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quarta-feira, novembro 04, 2015

Dois pitelzinhos



Querido diário, li alguns comentários anteriores, pessoas (acho que homens) reclamando que eu não escrevo mais putaria no meu blog. Li esses comentários rindo, é claro. Já imaginava que as pessoas gostavam de uma putaria, mas não tanto... rs. E não é que andei lendo uns textos antigos eróticos meus, como: http://diariodagarotadevariasfaces.blogspot.com.br/2013/03/livre-e-nua-na-sua-cama.html http://diariodagarotadevariasfaces.blogspot.com.br/2013/02/a-pior-e-melhor-de-todas.html http://diariodagarotadevariasfaces.blogspot.com.br/2012/12/licao.html
... e não é que me deu saudade de escrever coisas eróticas, acho que levo jeito para coisa, rs.
Gente, eu quero deixar uma coisa bem clara aqui, eu criei esse blog unicamente com intuito financeiro, queria que estourasse e eu ficasse famosa dando entrevista nos programas de TV, por aí, rs. Criei esse blog alguns anos depois que a Bruna Surfistinha estourou com blog de sexo; escrevia mais ou menos na mesma época que a Nádia Lapa estourou com o blog Cem Homens, e realmente eu poderia ter estourado, talvez se eu não escrevesse no anonimato, demonstrasse minha identidade, explicasse de onde sou, quem sou e o que faço. Poderia ter estourado se fizesse parceria com grandes blogueiros, só que eu era muito nova e não sabia direito como funcionavam as coisas, achava que estourar ou não seria realmente uma questão de sorte.
O que mudou? O que mudou foi que eu amadureci, e vejo que se esse blog aqui com todos os detalhes da minha vida íntima e com todas as loucuras (e até crimes) que eu cometi viessem à tona, eu estaria no mínimo ferrada, e hoje agradeço (e muito) ao destino por esse blog não ter estourado.
E hoje eu (juro) não tenho nenhum intuito financeiro com esse blog, se tornou meu diário particular, escrevo o que eu quero e sinto vontade e ponto final, sem me importar se vou ser lida ou não. Agora claro, quem começou a ler o blog e tem paciência de verificar se eu atualizei (passo muito tempo sem atualizar) continua lendo, porque o que eu escrevo é bom, eu escrevo muito mais que um diário, eu coloco a minha vida no papel.
Estando tudo agora esclarecido, pode apagar a luz que vai começar a putaria, kkk. Gente, me deu vontade de escrever coisas eróticas novamente, e confesso que não estou mais naquele pique de 2012 e 2013 em que eu tava com mais ou menos 19, 20 anos louca para trepar com o mundo e o fundo e experimentar todas as sensações que eu nunca tinha experimentado na vida. Eu continuo a mesma puta que vocês conheceram, ok, garanhão, puta e viado são 3 coisas que não se consertam. Mas acontece, que eu já trepei com o mundo e o fundo, aprendi a valorizar a qualidade e não a quantidade e hoje enxergo o sexo até como uma fraqueza do homem e não como uma fortaleza. Mas enfim, vamos ao que eu quero escrever:
Querido diário, sou solteira, livre, leve e solta desde quando me conheço por gente. Entre uns casos mais sérios e outros menos sérios, eu nunca tive compromisso com ninguém, já me crucifiquei muito na vida por isso, mas hoje vejo que cada um tem uma maneira de viver e eu tenho a minha.
Já me apaixonei e muito, posso dizer que sim, já amei. Aos 15 anos, quem lê o blog há muito tempo sabe, que eu fui apaixonada por um mineiro pelo qual namorava a distância, me entreguei de corpo e alma e a falta desse amor quase acabou com a minha vida. Aos 20 anos eu conheci Giovanni, e essa história vocês estão cansados de saber, haja textos aí no blog falando sobre esse homem, sobre o quanto ele me esnobava, me maltratava e eu sofria igual a um bezerro desmamado. Hoje nem eu mesma agüento ler os textos que eu escrevia sobre Giovanni, ai, como o amor é chato! Aos 21 anos, quando eu não queria mais sarna para me coçar, conheci um homem feio, pobre, semi-analfabeto, mas de um coração nobre, que se não me fez sentir o que é o amor, me fez chegar muito perto disso. Acho que de todos esses, este foi o único que de fato, se apaixonou por mim, que cometia loucuras, batia na minha porta 2h, 3h da manhã, morria de ciúmes, ficava nervoso e até fazia merda no trabalho quando estava com raiva e eu chegava perto dele. Acho que esse me amou, mas como nem tudo é perfeito, ele era casado e o desfecho dessa história vocês podem ver em textos anteriores.
Desde quando sofri muito com meu primeiro amor (o mineiro), e depois apanhei de novo com Miguel (que na época achava que amava, hoje vejo que era pura carência), resolvi fechar meu coração, pensar de forma racional e ver que o amor é algo completamente dispensável, que você pode e deve ser feliz sozinha.
Pensar dessa maneira não me deixou isenta de me apaixonar novamente, nem de cometer merda, mas cada vez mais fortaleceu esse pensamento na minha mente, de forma, que hoje é muito difícil eu me apaixonar por alguém e desejar construir uma vida ao lado de uma pessoa. Não, eu quero construir as minhas coisas, meu patrimônio.
Estou há um tempo sem sexo, há exatamente 5 meses, tive poucos relacionamentos e confesso que nenhum deles me deixou de perna bamba, por isso mesmo, sosseguei. Fora que decidi estudar para concursos, coisa que me demanda muito tempo. Mas resolvi sair dessa castidade acidental, rs, até porque eu gosto de sexo, preciso de sexo e sinto falta de sexo, de chupar um pau, de ver alguém me penetrando com vigor, de me sentir machucada e cansada no dia anterior. Sexo quando é bom, quando é gostoso, é uma das 7 maravilhas do mundo. Costumo dizer que sexo é como comida, qualquer um sabe fazer, mas nem todo mundo saber fazer gostoso, rs.
E tem 2 pitelzinhos na minha horta, diário, que eu vou te contar, rs.
Um foi meu colega de curso de formação do concurso da Perícia. Ai, que delícia! E o mais interessante que na época do curso de formação eu nunca olhei para ele. Acho que por dois motivos: primeiro, porque apesar de ser bonito, ele não faz meu tipo, eu gosto de homens fortes, altos, e de preferência, morenos... ele é branquinho, tem um cabelo bom, baixo, e com o corpinho tudo no lugar. O segundo motivo, é que achava ele tão bonito, que na minha cabeça seria muita areia para o meu caminhão, achava que ele não poderia se interessar por uma menina do meu tipo. Não que eu não seja atraente, eu me acho muito atraente sim, mas pensei que ele gostasse do tipo patricinha, princesinha, não me toque, coisa que eu não sou.
Também quase não tive contato com ele no curso de formação, ele sempre muito reservado, na dele, meio tímido, sempre tava de papinho com uma menina sem graça de lá da sala, até pensei que ele estava de namorinho com ela, mas depois soube que a menina tinha namorado. Meu contato com ele começou depois do curso de formação, alguns meses depois, primeiro facebook, depois watzzap e por aí, vai.
Pelo watzzap comecei a achar ele muito saidinho, eu claro, dei corda, eu não perco nada, e ainda mais gatinho como ele.
Só que tem um problema, ele é do meu círculo social e num futuro (espero que bem breve) vai ser meu colega de trabalho. E por experiência própria, posso dizer que relacionamentos no trabalho só servem para afetar a convivência e queimar o filme.
E como se o problema fosse pequeno, ele ainda mora com dois colegas nossos, também do curso de formação e também futuros colegas de trabalho. Quer dizer, basta eu ter intimidades com ele na casa dele que eu chego na boca do povo.
Eu pensei duas vezes em ficar com esse cara. A vontade tá queimando por dentro, aquele jeitinho safado discreto dele, aquela barba bem aparada que parece fazer horrores no corpo de uma mulher, aquele corpinho gostoso com tudo no lugar. To louca para pegar ele, mas fiquei com receio pelos motivos que citei acima. Pensei e pensei, pensei que a gente poderia sair numa noite, beber, jantar, porque tem tempo que também não saio para lugar nenhum, pensei que a gente poderia pegar uma praia, ou simplesmente ir para casa dele fuder e vir embora.
Não me sinto bem, saindo com Thássio agora. Acho que se saíssemos, não teríamos nem assunto para conversar. Resolvi descomplicar as coisas e ir direto para casa dele. Ontem joguei um papo reto e perguntei se os meninos com quem ele mora estariam em casa esse final de semana ou se iriam viajar.
Ele ficou alegre, claro, e acho que surpreso também. Disse que iria procurar saber, eu disse que levaria algo para gente beber e material para estudar também.
Até agora ele ainda não me deu retorno e eu não sei se vai rolar esse final de semana.
O outro, diário, é completamente o oposto de Tássio. Se chama Wesley. É bem mais bonito, alto, corpo escultural, cara e tipo de safado, estilo don Juan. E também bem mais simples, trabalha numa loja e diz que faz bico finais de semana como garçom (apesar que essa história de bico como garçom não me desce redondo, estou desconfiada, que ele é gogoboy... tem tudo para ser).
Enquanto que Tássio é bonito, mas nada de deslumbrante, faz tipo bom moço, inteligente, intelectual, já é concursado, e inclusive, ano passado bateu na trave para o concurso de delegado, não passou por poucas questões e vai continuar estudando.
Ah, Wesley também é casado, Tássio é solteiro. Quando eu conheci o Wesley, perguntei se ele era casado, ele disse que sim, mas não capado. Eu achei graça, rs.
Também tenho muito tesão, desejo e todo erotismo que vocês imaginarem pelo Wesley, pretendo pegar ele em breve assim que a vida me der oportunidade. Mas esse final de semana, eu dei preferência ao Tássio.
Por que eu dei preferência ao Tássio, se o Wesley é bem mais bonito, descolado e bem menos complicado?
Diário, sabe aquela história que o ser humano gosta mais do que é difícil, do que é mais raro? Homens como Wesley há muitos por aí, como ele já passou muitos na minha vida, e muitos outros passarão, mas como o Tássio não.
E também tem aquela história que a pessoa tem mais fetiche por alguém do seu círculo social, que o homem pode ter mais tesão por uma vizinha, uma colega de trabalho, do que por uma modelo, uma panicat, uma mulher esplêndida reconhecida nacionalmente.
Então acho que eu não preciso explicar mais nada, vamos ver se esse final de semana vai render. Se não rolar com Tássio, se ele disser que os meninos com quem ele mora vão ficar em casa, adivinha o que eu vou fazer diário? Vou ficar com o Wesley, porque sou livre, leve, solta, bonita, gostosa e não devo nada para ninguém!

