita cara feia, olhares atravessados, e acredite, gritos. Com o tempo eu fui pegando o jeito e aprendendo a fazer as cápsulas.

No início também foi difícil me relacionar com elas, imagine 5 mulheres. E vocês sabem como mulher é um bicho intrigado que te olha atravessado. Tava difícil conviver com elas, sentar todos os dias na mesma mesa na hora do almoço, ver elas conversando sobre tudo e eu não tinha a mínima chance de entrar no papo. Eu era tipo a excluída mesmo.

O transporte era outra merda. Eu pegava ônibus às 7 da manhã e às 6 da tarde, horário de pico. O ônibus parecia uma lata de sardinha de tão apertado, não tinha lugar pra colocar nem o pé. Eu odiava, nesse sentido sou filhinha de papai mesmo, sempre andei de carro no bem bom, e quando pegava ônibus era do interior que não vinha tão lotado quanto os da capital. Fora as pessoas que entravam, saíam e estavam no ônibus... motoristas e cobradores mal educados, homens tarados, mulheres fedidas, bêbados insuportáveis, drogados que faziam até medo.

Os dias foram passando, as semanas também, as cápsulas deixaram de ser um enigma pra mim, fui aprendendo a fazê-las, era todo um jeito, uma manha, de tirar as tampinhas rapidamente, cortar o saco com o material sem derramar uma grama, fechá-las sem amassá-las. O trabalho não era lá dos melhores, mas deixou de ser tão chato, fui me acostumando, né.

E as meninas... ficaram super minhas amigas. Eu só precisei falar sobre dois assuntos pra elas gostarem de mim, sexo e festa. É incrível como você chega num lugar, de uma forma mais reservada, queira ou não queira, mais tímido, ninguém se aproxima de você, ninguém gosta de você mas se você faz o tipo alegre, safado, boêmio você consegue mais amigos. Isso explica na infância eu ter sido uma criança tão isolada e hoje ser tão popular.

E a que eu fiquei mais amiga foi Adriana, eu trabalhava com ela dentro do encapsulamento e passava o dia inteiro na mesma sala só eu e ela. O assunto que mais nos unia, com certeza, sexo. Ela era fogosa, safada como eu, e nas nossas histórias a gente se identificava muito, ela já tinha ficado com muitas pessoas, namorado umas 3x, traído todos os namorados, mas jurava de pé junto que o atual nunca tinha traído. O atual era um cara bem mais velho do que ela, mas que aparentava ser bem mais jovem, pelo fato de ser pequeno, magro, mas acreditem segundo ela, ele é dono de um monstro de 22cm.

Chocou? Eu também. Na época eu tava recém-fudida, tinha acabado de ter perdido minha virgindade anal e compartilhava a experiência com ela, na época eu ficava com  Jonisson (http://diariodagarotadevariasfaces.blogspot.com.br/2012/11/como-eu-perdi-virgindade-do-cu.html  ), eu passava o dia falando sobre como ele me chupava bem, e ela passava o dia falando sobre o quão grande e tão grosso era o pau do namorado dela. Confesso que os papos com Adriana me atiçaram um fetiche que tenho até hoje, fazer troca de casal, eu achava Jonisson tão bom de cama, que eu queria que ela provasse pra ver que eu tava falando a verdade, e eu claroo, tinha muita curiosidade pra ver essa mega pica do namorado dela, e juro até mais por curiosidade do que por tesão, eu meio que não acredito, o cara é tão magrinho, tão desmilinguido, quando Adriana me falou que o pau dele era muito grande eu me assustei, quando ela falou que tinha 22cm eu quase caí da cadeira, kkk.

Enfim, me aproximei das meninas, aprendi a gostar do jeito delas, e elas também a gostar de mim. Adriana então, detestou a minha chegada, e depois adorava ficar lá no encapsulamento comigo, dizia: Cadê a minha amiga Garota de Várias Faces, pra gente falar putaria?

E assim eu fui me adaptando a estagiar na farmácia, com o tempo eu tava começando a gostar de coisas que pra mim no início era um martírio, como pegar ônibus em horário de pico, já não me incomodava mais, era pra mim uma coisa meramente normal.

Lembro como hoje, no dia saí mais animada para o trabalho pois tinha conseguido colocar umas músicas legais no meu celular. Trabalhei cantando nesse dia, cantando como nunca, pela primeira vez eu tava fazendo remédios controlados, coisa que nunca tinham me passado e eu começava a fazer porque já estava mais experiente, quando a dona da farmácia mandou me chamar, estava ocupada, e ela disse que eu terminasse o que eu estava fazendo. Terminei de fazer as cápsulas que eu mais gostava de fazer que eram as 00, branco e verde, também as minhas cores favoritas, acaso ou proposital.

Cheguei na sala, ela perguntou se estava tudo bem comigo, eu respondi com um sorriso no rosto que estava tudo bem... Mandou-me sentar e me disse que infelizmente teria que reincidir meu estágio. Na hora eu nem entendi, porque não sabia o que era reincidir, e ela explicou que eu não continuaria mais farmácia, fiquei lá só um mês. Motivo da saída, uma besteira que eu fiz, mas também acho que ela foi intolerante demais, tirei o sutiã dentro do laboratório. Só isso.

Eu saí de lá desabando em choro. Estava difícil conseguir um estágio, e agora que eu tinha conseguido, e mesmo assim não era lá grande coisa, eu perdi. Meu mundo caiu, cara, eu me senti totalmente incapaz, pensava que nunca mais ia conseguir estagiar num lugar remunerado, não, eu não queria estagiar de graça. Saí de lá em choro, sem rumo, em desespero, desorientada, me deu vontade me jogar no trânsito e acabar com o tormento. Chorei de lá até cá, da farmácia até a minha casa. E quando cheguei continuei chorando.

Minha mãe olhou pra mim, e parecia também chorar com aquele olhar de pena, me disse que não teve como surpresa, pois na noite anterior eu tinha tido um sonho premonitório de que eu tinha sido demitida, e quando disse pra ela, ela sentiu que aconteceria. Eu sonhei, eu previ, e mesmo assim não quis acreditar, não quis aceitar a condição.

Nesse dia eu chorei, gritei, desacreditei de mim, quebrei um copo no desespero, fiz escândalo que todos os vizinhos ouviram.

Eu estava num estado, sinceramente, de dá pena.

Meu pai foi buscar uma tia minha para me ajudar. Ela incorpora espíritos.

A entidade que ela recebe, uma sereia, me disse que eu me acalmasse, pois não demoraria muito para conseguir outro estágio, mas que em qualquer lugar que eu pisasse eu teria que ter a humildade de ser subalterna.

Depois que a sereia veio, e foi embora, eu dormi, acordei mais calma. Mas a dor não passava.

E os dias foram passando, me fazia falta não acordar no mesmo horário todas as manhãs, não ter que ir todos os dias a farmácia, sentia falta das conversas com as meninas, era como se algo tivesse sido arrancado de mim.

Foi nessa época em que eu entrei no candomblé. Percebi que tinha algo de estranho comigo porque nada dava certo, até um estágio que eu encontrei em tão pouco foi retirado de mim, percebi que tinha alguma perturbação. Eu procurei um Pai de Santo, aliás, procurei não, fui levada até ele. E queira ou quer não, esse pai de santo mudou a minha vida.

Fiz limpeza de corpo. Descobri que era filha de Yemanjá com Oxum e Ogum, que a força d’água me protege. Voltei a rezar, pois estava muito afastada de Deus, e a seguir a minha vida com a minha nova religião, o candomblé, em que cada dia é uma nova descoberta, uma história diferente solidificada na fé. Sem fé nada se faz.

Um certo dia eu tive sonho com uma menina. Clarinha, loirinha, com um vestidinho branco, meio suja, era uma criança de rua, em que eu trouxe pra casa. Eu trouxe a alegria pra minha casa. Todos gostavam dela, mas era em mim que ela grudava, brincávamos o tempo todo, e ela me fazia muito bem. Mas era uma criança de rua, e nem eu nem a minha família aceitava criar filho de rua que não tem o nosso sangue. Chamei-a para brincar de esconde-esconde, a levei para uma encruzilhada, assim que ela tapou os olhinhos, eu dei no pé. Cheguei em casa, e me arrependi do que fiz, pensando que aquela altura ela ainda estaria me procurando, será. Senti uma imensa tristeza no meu coração, uma emoção, foi apenas um sonho, mas foi como se tivesse sido real. Ao acordar, eu escutei uma voz em pensamento que me dizia que era Mariazinha da beira da praia, falange de Yemanjá. Eu sabia que era ela.