sexta-feira, outubro 16, 2015

A menina que não tem sorte




Querido diário, a minha irmã sempre foi uma menina estudiosa, perfeccionista e simpática. Uma menina perfeita? Diria que sim. Sempre foi aluna número 1 da escola, chorava horrores se tirasse um 9,8, almejando um 10,0 e sempre foi o poço de simpatia com a mãe dela, ops, com a nossa mãe, e com todos da família.
Acho que cada um é merecedor do que tem e nasce com um estrelinha brilhando mais ou brilhando menos, mas claro, cada um alcança o seu mérito. Hoje minha irmã é mais que uma garotinha perfeita, ela é uma máquina, infalível, invencível, e claro, muito invejada.
Ela simplesmente juntou todas as qualidades que ela tem com a experiência e os ensinamentos que eu passei para ela e puff, se tornou nessa máquina que ela é hoje.
Estudávamos na mesma escola e certamente, ela teria o mesmo destino que eu tive. E o que sou hoje? Nada, ninguém. Mas eu queria que minha irmã tivesse um destino diferente e claro, eu via que ela tinha capacidade para isso. A inscrevi em um concurso de bolsas em uma das melhores escolas do estado, acho que na época, ela nem sabia muito bem o que era isso. Mas eu a inscrevi, imprimi o edital, imprimi provas passadas, montei o cronograma dividindo os assuntos de acordo com os dias que ela deveria estudar até chegar o dia D. Ah, e não bastasse tudo isso, ainda emprestei os meus livros de ensino médio para ela estudar, sendo que ela era ensino fundamental. Claro que ela iria ultrapassar todas as colegas que tinham a idade dela, que estavam competindo com ela. Ela estava estudando por um material avançado e eu montei um cronograma de mestre para ela, cronograma de uma pessoa experiente, que já tinha passado por vários desses concursos de bolsa, tinha prestado provas para institutos federais e alguns vestibulares. Cara, eu nunca fui uma gênia, mas eu sabia como funcionavam as coisas.
Não deu outra, ela foi aprovada no concurso de bolsa, conseguindo estudar quase de graça em uma das melhores escolas do estado, e assim ir traçando um destino diferente do meu.
Não bastasse ela ter todo o sucesso, fruto de seu desempenho misturado com a estrelinha que nasceu brilhando em sua testa, hoje ainda teve a sorte de ganhar um ingresso para o show de Roberto Carlos e realizar o sonho da mãe dela, ops, de nossa mãe de assistir ao show.
A família até que se animou, de início pensávamos que seriam dois ingressos, e nisso os nossos pais iriam juntos a esse show. Decepção ao perceber que tinha sido sorteado apenas um ingresso. Minha mãe que sempre foi dependente do meu pai para tudo jamais iria sozinha para essa festa, como não foi. A única opção era vender o ingresso, e isso eu me dispus.
Há muito tempo eu sonho em empreender e montar um grande negócio, há algumas semanas atrás eu estava assistindo a um documentário do Marcelo Nascimento, para quem não sabe quem é, é o maior estelionatário do Brasil, dizendo que chegou a vender até coisas que não existiam. Uma vez vi uma propaganda do HSBC em que um grande empresário dizia que vender era simplesmente seduzir. E isso, claro, me fascinou, encheu meus olhos. Ninguém quer aprender a ser anjo, todos querem aprender a ser diabo, a ter dinheiro, poder e mostrar que tem poder.
Hoje, pela primeira vez, eu tive a oportunidade de testar o meu poder de persuasão, de vender, ou como diria o empresário da propaganda do HSBC, simplesmente, o poder de seduzir.
Confesso que no início eu senti vergonha de vender o ingresso, era como se eu tivesse necessitada. Mas depois, montei uma propaganda atraente e decidi cair para frente. Enviei a todos os meus contatos, amigos, ex-amigos, pessoas conhecidas, grupos de vendas das redes sociais, meus paquerinhas, pensei que esses paquerinhas até poderiam comprar por comprar, para se amostrar, para me ajudar. Que nada! Não deu certo! Eu estava oferecendo o preço original, caríssimo, se conseguisse vender, eu teria um lucro absurdo. Aliás, eu não, o dinheiro eu iria entregar à dona do ingresso, mas eu também ganharia, era como se eu fosse aprovada no teste que eu mesma estava fazendo do meu poder de persuasão.
Quando eu já tava me sentindo uma bosta por não ter conseguido vender, praticamente desistido e já decidida a entregar o ingresso no dia seguinte por um preço bem inferior, uma amiga chama no watzzap e diz que queria o ingresso.
Diário, eu não consegui vender pelo preço original, pois o preço era simplesmente repugnante, enquanto que a mercadoria era muito boa. Acabei fechando negócio por R$150,00 e marcando de fazer entrega no dia posterior.
Eu não tive a satisfação e o prazer de vender pelo preço que eu queria, mas ao mesmo, senti o alívio de ter vendido esse ingresso, que caso não fosse vendido, não teria utilidade nenhuma.
Depois disso aconteceu um fato, no mínimo, curioso, na minha casa. Minha irmã começou a chorar feito uma louca, dizendo que preferia ter dado a alegria para nossa mãe de ir ao show do que vender o ingresso. Ah, e ainda dizendo que não tem sorte para nada na vida.
Eu fiquei simplesmente perplexa, você imagina, diário, eu que passei a tarde toda tentando vender esse ingresso a um e a outro, passei até a vergonha de ter tentado vender para uma pessoa que rejeitou com desdém, fazendo pouco caso. Quando finalmente consegui vender, assistir a uma cena patética dessa, ah, e mais ouvi dizer a frase mais absurda que já ouvi, que ela não tem sorte.
Será que ela não teve sorte de nascido numa família estruturada, de uma condição financeira relativamente boa? Será que ela não teve sorte de ter feito esse concurso de bolsas, de ter passado e até hoje estar estudando na mesma escola? Ah, interessante, que na época que eu tinha a idade dela, eu tive a mesma oportunidade que ela, mas não tinha ninguém que me orientasse.
Ah, e como não bastasse, o universo mostrou que ela é totalmente isenta de sorte, ao fazê-la ganhar esse ingresso para um grande show do “rei” Roberto Carlos.
Diário, e me diz uma coisa?! Se ela não tem sorte, eu sou a pessoa mais fudida do mundo, não é?! Porque eu garanto que ela nunca passou por metade do que eu passei.