Minha mãe ao acordar, me disse que também tinha tido um sonho com uma menina na beira da praia, brincando, com outros dois meninos encostados que pareciam ser gêmeos. Aí eu tinha certeza eu chorei, fui tomada por uma emoção, e não tinha dúvidas, o erê Mariazinha da Beira da Praia tinha chegado a nossa casa, estaria do meu lado, e talvez seja a entidade em que eu irei incorporar quando estiver pronta. Isso só Deus sabe.

 Uma vez eu estava on-line na internet, no facebook mesmo e vi um anúncio de um estágio de uma grande empresa, uma grande empresa mesmo, empresa em que é o sonho de todo mundo trabalhar. Eu não vou falar o nome da empresa, nem hoje, nem nunca, para preservar o meu anonimato. Mas posso dar a dica que é a 5º maior empresa de energia do mundo. E aí, já sabem?

Eu tinha todos os requisitos, mandei o meu currículo imediatamente, no mesmo momento eu liguei para empresa, conversei com a pessoa do Rh responsável. Ela me mandou providenciar alguns documentos e que entraria em contato depois.

Fiz tudo conforme o que havia mandado.

Rezei muito, pedi muito a Deus, aos Orixás e especialmente a Mariazinha da beira da praia, fiz uma promessa, que se ela conseguisse esse estágio pra mim, com toda a graça e pureza de uma criança, eu a presentearia com uma boneca de pano.

Eu esperei muito tempo, várias vezes fiquei uma pilha de estresse, de nervosismo, medo de não ser chamada. Mas fui. Pensei está indo para uma entrevista, mas não teve, só assinei alguns papéis, entreguei os meus documentos, peguei a solicitação de exames, e a vaga já era praticamente minha. Louvado seja Deus.

Fiz os exames, e deu tudo ok. No dia em que eu peguei os papéis de termo de compromisso, eu fui pagar a minha promessa, no mar. E a partir de então, eu era estagiária da 5º maior empresa de energia do mundo.

Um fato curioso, quando fui comprar a boneca, algo me dizia que eu levasse o dinheiro que tinha no meu cofrinho, mas eu não quis, por não passar a vergonha de ter que pagar tudo em moedinhas, e além do mais tinha apenas 20 reais, a boneca certamente seria mais cara.

Quando fui comprá-la, advinha o preço? 20 reais. O dinheiro que tinha no cofrinho. Coisa divina mesmo.

Vesti uma roupa branca, passei em casa, peguei a boneca e fui presentear a Mariazinha pela graça concedida.

Ao chegar na praia eu começava a agradecer a minha mãe Yemanjá, me lembrava que muitas vezes eu tomei banho de mar pedindo que arrumasse um outro estágio, e agora tinha conseguido, o estágio dos meus sonhos, numa grande empresa.

Quando coloquei a boneca no mar eu tive uma surpresa. A boneca voltava. Eu pegava a boneca de novo jogava para o mais longe do mar, e não havia jeito, as ondas traziam a boneca de volta. Lembrou-me uma vez que fiz uma oferenda para Yemanjá, coloquei um buquê de rosas brancas no mar e na mesma hora o buquê desapareceu, o mar aceitou a oferenda, mas a boneca o mar não estava aceitando.

Já que a menina é Mariazinha da Beira da Praia, o correto seria fazer a oferenda na beira da praia e não no mar? Pensei isso várias vezes antes de sair de casa, mas como eu tinha prometido que ia fazer no mar, eu fiz. Mas o mar não aceitou, quando eu e minha mãe saímos da praia, a boneca continuava lá na beira da praia.

E ainda tem gente que diz que Candomblé é lenda, que espíritos não existem, que o mar não tem o poder de aceitar ou rejeitar o que deve nele ser colocado ou não.

Minha mãe disse que a boneca seria pega por uma criança qualquer, e que a promessa que eu fiz seria presentear uma criança que não tem condições de ter um brinquedo. Mas eu não, sei que a boneca é material, e Mariazinha é espiritual, mas de um jeito, numa dimensão que nós humanos desconhecemos e não entendemos ela brincaria com a boneca, e cada vez que brincasse estaria me sentindo satisfeita no meu estágio, eu via na mente Mariazinha no clarão da noite, brincando com a boneca na beira da praia. E ao escrever isso, já me cai lágrimas nos olhos de emoção, eu tenho muito carinho e amor por essa entidade. Bendita seja!

Hoje estou muito feliz no meu estágio. Fui bem recebida por todos. É certo, que no início tudo são fores, mas eu to adorando tudo, fazendo tudo com muito amor, por isso tá dando tão certo. Percebi que a gente faz bem feito aquilo que a gente gosta.

Aprendi em pouquíssimo tempo a fazer todas as análises, e por ter pego as coisas tão rápido, eu só recebo elogios dos técnicos experientes da empresa.

Um ônibus chiquérrimo com ar condicionado, me pega na porta e me deixa na porta, não preciso pegar coletivo como era no outro estágio. Almoço todos os dias no refeitório da empresa, a comida é ótima, me sinto comer num restaurante todos os dias, pela variedade, pela sobremesa, tudo de graça.

Eu costumo dizer que não estou sendo paga para estagiar, e sim, para ter uma aula maravilhosa com técnicos experientes, que tem mais de 30 anos de empresa, e depois disso almoçar no restaurante com ótima comida todos os dias.

Às vezes a gente acha que tá perdendo, mas está ganhando alguma coisa melhor, só Deus é que sabe dos planos de Deus. Fé e axé para todos nós.

domingo, janeiro 06, 2013

Carregada Espiritualmente



Querido diário, ontem escolhi uma das roupas mais sensuais do meu guarda-roupa, um body verde bem decotado e uma bermuda que destacava as minhas curvas. Eu tenho um corpo muito bonito e um ar muito sensual. Mas a roupa é claro contribuía.
Quando a minha mãe me viu arrumada, perfumada, com um decote daquele tamanho não teve dúvidas, sabia que eu iria encontrar com alguém. Começou a dar piadinhas, indiretas, e eu me estressei, tivemos uma briga feia. Joguei na cara dela que ela já foi casada com macho dos outros, coisa que me escondeu durante muitos anos, mas a verdade sempre vem à tona. Foi eu falar isso e ela ficar pianinho, a verdade é que todo mundo quer se esconder atrás de uma imagem de santo para acusar o pecado dos outros.
E ela não estava errada, estava mesmo indo me encontrar com um homem. Jonisson, o que tirou a minha virgindade anal. Matar a saudades. Não agüentava, apesar de o tempo ter passado, eu ainda tinha muito tesão nele, e pensava nele todos os dias, pensava nele a cada cara que me tocava e não conseguia me tocar tão bem quanto ele. Mas fui por puro tesão, a essa altura ele já tinha perdido toda a minha consideração e eu queria mais que ele se lascasse, por quê? Por vários motivos, mas eu posso contar o último.
Jonisson, apesar de ter me comido e não acreditado que tinha sido o primeiro, passou quase 6 meses sem me ligar, várias vezes eu liguei pra ele, e muitas ele não atendeu e nem retornou. Essa semana dia 4, ele me liga. Claro, só de ver o número dele como ligação perdida, o fogo subiu, ainda tinha muito tesão nele. Mas eu estranhava, não sou idiota, se uma pessoa passa 6 meses sem te ligar, e te liga de repente, alguma coisa aconteceu... eu pensei deve estar carente, feio e barrigudo. Mas era pior do que eu pensava, me ligou para me fazer uma proposta indecente... o cara passa 6 meses sem me ligar, e me liga para aproveitar que sou bissexual e fazer um ménage com ele e com uma velha dele, uma mulher de 29 anos, que inclusive nem é bissexual, disse que não queria interagir comigo, só estaria ali para satisfazer ele. Palhaçada, eu deveria ter falado umas verdades pra ele naquele momento. Mas por carência, ou talvez insegurança, eu não disse nada, não disse nem sim e nem não para a proposta dele, tudo que eu queria dizer ficou entalado na minha garganta. Mas isso não é da minha índole, e sabia que logo eu colocaria pra fora.
No outro dia, marcamos de nos ver, porém, sem a velha de 29 anos, só eu e ele, na certa, sexo.
Naquele momento, com o body verde, estressada porque tinha brigado com a minha mãe, estava indo vê-lo.