Nada nunca na minha vida deu certo. Quando eu tinha mais ou menos a idade dela, época de vestibular, passei de primeira e em uma das melhores colocações em um curso numa universidade federal. E o que deu? Em merda de nada, eu me perdi na universidade, não me encontrei no curso, odiava a turma, perdia matéria uma atrás da outra, quando via que ia perder, desistia antes, me sentia uma brasileira tomando gol da seleção germânica de 7 a 1, até que eu simplesmente desisti, saí da universidade para não voltar nunca mais.
Na época, eu escutava que curso técnico era bom, era top, que o Brasil precisa de técnicos, que quem faz curso técnico não fica desempregado. E no curso técnico eu me encontrei, eu me sentia em casa, eu amo química! E o que resultou o meu curso técnico? Estagiei numa farmácia, e foi a pior experiência profissional da minha vida! Eu era muito imatura na época, era incompetente para caramba e brincava demais, era moleca demais, não tinha modos e nem postura, fui demitida. Lembro como hoje, a maneira que a dona da farmácia me dispensou, jogando o meu salário sobre a mesa, sem olhar para minha cara, e pegando o telefone para ligar para uma amiga. Um dos meus sonhos é um dia voltar nessa farmácia, estacionar um carrão na porta, bem vestida, portando jóias caras e exalando perfume importado para simplesmente encomendar um produto de beleza qualquer, para mostrar para a proprietária e antigas funcionárias, que eu venci.
Depois disso, eu estagiei em uma das empresas que é um dos maiores sonhos para os químicos de todo o País, Petrobras. Nesse estágio, eu me demonstrei uma excelente profissional, ativa, inteligente, rápida, mas pequei drasticamente no convívio com as pessoas, procurei confusão com pessoas de bigode grosso, não fui contratada e jamais seria.
Depois tive uma outra experiência profissional, numa empresa pública de abastecimento de água, mais uma vez fui uma excelente profissional, e dessa vez, olha que incrível, não tive problemas com as pessoas. Acho que na época eu tava tão preocupada em crescer, em mudar minha vida, procurando outro emprego, começando a estudar para concursos públicos, que simplesmente eu não via as pessoas com quem eu trabalhava como pessoas, mas sim como colegas de trabalho. Passei pouco tempo nessa empresa, porque como disse, eu queria crescer.
Até que finalmente eu consegui meu primeiro emprego, emprego mesmo, os outros haviam sido estágio, mais uma vez, me demonstrei uma profissional nota 10, me orgulho muito em dizer que passei 10 meses numa fábrica que nunca teve 10 centavos de prejuízo por minha causa, sempre procedi da maneira correta nas mais diversas situações, mas pequei mais uma vez no convívio com as pessoas. Eu não agüentei tanta falsidade, cinismo, pessoas querendo derrubar os outros para se promoverem, eu explodi. Briguei em média, com umas 10 pessoas na fábrica, de um simples operador de máquina até a minha chefe, que era uma das herdeiras da fábrica. E adivinha para onde eu fui, diário? Para a rua. Hoje eu sei coisas simples, que na época eu até sabia, mas não dava atenção. Se hoje colocasse essas coisas em prática, seria tudo de diferente, eu não ia me indignar tanto com esse mundo de falsidade e competição, ia buscar ganhar a simpatia e confiança de todo mundo, e o mais importante, ia escolher o momento certo para sair, e sair no dia que eu quisesse, como eu não soube escolher e fiz tudo errado, saí no dia que eles quiseram, com um rabo entre as pernas, mais humilhada do que tudo.
Desde o final de 2013 e início de 2014, eu havia me conscientizado de que a melhor coisa para mim era passar num concurso público. E consegui isso, relativamente rápido. Mas creiam, meu concurso deu tudo errado. Acho que o Brasil é o único lugar do mundo, em que você estuda, é aprovado em um concurso público, faz curso de formação e precisa processar o Estado para ser convocado. Hoje eu estou lutando na Justiça e no Ministério Público pelos meus direitos de assumir o cargo. Vai dar certo? Isso é uma resposta que só Deus pode responder. Quando? É outra resposta que também só Ele pode responder.
Talvez esse concurso, a ação na justiça e o procedimento no Ministério Público, hoje são os únicos motivos que me mantém viva, ando num desgosto tão grande que em outros tempos eu já teria me suicidado, eu tô na lama, fui derrotada por todos os meus inimigos. Mas aí eu penso, me suicidar e se minha vitória estiver mais perto do que eu imagino? Esse concurso é de fato, é a única coisa que pode mudar a minha vida, não financeiramente, mas moralmente.
Fora que eu tenho outras histórias da minha vida, de comover qualquer coração de pedra, de impressionar qualquer pessoa. Quando eu trabalhava (meu primeiro emprego) e fiz o curso de formação desse concurso, eu estudava pelo dia e trabalhava de madrugada. Você imagina a luta? Eu não dormia, cochilava, e isso foi durante 45 dias! O que me manteve em pé? A motivação, a vontade de ser concursada!
Quando saí de casa, deixei minha filha, meu bichinho de estimação, o único ser que eu nutri amor e que sentia que era recíproco, amor esse que me tirou do vale da morte várias vezes quando pensei em me suicidar. Quando eu saí de casa, me prometeram que iam cuidar dela, e não cuidaram, eu tenho certeza que não cuidaram, não deram o mesmo carinho que eu dava para ela, deixando ela sentir a minha ausência, não perceberam que ela estava doente, quando foram perceber, tarde demais, morreu no mesmo dia. E como não bastasse o castigo, para mexer com minha cabeça, morreu uma semana antes de começar o meu curso de formação do concurso público que eu havia sido aprovada.
E ainda como se fosse pouco, meu pai com a insensatez e imaturidade dele, nos meus primeiros dias de curso de formação, foi fazer escândalo em frente a Academia de Polícia por um motivo banal, me matando de vergonha na frente de até então desconhecidos, chamando atenção dos policiais do local a ponto de virem me perguntar se eu queria abrir um procedimento jurídico. Será que minha irmãzinha que diz que não tem sorte já passou por metade do que eu passei?!
Inclusive, essa quarta-feira ela vai receber um prêmio, e eu não estarei presente. As únicas pessoas que são importantes e que ela precisa estarão lá, o pai e a mãe dela. Para demonstrar o quanto as pessoas são importantes não basta falar, tem que demonstrar, tratar como gente, e não como um cachorro.