Passei na instituição onde estudo para resolver algumas coisas. Umas resolvi fácil. E outras, foi o maior bafafá, e acabei discutindo lá. Acontece que estou lá apenas pagando matéria, e das 3 que estou cursando, apenas uma entrou no sistema, e o rapaz não quis resolver dizendo que já tinha passado o prazo e que eu precisava de um comprovante por escrito. Uma merda, se isso não se resolver é capaz de eu ter que passar mais um semestre lá na instituição, que eu já deveria estar formada. Tudo, por quê? Porque funcionário público não trabalha no nosso país, enrola. Mas comigo não vai ser assim. Se esse cara não resolver o meu problema, a coisa vai sujar pra o lado dele, eu vou fazer uma besteira, mas vai ser o preço que ele vai ter que pagar por me prejudicar.
Me estressei, e estressada eu já estava por ter brigado com a minha mãe. Pra completar, o imprestável do Jonisson me deu um cano, e nem de me atender o telefone ele foi capaz. Liguei umas 500x e ele não atendeu. É por isso que ele tem 27 anos (diz essa ser a idade dele) e não tem nada, tem um empreguinho de merda, mora num quarto de vila, não pode ver a filha. Porque ele é uma merda.
Isso não ficou assim, desentalei tudo que estava entalado na minha garganta, mandei uma mensagem dizendo o seguinte: Você é um mole, frouxo, tem o pinto pequeno, é triste de pobre, mora num quartinho de vila, pegue a sua velha de 29 anos e vá se lascar.
Sou desse tipo, que quando a pessoa não me respeita, ou me faz de besta, dou o meu discurso humilhador que ela nunca vai esquecer uma palavra.
Mandou outra mensagem dizendo: Obrigado pelos elogios, mas você não vale a merda que a minha velha caga.
Ô, dó, é tudo isso que ele tem pra me dizer? Kkkk
Depois de ter brigado com a minha mãe, com o técnico administrativo e com Jonison, fiquei ali me estressando ainda mais , ligando pra a minha lista de amantes e nenhum sem disponibilidade pra me ver. Será que eu ia sair de casa “daquele jeito”, linda, gostosa, perfumada, escutando tantas cantadas na rua e ia ficar chupando dedo?
Não demorou muito e passou um gato. Mas sabe aqueles gatos que parecem ser artistas de Hollywood, alto, branco, apesar de não ser forte do tipo que gosto, tinha um corpo normal e perfeito, tinha barba e um sorriso brilhante. Na boa, na hora em que vi ele, fiquei na minha, de início achei muita areia pra o meu caminhãozinho, mas quando percebi que ele estava olhando descaradamente para os meus seios, comecei a encará-lo, e ele a responder me olhando do mesmo jeito. Passou por mim umas duas vezes, me olhando, me olhando, eu olhando, sorrindo,porém, ele estava acompanhado de uma colega de trabalho, magra, seca, feia, que olhava pra ele com um olhar abobado, com certeza, apaixonado, porque ele é o tipo que atrai a todas as mulheres, e apaixona as que estão próximo dele, porque ele é muito bonito, e (posso dizer com autoridade, pois depois tive o contato suficiente) que ele é aparentemente um bom moço.
Ele me olhou muito, eu tava sozinha, carente, estressada, seria muito, mas muito bom, ficar com um gato daqueles. Naquele olhar sedento que estava muito ao meu alcance.
Fiquei lá sentada, um bom tempo, na esperança de que ele iria voltar para pedir o meu telefone. Ele não voltou. Eu não consegui falar com mais ninguém pra marcar encontro. E fui embora. Estressada principalmente com o problema que eu não consegui resolver das minhas matérias.
Estressada, sozinha, carente, parei num bar para comprar uma cerveja, na tentativa de relaxar um pouco, esquecer dos problemas.
Quando ouvi uma voz atrás de mim perguntando a vendedora se ali tinha lixeira, queria jogar alguma coisa. Quando olhei pra trás, era ele :D, o galã de Hollywood. É, ele não voltou pra pedir meu telefone, mas quando me viu, arranjou uma desculpa pra chegar perto de mim.
Eu olhei pra ele, sorri e disse: Ó, olha quem tá aqui...
Ele sorriu, e disse: −É...
Eu: −Que bom, pensei que não iria mais falar contigo
Ficamos ali conversando um bom tempo, coisas sobre tudo, disse que fazia jornalismo na mesma universidade que eu (olha só a coincidência), que estava ali estagiando, e tinha entrado há poucos dias, (por isso que nunca tinha visto aquele gato ali), e falei pra ele também os cursos que eu fazia, contei pra ele sobre o estresse que eu tinha tido há minutos antes na instituição, ele me disse que conhece o rapaz que me atendeu, mas que com ele foi super legal. E a conversa rendeu, tanto que ele deixou dois ônibus dele passar... estava mesmo muito interessado né, o rapaz. Só que a área ali começou a ficar perigosa, e eu dei a idéia de voltarmos para a instituição, pois ali era muito perigoso.
Só porque era perigoso, Garota de Várias Faces, sem segundas intenções? Se eu disser que estava com 0% de segundas intenções, estarei mentindo, mas a conversa realmente estava muito interessante, voltei mais para a gente conversar mesmo.
Ele foi ao banheiro, enquanto eu coloquei um halls na boca para tirar o gosto da cerveja, sabia que ia rolar. E quando ele voltou ficamos conversando mais, sobre estudos, ex-namoradas, banda que ele quer montar. Ele deu uma desculpa interessante para ficarmos num lugar mais reservado. Quis me mostrar a sala onde ele estudou durante o curto período que ele ficou num curso técnico lá na instituição. Imagine um jornalista quase formado cursando petróleo e gás? Não demorou muito para abandonar. Como isso fazia tempo e a instituição tinha mudado bastante, fomos lá ver a sala, pura desculpa dele, porém, chegamos lá e não rolou porque os guardas estava lá na porta.
Voltamos para os banquinhos e ficamos conversando, conversando normalmente, sobre coisas comuns do dia a dia, quando olhei pra calça dele, fiquei meio assustada, ele tava de pau duro, sem a gente ter feito ou falado nada.
Depois ele levantou, viu a maquete de uma refinaria de petróleo, realmente, a maquete estava divina, e eu fui lá olhar. O local era reservado. Mais uma desculpa dele pra me agarrar. E aí sim, rolou.
Faz tempo que eu não ficava com um homem com tanta pressão, o cara me agarrava numa força, num tesão, era um roça roça com um pau dele duro na minha buceta, que me deixava louca. Meu clitóris  piscou durante um tempo, eu tava visivelmente excitada, com certeza, uma das melhores pegadas da minha vida, porque ele tinha muito tesão, muita pressão, e eu adoro isso, fiquei com vontade de dar, é claro. Ficava fazendo umas caras e bocas, de tarado mesmo, sabe, geralmente quando o cara é feio e fica fazendo essas caras de taradão fica mais feio ainda, mas como ele é bonito, nem assim consegue ficar feio, e com tanto tesão, me excitava mais ainda.
A cada balançar das árvores, parávamos com medo achando que era os guardas, depois voltávamos a nos agarrar a toda pressão. Teve uma hora que ele colocou o pau pra fora, que coragem! Sendo que os guardas poderiam aparecer a qualquer momento e sendo ele um estagiário.
Nos agarramos um bom tempo e ele disse que tinha que ir embora. Como o negócio tava muito gostoso, eu disse NÃO, queria mais, muito mais, e tava com muito tesão. Audaciosamente disse que ia ao banheiro. Ele veio atrás. E lá rolou.
Fiz sexo oral nele. O pau era pequeno, mas grosso, então compensa. Chupei deliciosamente, sentindo aquele gostinho de pinto suado do fim do dia, porém, sem mal cheiro e sem gosto forte, uma delícia. Chupei com gosto mesmo, o que eu queria ter feito com Jonisson, e ele não foi, fiz deliciosamente em Valmir.
Teve uma hora que eu fiquei meio que impressionada, depois de eu chupar muito o pau dele, ele disse que tava na hora de eu sentir dentro de mim. Fingi que não ouvi, e continuei chupando,ele repetiu. Como assim? Ali? Assim? Sem camisinha? Que coragem! Disse que estava menstruada, e realmente estava mesmo. Mas jamais faria sexo sem camisinha com ninguém, e me admira a coragem dele querer fazer sem camisinha comigo eu que estava ali chupando o pau dele sem ao menos conhecê-lo, sem ao menos saber se o nome dele realmente era Valmir, ou seja, na concepção machista dos homens de uma puta, ele quase transou comigo desprotegido, mesmo sabendo que sou puta. E aê, mulherada, vai ter coragem de dar pra um cara sem camisinha só porque ele se diz um bom moço e é lindo como galã de Hollywood, vai nessa!