sábado, setembro 12, 2015

Autocobrança e Metas




Querido diário, hoje estou em um daqueles dias em que me sinto perdida, em que nada tem sentido e que eu não me encontro. Nos dias em que eu me pergunto por que a vida foi tão dura comigo, em que auto me cobro e me culpo pela realidade.
Estou passando por uma fase ruim, um tempo seco e nublado que começou no dia 29 de agosto de 2014 quando meu bebezinho faleceu. Quem não tem animal, bichinho de estimação em casa não vai entender o que estou dizendo. Mas a minha filha faleceu! E ainda uma semana antes de eu iniciar o curso de formação de um sonhado concurso público em que eu tinha sido aprovada.
Aí eu me pergunto por que a vida tinha que ser tão dura comigo? Por que uma semana antes de começar o meu curso de formação? Por que tão de repente, a ponto de eu não ter conseguido nem me despedir? Por quê?
A vida foi perversa comigo e me tirou o único amor que eu tive de verdade, o único amor puro, leal, sincero, incondicional que eu tive na minha vida, que foi meu bebê Joaninha, para me mostrar que NADA na vida é para sempre.
Eu perdi muito tempo da vida simplesmente porque não sabia, de fato, o que queria, não tinha objetivos, não traçava metas. Eu era uma vítima da vida. Aonde ela me levasse eu iria como um agente passivo. Mas tudo mudou quando eu tomei um choque ao ter minha primeira experiência de emprego e em empresa privada, quando estagiei numa farmácia e fui demitida, escorraçada da farmácia como se fosse um cachorro. Mas depois disso, a sorte começou a entrar no meu caminho e eu consegui um estágio na Petrobras. Putz, vivi uma ótima experiência profissional e um sonho, e ainda trabalhava na área que sempre amei, química. Mas o meu estágio só durou 6 meses e logo voltei para a minha dura realidade. Aí sim, eu acordei para vida! Decidi estudar para concursos públicos, procurar um emprego e levar minha faculdade a sério, coisa que nunca levei.
Diário, a vida foi generosa comigo e logo passei em um concurso público. Foi o segundo da minha vida em que eu estudei e o primeiro em que fui aprovada. Foi uma grande surpresa e lembro que quando eu passei mal sabia o que era perícia criminal e o que fazia um papiloscopista, não sabia muito bem como funcionavam as coisas. Era como se eu, concurseira inexperiente fosse jogada em um mundo de concurseiros cobras de longa data aprovados no mesmo concurso público.
Era um sonho! Eu estava vivendo um sonho! Um curso de formação na academia de polícia com os melhores profissionais do País! De repente, eu estava no futuro em que eu sonhei para mim.
Passou a segunda fase do concurso, este foi homologado e também passou a campanha política da qual, inclusive, nosso imaculado governador ganhou de lavada da oposição, dispensando segundo turno.
E aí, começou o pesadelo ao perceber que o meu tão sonhado concurso tinha sido um grande fiasco e que serviu apenas de campanha política para o governador. O edital previa uma quantidade bem menor que o número formado na academia de polícia. Pois bem, depois das eleições, o governador cumpriu o edital e deixou o restante chupando dedo, alegando a crise financeira e que o quadro da perícia criminal estava completo.
É difícil compreender como eu passei 45 dias em curso de formação custeado pelo governo federal e depois disso, sou dispensada. Simples, estava nas vagas de expectativa de direito, eu teria e tenho que passar nas vagas de direito adquirido, isso sim é ser aprovado em um concurso público.
E ainda para completar, em meio à manifestações lutando pelo meu direito de ser nomeada, fui demitida da empresa em que eu trabalhava. Apesar de ter saído de lá como uma derrotada, essa é a perda que eu menos sinto, porque aquele emprego nunca me satisfez em nada.
E ainda por cima, novidade, estou sozinha. Como sempre, sozinha. Mais uma vez, sozinha, depois de fracassar em relacionamentos fadados ao fracasso. Homens casados, homens bem mais velhos que eu, relacionamentos à distância. Sei que a grande culpada disso tudo sou eu, por me deixar fantasiar por coisas sem futuro.
Eu sei que tem pessoas que sofrem bem mais que eu, que realmente tem problemas sérios, e que isso na minha vida é só uma fase ruim. Sei também que eu deveria visitar um asilo, um orfanato ou um hospital para saber o que é sofrimento de verdade. Mas, Meu Deus, será que não dá para dar uma aliviada daí de cima e começar a clarear o tempo aqui embaixo?
Prefiro pensar que o meu amado bebê Joaninha encarnou, e que a morte fez parte da evolução dela. Hoje ela deve ser uma menina linda, de 1 ano, de lindos olhos claros e criada numa família rodeada de amor, tanto amor quanto ao que eu dei a ela.
E quanto ao concurso da perícia, eu acionei a justiça e tenho certeza que tudo vai se resolver, afinal, o meu direito é eminente, tenho jurisprudência do STF ao meu favor. Eu tenho certeza que no final de outubro a minha liminar vai ser deferida! E que eu vou terminar o ano com chave de ouro.
E mesmo assim, irei continuar estudando para outros concursos, sei que os frutos podres que colhi na minha vida são frutos da minha imaturidade, mas que eu ainda tenho muito tempo para consertar os meus erros e buscar meus objetivos, como Ronda Rousey busca vitória numa luta.
Coloco como meta da minha vida que daqui para os meus 27 anos, eu vou estar empossada em um concurso público cujo salário seja de R$10000,00. Daqui para os meus 33 anos, vou empreender um negócio, eu gosto de sexo, e pretendo seguir nesse mercado. Não diário, não pense que eu vou ser garota de programa ou dona de bordel, mas vou abrir motéis, em bons pontos estratégicos e do jeito que o mercado pede, oferecer o que a concorrência não oferece por um preço razoável, vou ser dona da rede de motéis que é o sonho das mulheres e o poço da discrição para os homens. Mas pretendo, investir parte do meu lucro na solidariedade, em sorrisos, em vidas renovadas, em projetos sociais, e aos meus 38 anos, vou entrar na política, daqui para lá, já vou ter construído meu espaço, minha imagem e influência para dar esse passo largo. Por um País decente, vote em mim para Presidente.
Sonhar alto? Eu ouvi de um grande artista que a realidade esplêndida dele antes era apenas um sonho.