Ele não demorou muito a gozar. Mas tava tão gostoso, tão gostoso, que eu pedi pra continuar chupando, mesmo ele já tendo gozado.
O cara é perfeito, além de muito bonito, é muito tarado e gostoso.
Saimos discretamente, eu saí do banheiro primeiro, e ele ficou, mandaria uma mensagem, dizendo que a área tava tranquila pra ele sair do banheiro feminino. E aê ele saiu, com aquela cara de safado e satisfeito.
Fomos conversando até a porta, e passamos pelos guardas, que nos olharam atravessado, sabia que a gente tava ali pra se agarrar, mas não conseguiram encontrar o lugar onde estaríamos nos agarrando, pois estávamos no banheiro, e ainda mais, feminino, e não tem nenhuma guarda mulher na instituição...
Tava tudo deliciosamente bem, até a gente ir embora, brigamos. Briguei com minha mãe, com o técnico administrativo, com Jonisson, e agora com Valmir.
Por quê? Ele não quis me beijar na rua. Fugiu do meu beijo, eu perguntei se ele não iria me beijar. Me pediu calma. Eu disse: Então, eu vou embora, e não te quero mais. Dei as costas e fui. Olhei pra trás, ele tava parado olhando pra mim. Fui embora sem voltar a olhar pra trás.
Homem que não tem vergonha de me comer entre 4 paredes, mas tem vergonha de me beijar na rua pra mim não serve. Prefiro um feio que me trate como uma rainha, do que um galã de Hollywood que seja indiferente. Só que ele tem uma coisa que interfere tudo isso, tem uma pegada gostosa, que poucos tem por aí.
Fui embora, me sentindo só, teria sido muito bom se ele não tivesse me decepcionado no final, que que tinha um beijinho de despedida na rua, idiotice da parte dele, será que ele tem namorada, me enrolou pra me dar o face e por fim não deu, mas mesmo assim é bobagem um beijo na rua, e eu não me importaria se ele tem namorada ou não, mas não gosto de quem se esbalda entre 4 paredes e me evita em público. Ficar com ele, por fim, não me satisfez e não valeu a pena, pra ser bom, tem que ser bom fisicamente e psicologicamente, me fazer gozar horrores, mas também me sentir bem. A vulgaridade de chupá-lo num banheiro público e não ser bem tratada no final não me fez bem, me deixou num vazio. Ter ficado com ele ou não ter ficado, teria dado no mesmo, voltar estressada pra casa, ficar com Valmir não valeu a pena.
Voltei pra casa, e fui pra minha listinha de amantes, coloquei as notas, e Valmir ficou na frente de todos eles, dei 9 pra beleza, 9 pra pegada e 5,5 pela forma de ser tratada, ele ficou com um média de 7,8, no topo de amante número 1. Decidi relevar o que aconteceu, afinal, uma pegada daquela é muito excitante, tomara que role mais vezes.
Tentei ligar pra ele, e ele não atendeu. Conversando com um amigo, ele me disse o seguinte, que ele deve fingir que ficou bolado por eu ter ido embora, e não atender telefone por causa disso, mas que na verdade, não atende porque tá meio que satisfeito, que vai me atender quando me quiser comer de novo, e não vai ser agora. Perfeito, super faz sentido, é isso mesmo. É muito bom você ter amigos gays, que sabem ter a amizade sincera de uma mulher e que entende a cabeça dos homens, porque são homens. Entende, diário, por que eu só tenho amigo gay?
Ia ver uns vídeos no youtube, e por coincidência, coincidência mesmo, porque nem ia procurar vídeos sobre candomblé, e vi em sugestões um vídeo de uma festa de Yemanjá. Abri e não gostei do que vi, apesar de ser coisa boa, tava meio estranho as pessoas recebendo os espíritos, incorporação às vezes é meio esquisito e impressionante. Fiquei vendo o vídeo, e ao ver pessoas caindo, gritando, outras batendo no peito, eu senti uma energia forte, me arrepiei toda, e meu ouvido direito tapou. Corri pra desligar o vídeo. Eu sei que por exemplo, eu que sou médium e iniciada no candomblé posso estar vulnerável a uma incorporação se passar próximo de uma roda de candomblé, mas nunca pensei que isso poderia acontecer apenas assistindo um vídeo. Na boa, fiquei com medo.