Boa noite, queridos leitores.

domingo, agosto 16, 2015

Deus coloca tudo no seu devido lugar


Querido diário, como você já sabe, no último texto que eu escrevi, contei que em 2014 eu tive uma das minhas maiores alegrias, que era um sonho, mas nunca achei que seria realizado e ainda mais tão rápido. Foi o segundo concurso da minha vida e o primeiro a ser aprovada. Ah, mas se tudo fosse maravilhoso, se fosse como manda o figurino, se tudo seguisse o cronograma correto e o governo abrisse concurso com o objetivo de suprir a necessidade da população.
Passei no concurso da Perícia Criminal do meu Estado, passei por um curso de formação na Academia de Polícia Civil de 240h, tive aulas com os melhores profissionais do País, curso ofertado pelo governo federal e hoje estou com diploma em casa.
Porém, nós concursados, não poderíamos ficar de braços cruzados. De início foi montada uma comissão, que objetivava manter o diálogo com o governo e negociar as nossas nomeações. O negócio não foi para frente, a comissão até fez bons contatos, mas era passiva demais, não ouvia sugestões, centralizava informações e isso só resultou em muitas brigas e desentendimentos. Mudamos a direção, resolvemos chamar a atenção da população e do governo através da mídia, de manifestações e claro, confrontos. Eu fui uma das primeiras a levantar essa bandeira, muitas vezes fui comparada com dirigentes sindicais famosos aqui do Estado, porque eu era uma das principais líderes desse movimento, nunca gostei de tomar decisões, sempre convocava assembléia, e aprenda, diário, quando alguém convoca uma reunião das duas uma, ou ela já sabe o que quer e quer apenas comunicar para os outros, ou ela não sabe o quer e quer que os outros decidam. Mas quem colocava em prática essas decisões, aparecia nas rádios, na TV, enfrentava o governo cara a cara era eu e meu amigo Geraldo.
Um certo, infeliz ou feliz dia, teve uma manifestação no Instituto de Identificação daqui, e eu poxa, queria muito participar. Além de estar a frente dessas manifestações, instituto de identificação para mim é minha casa, eu sou papiloscopista, mesmo que ainda não contratada pelo Estado. Então eu não iria representar a minha casa? Porém, no dia eu estaria de plantão, coloquei um atestado médico na empresa e participei da manifestação. Eu dei entrevista para um jornal local às 6h da manhã, e enquanto eu estava no calor da manifestação, lutando pelos meus direitos de ser nomeada no concurso pelo qual eu fui aprovada, minha chefe estava em casa, calçando a bota para ir trabalhar e com a televisão ligada.
Advinha quem ela viu dando entrevista? Não teve atestado médico que desse jeito, não teve jeito, no dia seguinte, foi rua! Fui quase demitida por justa causa, mas nesse momento Deus iluminou a minha mente, controlou meu ódio em relação aquela injustiça e eu fui surpreendentemente educada, fina, civilizada. Acho que nem todo chefe, de alta classe social, se despediu daquela empresa como eu me despedi, à alto nível! Consegui negociar com a empresa de eu mesma me desligar e não assinar justa causa.
Na saída, eu não consegui conter as lágrimas, chorei ao me despedir dos meus amigos, que nem eram tão amigos assim, chorei ao chegar na portaria e sabendo que estaria saindo dali para nunca mais voltar. Meu sonho era sair daquela empresa, mas não foi a saída que eu planejei, eu queria sair de lá concursada, com a minha posse assinada, queria sair por cima, vitoriosa e saí na merda.
O mais intrigante ou quem sabe algo comum é que eu sonhei que ia ser demitida um dia antes. Seria premonição ou força da atração? Premonição! O meu diário já sabe que eu tenho esse tipo de mediunidade, eu sonho e as coisas acontecem, às vezes eu tenho até medo das coisas que eu sonho.
No mais, eu iria continuar com as minhas lutas, com os meus movimentos e lutando pelos meus direitos. O mais interessante de tudo isso, é que até o dia que eu fui demitida, nós estávamos tendo resultados positivos sobre as manifestações, depois que eu fui demitida, a coisa magicamente começou a desandar. Nós fomos barrados na porta da Academia de Polícia no dia da posse dos primeiros nomeados. A partir dali, era notável, o posicionamento do governo em relação à nossa nomeação.
O grupo desandou e desandou muito. A gente tinha reuniões praticamente toda semana para refletir os resultados das nossas ações e tomar novas decisões. Mas isso cansa, quando não é visto o resultado esperado. Percebi que poucas pessoas davam a cara para bater, o pessoal morre de medo de retaliação, de aparecer na mídia, e acabou que só eu e meu colega Geraldo aparecíamos nos programas de rádio e TV. As pessoas só queriam resultados, mas colaborar que é bom, nada. Eu me senti usada, e decidi parar com isso. Hoje em dia é raro eu aparecer em algum meio de comunicação, não convoco reunião, até me afastei do pessoal, não me envolvo mais com nada e resolvi pleitear os meus direitos na justiça. Mas eu sei como a justiça é lenta nesse País, e esperar machuca!
Hoje estou aguardando ansiosamente um resultado positivo da justiça e estou tentando recomeçar minha vida. Estou estudando para outro concurso, um dos mais concorridos do País, de um nível elevadíssimo, sei que é difícil, mas não vou desistir! E quero voltar para faculdade, de onde eu nunca deveria ter saído, às vezes bate um desgosto enorme em pensar que eu poderia tá me formando próximo ano e hoje estou estudando para o Enem novamente, às vezes é vergonhoso precisar da ajuda de minha irmã de 14 anos para resolver as questões. Mas a vida é assim mesmo!

Eu aprendi que Deus coloca tudo no seu devido lugar, não importa onde você esteja, minha vida parece um carrossel de tantas voltas que ela deu, e eu não sei até aonde dizer se isso é bom ou ruim, acho que deve ser bom, nunca é tarde para aprender, quem não aprende pelo amor, aprende pela dor! Algumas coisas são muito injustas, outras são justas, pois apenas estou colhendo os frutos da minha imaturidade, outras são normais, previsíveis. Deixa a água correr, água parada apodrece, no mais, Deus coloca tudo no seu devido lugar. 

domingo, janeiro 04, 2015

A vida leva, a vida traz





A vida é um eterno ir e vir. O ser humano tem uma mania impreterível de guardar as coisas como se fossem eternas. Mal se sabe que a vida leva, a vida traz. Uma vez eu ouvi que a vida é como um ônibus, tirando o motorista e o cobrador, o resto é passageiro. Ah, e tem toda razão!
Boa noite, queridos leitores, talvez nem se lembrem da minha existência e talvez ninguém mais leia essa merda aqui, porque até eu mesma, proprietária desse blog, esqueci que o tinha. Não, eu nunca desisti de escrever, porque é uma das coisas que eu mais amo, é um dos meus hobbys, não adianta o dedo coça. Acho que pelo fato de eu ser tão grossa, ter um ar de insensível, não consigo expressar as minhas emoções pelas palavras, e aí eu escrevo, escrevo, escrevo e sai cada texto melancólico, por vezes, ardente, outras cheios de razão. Mas eu amo escrever e vou continuar escrevendo essa merda aqui, só não garanto a freqüência, como vocês irão ver minha vida deu um “boom” em 2014, e eu não tenho tempo para mais nada, de repente, acordei para vida, acordei para viver.
O homem que quase morri de amores em 2013, eu tive a oportunidade de fisgá-lo de novo em 2014, lembro como hoje dia 13 de fevereiro de 2014. O dia em que finalmente eu perdi minha virgindade com Giovanni Ferreira de Andrade. Como meus leitores antigos sabem eu tenho experiência a rodo com homem, cama, sexo, e até com mulher. Mas eu juro, até então, eu era virgem. Eu explorei o sexo de outras maneiras, antes de perder a virgindade vaginal, eu fiz sexo anal com 19 homens se eu não me perdi nas contas. Fora os orais que eu fazia quando nem o cú ainda eu dava. 19 homens é muito? Imagina, gente, 19 pessoas devem caber numa van, muito seria se eu tivesse pego gente que só coubesse num ônibus, num trem, num avião. Mas eu confesso uma vez ou outra vou num lugar e encontro alguém que já peguei, conheço alguém que é amigo de alguém que já chupei, ou fico amiga de alguma menina que namora um cara que eu já trepei e assim, vou ficando com fama de puta. Ah, mas eu juro que mesmo passando o rodo eu era cientificamente virgem, sendo que virgindade significava rompimento do hímen e o meu era intacto.
Dizem que as coisas que a gente mais quer, acontece quando a gente menos espera. Assim foi a perda da minha virgindade com o homem que eu amava. Lembro que foi no mesmo dia em que eu fiz a prova de habilitação do Detran, fui reprovada, perdi, mas ganhei uma noite de amor com o homem que na época era meu ídolo, minha coceirinha, meu calcanhar de Aquiles, noite essa, por que não dizer, inesquecível. Eu não planejei nada, para mim era mais um dia que a gente ia fazer a mesma coisa que a gente sempre fez, mas nessa noite Giovanni tava notavelmente mais disposto a tirar minha virgindade. Mas ele estava mais grosso comigo também, não me chupou e queria enfiar de qualquer jeito. Lembra da história que quando terminamos, eu falei para nossos amigos que ele era mole, devagar, sem jeito? Pois é, esse deve ter sido o motivo.
Ele tentou ser rude comigo, como uma forma de vingança, mas Giovanni não é assim, logo logo ele amoleceu. Tentou meter de um jeito, enfiar de outro, penetrar assim, assado, e não conseguia. Acho que a cavidade da minha vagina é curta, e Giovanni, ah, vocês sabem, ele é bem dotado, muitíssimo dotado! Terminou em que? Eu chupando o pau dele, e ele gozando na minha boca. Como a gente sempre fazia das outras vezes.
Vesti minha calcinha, ele vestiu uma roupa dele em mim, achei lindo o gesto de carinho e fomos conversar na varanda.
Giovanni encantado disse que eu estava diferente, mais bonita, mais leve, mais atraente. Realmente, eu estava demonstrando ser mesmo mais leve, cobrando menos, brigando menos, aproveitando o momento. Mas eu sei que o encanto dele vinha de uma rosa seduzente e infalível chamada Maria Padilha. Ter perdido a minha virgindade com o homem que eu amava, isso eu sei que eu devo a Maria Padilha.
Quando tirei minha calcinha tava cheia de sangue, mostrei para ele, satisfeito com um ar de papel de macho cumprido, ele falou: - Não faça nada com o dedo, deixe que o resto eu tiro.
Que resto o quê, eu perdi meu cabaço com Giovanni naquela noite e continuei achando que era virgem. Sangrei até o dia seguinte. Quando me lavava, notava que minha buceta tava diferente, tinha mais abertura, mas mesmo assim ainda achava que era virgem, pelo fato de ele não ter penetrado todo. Só percebi que minha virgindade tinha ido para o beleléu quando fui transar com outro, e aí tinha espaço, não deu trabalho para meter, não saiu sangue e não senti dor nenhuma.
Tive uma única noite de amor no ano de 2014 com Giovanni. Uma única noite para perceber que não valia a pena, que ele nunca foi e nunca será homem para mim.
Eu pensei que o tinha reconquistado, que poderia fazer diferente, que dessa vez seria mais duradouro, até que eu vi o mesmo filme do passado se repetir. Eu ligava e ele não atendia, mandava mensagem, respondia quando quer, marcava encontro e ele desmarcava com mil desculpas, e eu simplesmente desencanei. De repente, me apareceu uma oportunidade de emprego, em outra cidade, a oportunidade de morar sozinha, num lugar onde eu não conhecia ninguém, isso me deixou mais distante de Giovanni, e consequentemente me ajudou a esquecê-lo.
Eu trabalhei como estagiária numa empresa pública de abastecimento de água. Sempre eu aproveitei todas as oportunidades, aprendi muito, coloquei uma experiência de peso no meu currículo por mais uma vez ter estagiado numa empresa pública, mas o salário não compensava, eu ganhava uma merreca e não tinha perspectiva de contratação já que a empresa é pública e a única forma de adentrar era concurso público, não tinha terceirizada no laboratório. Lutei, viu, suei atrás de um emprego, toda semana tava na porta de uma empresa de RH para entregar o meu currículo, o mesmo currículo para mesma pessoa e às vezes até para mesma empresa. Procurava emprego aqui, mandava currículo ali, me inscrevia numa site assim, e até que um dia eu vi uma menina colocando anúncio no facebook que uma grande empresa do meu estado estava precisando urgentemente de técnico em química.
Essa fábrica apesar de ser da terra, comercializa no nordeste todo e tem começado a atacar o sudeste há pouco tempo, é bem conhecida, e produz diversos produtos como café, suco, massas, molhos em geral.
Já ouvia falar que essa empresa não pagava bem a ninguém, que era um inferno trabalhar lá, que a cobrança era demais, mas eu paguei para ver. Eu não queria um mar de rosas, eu queria um emprego.
Participei da entrevista. Nunca falei tanta besteira na minha vida. Apesar de normalmente me comunicar e me expressar bem, nesse dia fiquei nervosa, gelei, falei pouco, mas fui escolhida, porque apesar de ter falado pouco e ter um currículo pobre, eu me disponibilizei a morar na cidade por conta da empresa, disse que entre a faculdade e o emprego, priorizaria o emprego, e o gerente gostou disso.
Quando fui chamada para segunda entrevista, eu rescindi meu estágio na empresa de água, larguei o processo seletivo do qual estava participando para estágio numa empresa bem melhor, porque eu achava que já estava tudo certo. Quando eu percebi que ainda não tinha nada certo, tremi nas bases, quase enlouqueci. Mas graças a Deus deu tudo certo. 
Deu tudo certo, mas eu tive que sair de casa. A empresa exigiu que eu morasse na cidade. Fui, mas fui com o coração na mão em ter que deixar a minha vidinha na minha casa, o meu papagaio que eu tanto amava, meus pais, minha família! Lembro que arrumei minhas coisas aos prantos e deixei minha mãe chorando no portão, dizendo que eu deveria arranjar um emprego mais perto. Ao me despedir do meu bebezinho, minha mãe disse: - A gente vai cuidar dela.