Fui dormir. Acredite, diário, dormi por 15h seguidas, e só sonhei com os orixás, sonhei muitas coisas mesmo, mas nem tudo eu lembro. Só lembro de 3 sonhos.
Sonhei com a Maria Padilha, enquanto dormia no sofá da sala, ela estava no meio da sala com aquele jeito dela que logo mostra ser de esquerda, com um vestido longo preto com vermelho, decotado, com um batom vermelho nos lábios, pele branca, meio forte, tipo meio gorda com seios grandes. Ela não estava me assustando, me amedrontando e nem fazendo o mal, estava apenas me dizendo coisas, dizendo o que eu estava fazendo de certo e errado, coisas que me faziam ficar ao lado dos orixás, e coisas que me faziam ficar do lado dela. Mas não lembro de nada dessas coisas. Só lembro do objetivo do sonho.
Sonhei também com Exu, prejudicando um casal em que eram príncipe e princesa, ele estava envenenando a comida de alguém. Sinceramente, eu não lembro quase nada desse sonho.
E o último sonho que eu tive foi com Oxum. Oraiê iê, Minha Mãe. Eu sonhei que ela estava encostada no sofá ao meu lado me limpando, com uma coisa, que parecia ser uma erva, uma planta, é tanto que ela passava uma coisa no meu rosto que me incomodava, eu olhava pra ela, não conseguia ver o rosto, apenas o corpo, muito bonito como dizem, a cintura bem fina, as pernas bem grossas. De início eu pensei ser Yemanjá, mas no final se abriu um rio no meio da sala, e ela entrou. Era Oxum, Minha Mãe, Senhora das riquezas espirituais e Rainha das águas doces.
Esse foi meu último sonho e acordei.
No dia anterior eu briguei com várias pessoas, fiz sexo oral num cara que nem conhecia num banheiro público, por puro tesão e atração da beleza dele, por fim, senti um vazio enorme. Não precisa saber muito sobre candomblé, pra entender que eu estava carregada de energias negativas. Briguei, pequei e fiquei triste. Dormir 15h seguidas não é normal, eu tava sendo tratada pelo orixás, eu tive muitos sonhos, mas só lembro desses 3, Maria Padilha veio pela autoridade de Deus, sem me assustar ou me causar algum dano para avisar que eu estava no caminho errado. Minha Mãe Oxum veio me lavar das coisas ruins que me possuíam. Louvado seja Deus.
Mas Deus sabe, os orixás sabem, e os espíritos do mal infelizmente também sabem que eu não vou deixar a vida que eu levo enquanto eu não encontrar alguém que me complete, que me ame verdadeiramente e me sinta feliz. Querer que eu saia dessa vida é fácil, mas me dar um amor de verdade parece que tá bem difícil né. Parece que eu sempre encontro a pessoa certa na hora errada, ou a pessoa errada na hora certa. Uma vez pedi a Deus que me desse alguém para me fazer esquecer Herivelton, Ele me deu Miguel, realmente me fez esquecê-lo, mas a minha história com Miguel, vocês conhecem, e não vou reescrever para não me machucar. Pedi a Oxum um namorado, prometendo que até fevereiro se eu estivesse com ele, eu colocaria num rio de água doce 7 colares de ouro. Apesar de ver essa possibilidade muito distante, ainda estou aí na esperança, sei que Oxum está ao meu lado, já sonhei diversas vezes com ela, e neste último sonho ela veio me limpar. Orá-iê-iê, minha Mãe.
A vida que eu levo, me deitando com quem me convém não me faz feliz. Mas também não é tão ruim, às vezes me distrai, dependendo do cara, da noite, da sorte. Mas não diminui a solidão e nem ameniza as marcas que o meu passado me causou. Eu só vou deixar de ser assim quando encontrar alguém que vala a pena. Será que irei encontrar?
Bom dia, queridos leitores.
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