Na época, isso há 7 meses atrás, eu estava com o cabelo mais longo e também mais claro, com um ar mais jovial, mais leve, de moça que tem menos responsabilidades. 7 meses eu sei que é pouco, mas de lá para cá, tanta coisa em minha vida mudou, só fisicamente andei cortando o cabelo, tratando dele melhor, parei de pintar, e estou um pouco mais gordinha, a rotina de trabalhar e estudar, a ansiedade e o estresse me fizeram engordar 10 quilos, estou tentando fazer dieta, mas minha bebida eu não largo, chocolate eu não resisto, uma pipoca de microondas às vezes cai bem.
Só Deus sabe como foi difícil minha chegada nessa cidade e a adaptação. No emprego ocorreu tudo bem, demonstrei serviço a rodo, paguei de boa moça e gostaram do meu trabalho, em uma semana eu aprendi tudo, em 2 meses substitui uma menina que tirou férias. O problema não era o emprego, era o lugar, uma pessoa que morava próximo a capital, de repente ir morar no agreste, interior remoto do estado. Não tinha um dia que eu não chorasse com saudade do meu bebê, que era meu chicletinho, vivia grudada em mim, como ela iria entender a minha ausência? Fui acolhida por uma menina que nem me conhecia, mas aceitou dividir a casa comigo. Ela já morava com outra pessoa e essa pessoa estava para sair de casa, prometeu sair em junho, pois bem, essa pessoa só saiu em setembro. Eu passei mais de 3 meses, dividindo o quarto e até a cama. E confesso, a menina que me acolheu, com a qual eu dividia o quarto era muito chata, tinha mania de limpeza, de organização, reclamava de tudo, era arrogante e falava as coisas na minha cara. Eu pensava que nunca ia dar certo morar com ela, mas eu engoli muito sapo, chorei muitas noites calada , uma vez até ameacei sair de casa, mas a menina abrandou, afinal, precisa para dividir o valor do aluguel, e eu acabei ficando, isso tem dado certo há 7 meses.
Na empresa, eu sou técnica em química, e na carteira é assinado como inspetora de qualidade, a cachorrada já começa daí. A empresa não se dispõe a me contratar como técnica para não ter a obrigatoriedade de pagar o meu piso salarial. Eu não estudei para tá rodando a fábrica inteira, estudei para fazer análises laboratoriais. Pois bem, lá eu faço análises, libero tanque, medindo brix, quantidade de sólidos solúveis, meço ph, as pontes de hidrogênio, faço análise para determinar a acidez do suco, mas também me responsabilizo quando uma máquina pára ou quando algum operador faz merda. Trabalho efetivamente como analista e inspetora de qualidade, e recebo como um auxiliar.
É por essas e outras que eu fui desmotivando, e hoje não sou uma das melhores funcionárias, mas faço minha parte, já estive passível de demissão várias vezes, já briguei com analista colega de trabalho, briguei com a técnica de segurança, já briguei com operador. Eu não suporto cinismo, falso perfeccionismo e muito menos arrogância, abaixe a voz quando for falar comigo, não sou sua mãe, nem sua cachorra para você pisar.
A maturidade que eu tenho hoje eu devo a essa empresa. Vamos dar um nome fictício a essa empresa? Narutu, fábrica de sucos. Se hoje eu não sou mais aquela menina que vivia chorando por causa de homem, que desistia fácil das coisas, que não tinha perspectiva de vida, foi graças a Naturu, que me mostrou a realidade, a vida como ela é, que me fez ver a importância do conhecimento, de estudos, de crescimento, me fez ver que eu não quero ser para vida inteira o que eu sou hoje, que eu preciso mudar urgentemente, buscar, lutar, tentar, conseguir. Eu nunca vi a Narutu como uma fonte de navios de dinheiro, a empresa onde eu ganharia bem, me aposentaria e ficaria por ali mesmo, eu vi a Narutu como uma escola, e é isso que ela tem sido para mim, uma grande escola.
Em 2014 me aconteceu uma coisa que eu esperava para 10 anos e não para agora, sempre lutei, busquei, mas por desconfiar da minha própria capacidade eu via essa realidade muito distante. Pois bem, não julgue a altura de uma montanha até chegar ao ápice dela. Fui aprovada num concurso público da Secretaria de Segurança Pública do meu estado para perícia no cargo papiloscopista. E vocês devem estar se perguntando que diabos é isso? Papiloscopista é o cara que faz a perícia através de impressões digitais, trabalha com identificação criminal, cadavérica e civil. É o cara que vai da emissão da sua carteira de identidade, até a identificação do criminoso que roubou o seu carro ou identificação de um corpo totalmente desfigurado que não está passível de reconhecimento.
Eu fiz o concurso buscando o mesmo que procuro em todos os outros, estabilidade, salário bom, um horário de trabalho digno. Mas eu me apaixonei pela papiloscopia, tornou-se ligeiramente minha segunda paixão depois da química. Passei 2 meses na Academia de Polícia Civil sendo formada para exercer a profissão, tive aulas com os melhores papiloscopistas do Brasil, inclusive Clemil Araújo, que é um ícone nacional, visitei as salas de arquivamento do instituto de identificação, onde se encontram todas as fichas de identificação civil do meu estado, tive aulas no IML, contato com cadáver, colheita de impressões digitais, tive aulas de levantamento de impressões em local de crime, e putz, é tão simples e ao mesmo tempo tão difícil.
Foi fascinante esse período que passei na Acadepol. Mas não foi nada fácil, para conciliar com o emprego tive que pedir para ser transferida para o turno da madrugada, eu estudava pelo dia, trabalhava de madrugada, engolia o sono, a fome, superava as correrias. Meu bebezinho faleceu uma semana antes de iniciar o meu curso, fiquei sem chão, lembro que na primeira semana eu chorava nas aulas lembrando dela. Nada na minha vida foi fácil.
E por fim, essa segunda fase do concurso acabou me atrapalhando, eu estava como 16º colocada, e fui para 26º, sendo que são 8 vagas segundo o edital, mas que a expectativa é convocar mais. Passamos 2 meses sendo capacitados para ocupar o cargo e não sermos nomeados? Como assim? Teve gente que largou o emprego para abraçar essa oportunidade. E aí, essas pessoas vão ficar a ver navios? Eu ouvi da boca do secretário adjunto de segurança no dia da nossa formatura: - Todos serão convocados. / Mas aí, só Deus sabe quando, o Estado não se posiciona, não diz uma data, um prazo, nem mesmo uma previsão para nomeação dos aprovados nas carreiras periciais, enquanto o estado de uma perícia morta sobrevive da Força Nacional e da perícia da polícia federal. Enquanto isso eu vou vivendo e estudando para outros concursos.
Em 2014 eu me apaixonei! Vivi uma grande paixão, um sonho de verão, a mais doce tentação, da qual eu não me arrependo, guardo tudo com muito carinho e se eu tivesse um controle remoto na mão, eu apertaria replay.
Eu trabalhava horário administrativo na fábrica de sucos e depois de um mês passei para o turno da tarde e conheci Eduardo. Lembro-me como hoje, o dia em que eu fui liberar a produção de um suco de abacaxi na máquina de 1 litro. Ele me olhou dos pés a cabeça, nunca tinha me visto, trabalhou dois anos de madrugada, e naquele mês tinha acabado de voltar a trabalhar à tarde, por ironia do destino, só para me conhecer.
Ele não me chamou atenção em nada, ele é feio. Mas o bicho é o cão conseguiu meu número de telefone no mesmo dia em que me viu. Vivia falando comigo no watzzap e eu não dava a mínima atenção, até que um dia eu precisei de carona.
Falei com ele, e ele disse que ficaria me levando. O homem não sossegava, dava em cima de mim todo dia, mandava textos e jornais pelo watzzap, se declarando, pedindo uma chance, e eu nem aí, e ainda dizia as meninas que moravam comigo que tinha um homem muito feio me paquerando.
Mas Eduardo foi me conquistando não pela beleza, mas pelo coração, pelas atitudes, pela generosidade. Com o tempo fui me acostumando com o cheirinho de perfume que eu sentia todos os dias ao ir coladinha com ele numa Biz. Estava carente, já há 2 meses na cidade sem saber o que é homem, porque Giovanni já estava me encostando na estante.
Resolvi dar uma chance para Eduardo. No dia em que eu caí nos braços dele, por mim não me levantaria nunca mais.
Não dei de primeira, nem de segunda, nem de terceira. Demorei um pouquinho para dar, mas Eduardo me derretia com a pegada, com os beijos, com aquela chupada no pescoço.
Demorei para dar porque eu não sabia o que dar. Sempre fiz sexo anal com meus casinhos, mas guardava minha virgindade para uma pessoa que eu amasse, que eu tivesse sentimento. Há essa altura, eu ainda não tinha percebido que eu já tinha perdido minha virgindade com Giovanni.
Eduardo também não tentava nada, pouco tempo depois, ele demonstrou o motivo do receio dele. Conversou comigo, dizendo que queria terminar. Quis saber o motivo, ele disse que era casado, que não era certo o que estava fazendo comigo, que se eu não soubesse por ele, na certa, qualquer pessoa da fábrica a qualquer momento poderia me contar.
E quem disse que a gente se deixou? Ali era minha noda de caju, não me largava nem com Kiboa.
A primeira vez em que ele me viu nua parecia coisa de cinema. Ele chegou mais cedo na minha casa, como sempre... dei uns beijos e deixei ele na sala, disse que ia ao banheiro tomar banho e deixei a porta do banheiro aberta propositalmente. Não demorou muito para ele aparecer na porta, olhando para o meu rosto, mas os olhos corriam para aquilo, rs, eu disse a ele que saísse pois não gostava de tomar banho com gente me olhando, puro charme. Seguiu-me até o quarto, me jogou na cama, quando eu estava só de calcinha, e me deu uns arrochos muito quentes, e de repente, saiu de cima de mim, eu não entendi. Ele disse que a primeira vez não podia ser assim nas pressas. Mal sabia ele que também era a minha primeira vez.
Eu podia ter rompido meu hímen com Giovanni, mas as delícias do sexo eu só conheci com Eduardo, sexo de verdade, carne a carne, corpo a corpo.
Nosso amor se resumia a sexo, ciúmes e carinho. Eu perdi as contas de quantas noites, quantas manhãs Eduardo passou me chupando, me machucando, me amando. Era uma delícia, uma das coisas mais gostosas da minha vida.
Ele morria de ciúmes, o casado da história era ele, mas eu era funcionária nova e modéstia parte, sou bonita, fazia sucesso com os homens da fábrica, ele ficava louco. Me ameaçava de todas as maneiras que vocês possam imaginar, se eu arranjasse outro homem.
Eu me apaixonei perdidamente por ele, porque eu nunca tinha vivido algo assim na minha vida, sentir o carinho de um homem presente 24h, ter a sede de me amar que ele tinha, fazer o sexo que ele fazia, eu me sentia completa, amada, saciada. Tudo que Giovanni não me dava, Eduardo dava em dobro.
Ele é feio, semi analfabeto, roceiro, trabalha como operador na fábrica onde eu trabalho como analista, cargo bem superior. Mas foi com ele que eu vivi os momentos mais mágicos da minha vida. Querido diário, sabia que eu nunca tive um homem para bater na porta 2, 3h da manhã? Foi um amor de cinema, um sonho de verão!
Mas nada é para sempre, e essa lua de mel passou. Mulher é a peste, é sempre igual. Começou a fase das cobranças, eu brigava com ele, queria que ele fosse na minha casa todos os dias, não admitia ser trocada por futebol, bares, amigos. No meio de tantas brigas, discussões quase todos os dias, Eduardo terminou, disse que não poderíamos ter mais nada, porque ele sendo casado, não poderia me dar a atenção que eu precisava.
Eu implorei para ele ficar comigo, e ele ficou. Lembro que nossa última transa foi meia boca, ele estava meio que sem vontade, gozou rápido, não me deixou satisfeita. Disse que ia passar em casa para tomar banho e tirar o cheiro do meu perfume. Foi estranho. Não era a mesma coisa.
Nisso começou meu curso na Academia de Polícia, eu estudava pelo dia, trabalhava de madrugada, e aí não tinha tempo para mais nada. Mas aí acabou meu curso de Papiloscopia, e eu queria minha vida de volta, minhas noites de volta, meu homem de volta, porque apesar de ser das outras, era como se fosse meu.
Ao voltar para vida “real” eu percebi que Eduardo não queria mais, e aí, surtei. Liguei para mulher dele, disse que era amante, inventei que tava grávida de três meses. Ele acreditou, a família dele acreditou, um irmão dele entrou em contato comigo para me convencer a não abortar. A fábrica inteira ficou sabendo. A mulher dele foi bater na minha porta, e detalhe, junto com ele. E ela ainda me ameaçava ir me encontrar na porta da fábrica.
E no meio de tanta confusão, só restou ressentimento entre nós dois. Passei a vergonha de todos os nossos colegas de trabalho terem ficado sabendo do ocorrido, mas isso para mim foi o menor problema, a arte do cinismo eu tiro de letra. O que dói mesmo é minha felicidade com ele ter durado tão pouco, eu vejo nos olhos dele que ele ainda me quer, mas preferiu priorizar o relacionamento dele de 9 anos com a esposa, o tempo teve mais importância que a emoção. E mais uma vez eu sou obrigada a tirar da minha cabeça pessoas que não saíram do meu coração.
E por fim, eu tive que dar adeus ao meu bebezinho em 2014. Eu tinha um papagaio fêmea que eu criava como filha. Sabia que eu ainda não acredito que isso aconteceu? Hoje só restou o retrato dela comigo na cômoda do meu quarto.
Lembro que minha amizade com Joaninha começou quando um dia eu pedi para ela abaixar a cabeça, e demonstrei o gesto, por minha surpresa, ela abaixou.
Desde então, Joaninha foi tudo em minha vida, eu nunca senti um amor tão puro, tão verdadeiro, tão recíproco. As pessoas podem dar risada disso que eu escrevo, mas só quem tem um bichinho de estimação, sabe o quanto eles fazem diferença na nossa vida.
Joaninha mudou a minha vida, era ela quem estava comigo nos momentos mais difíceis. Lembro que no dia que eu enchi a cara e vomitei a casa toda, enquanto minha família me xingava e repudiava minha atitude, Joaninha voou e pousou perto de mim com olhar de tristeza, como me perguntasse o que estava acontecendo.
No dia em que eu me vesti de preto em pleno sábado, quem lê meu diário sabe que dia de sábado eu uso branco, chorando, desgostosa da vida, ameacei me matar, me jogar na frente de um caminhão, nesse dia cheguei até a ir para pista, mas chegando lá desisti, o amor de Joaninha me fez desistir. Eu tenho até foto desse dia, em que eu estava chorando e ela encostada em mim.
Era amor de mãe e filha.
Lembro quando deixava minha mão por perto, ela ia esfregar a cabecinha dela pedindo carinho, ela já chegou até subir as escadas para vir atrás da gente aqui em cima quando a gente apagava as lâmpadas lá embaixo e íamos dormir, até cuscuz ela comia do meu prato. É amor demais para esquecer, é amor demais para se conformar com essa falta, a gente até acostuma, mas não se conforma.
Eu gripei no interior, e vir para casa na minha folga, uma folga de três dias. Passei minha gripe para Joaninha, no segundo dia de folga, percebi que estava escorrendo líquido do narizinho dela, até brinquei, dando risada, dizendo que tudo que era meu ela compartilhava até a gripe. Maldita gripe!
Viajei, deixei ela em casa brincando na gaiolinha dela como um dia qualquer. Depois da minha viagem, minha mãe percebeu ela meio triste, mas achou que era por minha falta, pois ela sempre ficava assim logo quando eu viajava.
Quando se deram conta que a tristeza dela era doença foi tarde demais, levaram para o veterinário, que detectou uma bronquite forte. Meus pais ainda chegaram a comprar medicação, mas não adianta Joaninha morreu na mesma noite.
Chega! Não quero mais falar sobre isso, lembrar desse momento ruim, só quero falar de coisas boas, relembrar as coisas boas que ela trouxe para minha vida. Eu senti um amor recíproco, completamente recíproco! Um amor infinito, que eu sei que eu nunca mais irei ver na vida!

E hoje não tenho medo da vida, nem mesmo do retrocesso, porque sei que ele é construtor do sucesso. 2014 foi o ano em que Deus me colocou desafios, em que superei dores que eu pensei que seriam insuperáveis! Eu acredito num 2015 melhor, acredito que alcançarei meus objetivos e que será um ano de sonhadas realizações, porque eu creio em Deus e que a mão do Pai sempre vai me amparar.